Capítulo 70- Destinos entrelaçados

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Olá, queridos leitores.Eu imagino que a maioria de vocês esteja entediada com essa quarentena como eu, por isso, resolvi presenteá-los com esse capítulo, que consegui escrever todinho, hoje, pois como estou apenas trabalhando em horários específicos estipulados, eu consegui ter um tempo maior para escrever, o que é uma boa coisa, porque assim não sou acometida por crises de ansiedade das quais sofro quando não tenho nada para fazer. Eu não vou falar desse capítulo porque quero que tirem suas conclusões, e por favor me façam companhia e me mandem seus comentários que sempre aquecem meu coração, principalmente agora em tempos difíceis. Espero que façam uma boa leitura. Muitos beijos, Rosana.


GILBERT

O fim de tarde parecia adorável, iluminada pelo sol que se punha, e os olhos de Gilbert por um momento se perderam naquela beleza que de repente lhe parecera tão fora de tom, pois a garota em seus braços chorava, e seus soluços doloridos machucavam seus ouvidos fazendo com que toda graciosidade lá fora não significasse nada.

Ele pousou os olhos no papel que Anne deixara caído no chão, e Gilbert sentiu como se lá estivesse a carta de alforria de Anne, que a aprisionara todo aquele tempo. Ele não sabia exatamente o que ela encontrara ali, uma vez que ela não dizia nada. Apenas chorava silenciosamente agora pois os seus soluços tinham cessado. Ele queria que pelo menos ela lhe dissesse qual fora a razão de ela estar tão abalada assim? Os resultados tinham sido os piores possíveis? Era por isso que chorava como se o mundo tivesse acabado? Era por isso que ela se agarrava a ele como se Gilbert pudesse libertá-la daquela dor? De novo, ela o deixara no escuro, mas aprendera a respeitar o espaço dela, embora odiasse aquele silêncio e aquela sensação de estar do outro lado da parede que Anne sempre colocava entre os dois quando as coisas ficavam difíceis.

Gilbert ainda não conseguira forças suficiente para empurrar ladeira abaixo o bloqueio emocional que Anne submetia os dois nesses momentos, mas estava feliz que pelo menos ela o deixasse se aproximar o suficiente para abraçá-la em seu momento mais vulnerável.

Ele olhou de novo para o papel caído no chão, e pensou que se ele inclinasse um pouco seu corpo ele o teria em suas mãos, e então saberia do que Anne agora tinha conhecimento, mas não dizê-lo por alguma razão. Porém, ele achou que não teria direito algum de traí-la dessa maneira, pois aquele papel pertencia a Anne e somente ela poderia lhe contar o que estava escrito ali.

Gilbert esperou mais um pouco, até que ela por conta própria se desprendeu dele e sentou -se sobre a cama olhando para as próprias mãos. Ele se sentou ao lado de Anne, e colocou os braços em volta dos ombros dela, em uma clara indicação do seu apoio, como se dissesse que ele estava ali se ela se decidisse a falar.

O silêncio durou ainda alguns minutos, e Gilbert começou a ficar inquieto, ele queria que ela falasse algo, que gritasse, que quebrasse coisas, ele não se importava, pois qualquer coisa era melhor que aquele silêncio pesado, no qual até o mais sutil ruído se tornaria audível a qualquer pessoa. Ele relançou um olhar para ela, enquanto esperava a crise emocional dela passar, e não pôde deixar de observar como a beleza dela se tornava evidente entre lágrimas e sorrisos. Anne tinha um brilho que lhe era tão natural, e que nem mesmo seu nariz arrebitado vermelho do choro, que por sinal era adorável, não a desfavorecia. Ela literalmente lhe tirava o fôlego, não importava o momento ou a situação.

Ele decidiu que seria ele a quebrar aquele silêncio, já que Anne parecia querer arrastar aquele suspense por tempo indefinido.

- Anne, fale alguma coisa. Eu detesto quando você se fecha assim É como se me deixasse de fora do seu momento mais importante. – Ele a viu fechar os olhos, e tentou encontrar uma pista do que se passava em seu pensamento, mas seu rosto delicado estava fechado feito granito.

Anne with an e continuação da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora