Epílogo

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Olá, pessoal. Aqui está o epílogo como prometido. Tenham uma boa leitura.

Sete anos depois

Anne ajeitou a folha em sua máquina de escrever, datilografou algumas linhas e então parou, relendo o que acabara de escrever e suspirou, pensando em uma forma de melhorar a estética de seus pensamentos ali tão elegantemente implícitos em palavras coerentes, colocadas paralelamente uma ao lado da outra.

Anne não era fã de certas modernidades, embora admitisse que facilitavam bastante a vida. Ela ganhara aquela máquina de Gilbert, logo que recebera o seu primeiro prêmio pela venda recorde do seu livro O Diário de Cordélia. Depois desse vieram outros projetos literários, voltados para o público infantil, somente para mulheres, outros de autoajuda, todos sempre apoiados em suas experiências pessoais. Era muito mais fácil contar uma história, ou escrever um artigo baseado naquilo que se conhecia ou se tinha vivido, pois as palavras fluíam com mais facilidade, e as emoções tornavam mais reais para quem as lia, levando o leitor ao universo dos sentimentos verdadeiros.

No entanto, ela ainda não perdera o hábito de escrever à mão, e sempre que tinha a oportunidade, ela saia do universo de sua imaginação e encarava o mundo real com papel e caneta, registrando tudo o que via ao seu redor com seus olhos curiosos e seu coração apaixonado por aventura.

Naqueles sete anos, além de se tornar uma escritora muito conhecida, ela se formara em literatura e iniciara sua carreira no magistério, porém, ela não quisera espalhar seus conhecimentos em uma escola comum, Anne quisera um lugar que sentisse que o que estava ensinando fazia diferença na vida de alguém, e isso ela encontrou no Orfanato St. Louis.

Mary lhe apresentou o lugar, e ela se apaixonou por ele em sua primeira visita, e foi aceita como professora voluntária ali onde alfabetizava, e ensinava literatura duas vezes por semana. Ela também arrumou um emprego na mesma escola que estudara com o marido e Diana, assim, seu ciclo como professora estava completo.

Gilbert também se formara na faculdade de Medicina com louvor. Ele abriu seu consultório em Avonlea onde tinha uma ótima clientela, atendia no hospital público em Charlotte Town, e uma vez por mês, ele visitava as famílias mais pobres na periferia da cidade, abraçando com entusiasmo a profissão que escolhera, e se encontrando totalmente em sua carreira como Neurologista.

Deste modo, eles continuavam construindo sua história, capítulo a capítulo junto aos seus dois filhos que eram uma fonte de orgulho para os dois. Aos sete anos, Rilla tinha uma inteligência acima da média, era apaixonada por livros e tinha um amor incondicional por animais, o que indicava fortemente uma grande inclinação para ser veterinária. Fora incontáveis as vezes em que ela carregara animais feridos que encontrava aos redores para sua casa e cuidara pessoalmente deles até que ficassem bons o suficiente para serem devolvidos ao seu habitat natural. Em temperamento, ela puxara a Gilbert, em personalidade a Anne. Ela fugia do espírito inquieto da mãe para se igualar a calmaria constante do pai. Rilla tinha opinião própria, e mesmo em sua pouca idade, ela não se deixava convencer facilmente quando insistia em uma ideia ou projeto. Amava os pais profundamente e cuidava do irmão com um zelo comovente.

Já Walter era a doçura em pessoa. Extremamente apegado à irmã, ele tinha uma personalidade fácil de compreender e amar. Com seus cabelos castanhos escuros cacheados, que lembravam a Anne um Gilbert sapeca, e com seus olhos azuis quase violetas que lembravam muito a Gilbert a inteligência de sua esposa, ele ia colecionando admiradores por onde passava. Sua paixão maior era brincar com o estetoscópio do pai, e ler ainda que com a dificuldade de seus seis anos, as enciclopédias médicas que Gilbert recebia pelo correio de tempos em tempos de uma editora de Nova Iorque, onde o marido de Anne ainda tinha contatos com seus velhos amigos. Se Walter seguiria a profissão do pai ainda era cedo para saber, mas o que escolhesse como carreira, teria o apoio incondicional de seus pais e de sua irmã que o amavam mais que tudo.

Anne with an e continuação da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora