Capítulo 82- Apenas diga sim

1K 57 84
                                    


Olá, queridos leitores. Acho que a temperatura se elevou bastante neste capítulo, e espero que vocês gostem. Ficou longo, mais do que eu esperava, mas, ele está cheio de momentos de Anne e Gilbert, portanto, me enviem seus comentários, estou ansiosa por eles. Muito obrigada, e desculpem pelos erros ortográficos.

ANNE

Anne sentiu uma carícia molhada em seu rosto e abriu os olhos assustada, mas logo sorriu ao encarar dois olhinhos da cor de caramelo que a fitavam cheios de um amor tão genuíno que encheu o coração dela de alegria.

Fazia uma semana que Gilbert lhe dera aquele presente tão doce, e ela e Milk tinham se tornado inseparáveis. O cãozinho a seguia por todos os lados com verdadeira adoração, e Anne se apaixonara tanto por aquela bolinha de pelo branca que não perdia uma oportunidade de acariciar-lhe a cabecinha adorável ou carregá-lo no colo. Tanta devoção já tinha arrancado de Gilbert uma lista de reclamações, e a ruivinha não consegui a deixar de rir toda vez que seu noivo a olhava com as feições emburradas e dizia:

- Parece que perdi minha enfermeira favorita. Como pude ser substituído tão rápido?

- Não precisa fazer tanto drama, Gilbert. Você não foi substituído.

- Como não? Você passa mais tempo com ele do que comigo. Que situação! Acabei de arrumar um rival peludo. - nesses momentos Anne se aproximava com um olhar divertido no rosto, se sentava ao lado dele que apesar de estar melhor, ainda permanecia em convalescença, e dizia tocando-lhe as linhas do rosto com carinho:

- Não precisa ficar com ciúmes, amor. Você sabe que o meu coração é todo seu. - Gilbert fingia indignação e respondia com uma falsa seriedade:

- Não é o que tenho visto dentro deste apartamento a uma semana.

- Será que tenho de lembrá-lo de como eu te provei o meu amor ontem à noite? - os braços dela estavam em volta do pescoço de Gilbert, e ele se aproximava mais, deixando seus lábios se grudarem na face macia e corada de Anne enquanto dizia:

- Ajudaria muito se você me lembrasse, porque acho que não me recordo bem dessa parte. Assim, eles se envolviam naquele jogo que era só deles e de mais ninguém. Muito mais excitante do que a verdade e desafio que jogavam na escola, apenas para terem um motivo para beijarem quem quisessem. Porém, entre Anne e Gilbert isso nunca fora necessário, como não continuava sendo, pois assim como antes, durante toda aquela semana suas bocas estavam sempre dispostas a provar do amor um do outro, além da entrega de seus corpos em momentos intensos demais. Eles nunca precisaram de um motivo, de uma desculpa ou de datas especiais para deixar que tudo acontecesse como se fosse a primeira vez. Bastava o desejo, uma fagulha de paixão, para que ambos se envolvessem completamente na vibração um do outro. Era assim que Anne se sentia com Gilbert naqueles dias, como se tivesse encontrado em seu noivo um oásis cheio de delícias do qual não se fartava nunca. Quando se olhava no espelho via ainda seu rosto de menina, o mesmo que anos antes se encantara por Gilbert ao primeiro olhar. Porém, seu corpo tinha mudado, e não era tão inocente quanto antes, pois ela sabia exatamente que os anseios que habitavam dentro dele não eram mais os sonhos doces de uma garotinha, mas sim, os desejos de mulher feita que amava, e que se entregava ao mesmo homem todas as noites sabendo desde sempre que nunca haveria outro, porque ela era de Gilbert por inteiro, e se transformara ao longo do tempo por ele e por causa dele, e agora era difícil para ela associar aquela Anne que a fitava no espelho com os olhos brilhando apaixonados à garotinha insegura, falante e sem atrativos que se escondia por trás de roupas maiores do que ela, um chapéu barato e dona de uma imaginação sem limites.

Imaginação ela ainda tinha e muita, e apesar de ainda acreditar em príncipes e princesas, ela vivia o mundo real de maneira mais verdadeira, porque tinha perdido tempo demais sonhando com montanhas inatingíveis. Não precisava mais disso, mesmo que ainda tivesse a princesa Cordélia viva dentro de si, ela tinha seu próprio príncipe dentro daquelas paredes de concreto que nada se assemelhavam a um castelo, mas a fazia viver um conto de fadas diário.

Anne with an e continuação da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora