Olá, pessoal. Aqui está o capítulo da semana. Acho que ficou um pouquinho pesado por conta dos últimos acontecimentos com os personagens, mas, tentei retratar a verdade de um momento assim na vida de alguém. Como eu disse, anteriormente, as semanas têm sido difíceis para mim, então, me desculpem mais uma vez se o capítulo não tenha alcançado as expectativas de vocês, mas, espero que me deixem seus comentários mesmo assim se acharem que o capitulo valeu a pena. Muito obrigada por tudo. Vou revisar depois. Beijos
ANNE
Estava escuro, e Anne abriu aos olhos em meio ao seu pesadelo, temendo que fosse real a agonia que sentira em sua inconsciência quando Rilla lhe fora roubada. Desesperada, ela levou as mãos à barriga, com um enorme pavor de que tivessem lhe tirado sua filha enquanto dormia, e ao encontrá-la intacta, ela suspirou aliviada, percebendo a incoerência de seus pensamentos, causados por uma imaginação que de tão ativa acabara se tornando cruel demais com ela.
Sentindo-se sufocada, ela sentou-se na cama, passou as mãos pela testa e percebeu o quanto estava empapada de suor. Sua respiração estava um pouco alterada, dando-lhe uma sensação incômoda de falta de ar. Ela olhou para Gilbert que dormia profundamente, e pensou se deveria acordá-lo, mas logo mudou de ideia ao pensar que não deveria perturbar seu descanso, pois Gilbert vinha se desdobrando de todas as formas para dar conta de tudo, já que Anne não podia mais contribuir com as tarefas da casa como antes, e assim, ele acabava se dividindo em três.
Em um mesmo dia, Gilbert era o universitário dedicado, o chefe de laboratório responsável e inteligente, e o marido e futuro pai de família em tempo quase integral. Anne olhou com carinho para as linhas de cansaço em volta dos olhos dele, o maxilar perfeitamente alinhado em um rosto de dar inveja a qualquer um. Ele estava deitado de bruços, e dormia completamente sem camisa, pois Gilbert sempre detestara qualquer peça de roupa na hora de ir para cama, a não ser sua calça de moletom nas noites mais frias, e quando o clima se mostrava mais quente o máximo que ele se permitia vestir era um par de shorts bem curto e confortável, o que dava a Anne uma bela visão das costas musculosas do marido cujas linhas estavam totalmente relaxadas naquele instante. Ela queria tanto tocá-lo, pois adorava a sensação da pele dele em seus dedos, mas, não tinha coragem de ser malvada a esse ponto, e tirá-lo e um descanso tão necessário por um capricho seu.
Ela acendeu o abajur de cabeceira para verificar as horas, e seu relógio lhe mostrou que eram quatro horas da manhã. Muito cedo para se levantar, mas, Anne sentiu que não conseguiria voltar a dormir, pois estava se sentindo quente como se estivesse febril, sua cabeça doía de leve, sua respiração ainda não voltara ao normal, e como não queria atrapalhar Gilbert, ela resolveu se levantar e tomar um copo de água.
A primeira coisa que notou quando se levantou foi que sua vista estava embaçada. Ela até pensou que isso estava acontecendo, por ainda estar sonolenta e ter acordado no meio de um sonho ruim, mas, conforme ela caminhava devagar em direção a cozinha, aquela sensação estranha não desaparecia, e começou a sentir seu peito se apertar a um ponto que se transformou em choro. Quando Anne percebeu, ela tinha mudado sua rota da cozinha para o quartinho de Rilla, e ao entrar naquele ambiente infantil com muitos tons de rosa, uma tristeza profunda a acometeu. Ela se sentou na cadeira de balanço que Gilbert colocara ali pensando que Anne pudesse usá-la em sua amamentação da bebê, e abraçou uma almofada bordada por ela mesmo com o nome de sua filhinha, e deixou que as lágrimas rolassem silenciosas.
Não houve soluços, ou lamentações, apenas aquele choro sentido e solitário que a levava de volta a seu pesadelo onde sua filha não estava mais protegida dentro de seu útero. E supersticiosa como era para algumas coisas, Anne se perguntou se não seria uma premonição do que estava por vir. Ela jamais confessaria isso para Gilbert, mas ela também tinha medo de que Rilla não viesse ao mundo saudável, ou que ela própria não conseguisse chegar ao fim da gestação normal, e sua bebê nascesse prematura, mas, eram riscos que uma mãe tinha que assumir, escolhas que tinha que fazer, e ninguém mais poderia fazer isso por ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Anne with an e continuação da série
FanficGilbert Blythe estava de volta, depois de uma longa viagem que durara um ano. Queria retornar à sua fazenda, rever velhos amigos, retomar a sua vida de onde havia parado. Mas um reencontro inesperado vira o seu mundo tão bem estruturado e planeja...