Eu estava jantando quando avisei ao meu pai e para meu irmão que voltaria a NSTA no dia seguinte.Ao contrário do que pensei, nenhum deles se opuseram, apenas Tyler perguntou se queria que uma carona amanhã quando ele fosse para delegacia. Eu disse que sim, e voltei a comer silenciosamente.
Há mais ou menos uma semana, desde que voltei para casa não conversávamos muito sobre o que precisava ser conversado, na verdade, não conversávamos sobre quase nada.
Papai e eu sempre fomos pessoas muito falantes quando estávamos juntos, mas agora o silêncio nunca foi tão presente. Nossa maior conversa se resumiu a uma manhã em que precisava ir para escola, e uma tempestade repentina impediu que eu saísse assim como o impediu que fosse trabalhar.
Ficamos sentados no sofá, um de frente para o outro, esperando a ventania diminuir.
Ele me perguntou sobre a minha saúde, eu disse que estava tudo bem, então quis saber quando seria minha próxima consulta. Eu respondi que no dia seguinte, ele assentiu e permaneceu em silêncio até que a chuva diminuísse.Hoje foi o primeiro dia em que voltei para a agência. Ollie estava contente que apesar de tudo, decidi voltar. É claro que eu voltaria, o fato de descobrir que tudo o que conheci era uma mentira não mudaria o fato de que aqui era o meu lugar.
Trabalhei até a tarde normalmente, como nos outros dias em que estive aqui, só que por mais que não pareça, a última vez que estive na NSTA fazia quase dois meses.
Muitas coisas aconteceram comigo, aqui dentro do meu peito muita coisa mudou, mas por fora o mundo continuava exatamente igual.
A vida é assim.
Você está ferido, você está feliz, está apaixonado ou despedaçado, não importa, a vida vai continuar da mesma maneira.
O tempo não para, mesmo que você pare. O tempo não volta, mesmo que implore. O tempo segue, e se você não o acompanha, acaba ficando para trás também.
Eu estava no QG quando William Jarves aparece dizendo que o presidente queria falar comigo.
Ele ficou apreensivo, como sempre ficava quando o chefão queria falar com algum de seus funcionários, começou a tagarelar sem parar sobre como eu deveria me comportar ou agir na frente do seu chefe. Em qualquer outra situação eu também ficaria nervosa, pensaria em mil e uma possibilidades para me chamarem.
Mas a situação agora é diferente, muita coisa havia mudado mesmo que ninguém ainda de fora da família soubesse. E eu sabia que uma hora ou outra teria que conversar com ele, só não imaginava que teria que ser logo no meu primeiro dia.
* * *
- A porta está aberta. – A secretária sorriu.
Engulo em seco, e forço o meu melhor sorriso em sua direção, não podia deixar transparecer nada, ou o quanto encarar aquele homem me afetava.
Giro a maçaneta e me enfio para dentro antes que mudasse de ideia e corresse para o mais longe dali, para o mais longe dele.
Hunter estava virado para a enorme janela de vidro exatamente como estava na primeira vez em que o vi, mas de certa forma essa era a primeira vez que o via também, não como presidente da NSTA, mas como o pai de minha mãe... o meu avô.
Lembro que quando eu era criança sempre quis ter avós, tive uma professora que apesar de não ter nem cinquenta anos tinha os cabelos grisalhos, e como eu não tinha muita noção de idade naquela época, a achava bem velha, e para mim esse fato somado ao que a adorava, era o suficiente para ela ser uma avó.
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Lua Negra
عاطفيةMegan Hayes é uma colegial como qualquer outra, ao menos era o que pensava. Para concluir o último ano e se ver livre da escola é preciso participar de um estágio obrigatório. Por azar ela acaba sendo enviada a NSTA - uma agencia de talentos. O pro...