3° fase | 39. Sentimentos não nutridos não sobrevivem

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Ao chegar em casa, Jimin sentia-se exausto. Não era uma exaustão física, porém uma exaustão mental. Se tinha uma coisa que ele queria esquecer, era tudo o que ele tinha escutado naquele hospital e fingir que era um sonho ruim e quando acordasse, ele estaria ótimo.

Ele subiu para seu quarto para tomar um banho, parando na frente do espelho, tirando seus anéis, colares e brincos, colocando dentro de uma caixinha que tinha perto de um jarro de flores falsas. Naquele jarro, tinha o origami de flor de cerejeira que Jungkook tinha dado e ele sorriu, pegando o origami. Aquele foi o primeiro ato admirável que o cantor tinha feito para ele.

Jimin colocou o origami no mesmo lugar, indo tomar o seu longo e relaxante banho, embora estivesse com vontade de encher aquela banheira e ficar ali por horas, ele também não via a hora de poder comer alguma coisa, deitar na sua cama para assistir algo e dormir.

Após tomar seu banho, Jimin desceu para a cozinha, sentindo um cheiro de comida vindo de lá e seu coração acelerou, pois tinha esquecido completamente que sua mãe estava ali, já que no outro dia, os dois iriam fazer a prova final das roupas para sua formatura. Entretanto, com tudo que aconteceu, Jimin esqueceu-se daquilo, mas agradeceu que sua mãe estivesse ali ou ele esqueceria de ir para a prova de seu terno.

— Esqueceu que eu estava aqui? — perguntou para o filho que se aproximava para abraçá-la.

— Esqueci de tudo — Jimin riu, dando um beijo na testa da mulher. — Desculpa, é que hoje eu recebi umas notícias nada animadoras.

— Sei — ela colocou a panela na mesa, onde tinham copos, pratos e talheres para os dois. — O que aconteceu?

Jimin deu a volta, sentando-se à mesa e sua mãe pegou o prato para servi-lo o ensopado de carne que tinha feito.

— Eu estou muito ferrado, mãe! — Jimin reclamou. — Eu não sei mais de nada.

— Não sabe mais de quê? — Jaejeong serviu o filho.

— Eu desisto, mãe — respondeu, pegando o arroz. — Eu não vou fazer mais audições. Balé será meu hobby, apenas uma coisa que vou gostar de fazer quando tiver tempo livre. Eu fui ao médico hoje e eu estou com umas lesões nos ligamentos do tornozelo e dores nas costas, pois eu caí com tudo quando estava ensaiando. Ficarei, mais ou menos, três meses sem poder dançar e fazendo fisioterapia. Começando agora em setembro, eu vou ficar até dezembro sem poder treinar e eu teria uma audição no começo de dezembro em Milão e uma em janeiro em Paris. Sendo assim, eu não conseguirei recuperar o tempo perdido.

— Eu fico triste por isso. Eu vou te apoiar no que achar melhor, Jimin. mas se acha melhor, Jimin. Para mim, você sendo bailarino profissional ou um psicólogo, será o melhor no que escolher — ela sorriu, sentando-se. — No entanto, eu fico bem feliz que ficará e eu não terei que morar tão longe do meu filho.

— Você gosta, né? — Jimin deu risada.

— Uma parte de mim, gosta muito que você fique aqui e outra parte chora por você fazer isso — suspirou. — Já pensou em, pelo menos, tentar? Sei que pode pegar firme nos ensaios quando voltar a dançar e conseguir, ao menos, fazer a audição de Paris. Se você tem chance de passar, você deve tentar.

— É... Já me falaram isso — Jimin lembrou-se do que Jungkook disse. — É... Quem sabe, mas sinto que não vou passar. Eles preferem os mais jovens e eu quase nem ensaio mais, por estar trabalhando muito e um pouco desanimado com as coisas. Com certeza, um garoto de quinze anos deve estar ensaiando, treinando, se aperfeiçoando, no mínimo, doze horas por dia. Se destino existe mesmo, como diz Jungkook, ele não me quer como bailarino.

— Jimin, eu sei que você sempre foi um pouco pessimista, mas não se sinta assim. Não vou tentar me meter no que quer escolher para o seu futuro, pois você não é mais uma criança e sabe o que é melhor.

Ballerino • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora