Capítulo 112- Por uma vida inteira a seu lado

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Olá, pessoal. Este capítulo fala de muitas coisas que de alguma forma mexeram comigo enquanto eu o escrevia, mas, vou deixar que vocês me digam o que acharam e se de alguma forma, ele mexeu com vocês também. Vou revisá-lo quando puder. Obrigada por tudo. Rosana.

ANNE

Rosas. Anne abriu os olhos naquela manhã de sexta-feira sentindo o odor suave entrar por suas narinas, e trazer-lhe lindas lembranças do seu passado, porém não tão distante assim. Ela virou o rosto 'para o lado, e lá encontrou uma rosa vermelha perfeita com um bilhetinho na caligrafia desenhada e caprichada de seu noivo que dizia "Bom dia, minha cenourinha, eu te amo", G.

Ela pegou a rosa e a levou aos lábios onde depositou um beijo carinhoso. Gilbert vinha fazendo isso todas as manhãs naquela semana, e Anne sorriu ao pensar no quanto aquilo era romântico. Seu Mr. Darcy estava evoluindo para o perfeito papel de príncipe encantado, não que antes ele não fosse, porém, quando o conhecera e começaram a namorar, Gilbert era mais contido em suas demonstrações de afeto, e somente na intimidade de seu quarto era que ele deixava Anne ver o quão profundo ele poderia ser. No entanto, nos últimos tempos, principalmente naquela semana ,ele parecia mais predisposto a deixar que todos vissem o que havia embaixo de sua pele de estudante de medicina e provavelmente cético as coisas do amor. Gilbert se transformara por ela e para ela, e era incrivelmente gratificante ver que contribuíra imensamente para aquela metamorfose que tornara o amor deles em algo que ela nunca pensara ser possível.

Eles haviam passado a muito tempo da fase das descobertas, mas ainda assim, havia coisas que ela ia percebendo no seu dia a dia, e que antes, talvez por falta de tempo, ela deixara de olhar com mais cuidado. Seu noivo era uma mistura de milhares de detalhes, alguns perfeitos outros nem tanto, mas não deixava de ser empolgante o fato de que desvendar cada parte mais íntima de Gilbert Blythe se tonara sua prioridade durante cada minuto de seus dias, e ela nunca tivera tanto tempo para isso como agora.

Anne pensara que já tinha se diplomado sobre a personalidade de seu noivo, mas, descobrira que ainda conseguia se impressionar com certas atitudes que no passado ela nunca imaginara que ele fosse capaz de tomar. Ele tinha pavio curto, embora nunca tivesse entrado em uma briga se não fosse provocado, mas seu bom senso nunca funcionava se ele estivesse dominado pela raiva. Ele magoava sem pensar e atingia sem perceber com um só golpe quem estivesse em seu caminho nesses momentos, e Anne já sentira na própria pele esse tipo de situação. Contudo, ele era o primeiro a pedir desculpas quando deixava seu orgulho de lado e admitia que estava errado, e não media esforços para consertar o estrago que tinha feito em seu minuto de descontrole.

No entanto, a maneira como ele conduzira a situação com Roy Gardner contrastava bastante com o tipo de atitude que ele teria tomado, se o Gilbert de antigamente estivesse no comando de tudo, e pela raiva que Anne sabia que ele sentia do rapaz, não sem razão era verdade, ele provavelmente teria quebrado a cara de Roy e somente depois teria chamado a polícia, e esse tipo de ação mostrava claramente a ela que Gilbert tinha amadurecido mais do que ela pensara.

Anne não era amante da violência, e abominava esse tipo de comportamento. Não estava em seu sangue odiar ninguém, muito menos agredir fisicamente uma pessoa, mesmo que isso envolvesse diretamente seu bem-estar. Por causa de Roy, ela tinha ido parar em um hospital, sua filha correra o risco de talvez nunca ver a luz do dia, e se a tivesse perdido, Anne não queria pensar no que teria sido dela e de Gilbert. Ainda assim, ela consegui enxergar que Roy era um ser humano doente, perdido no sentido do que considerava ser amor, e por isso, acaba causando mal a quem se aproximasse dele, porque por trás de suas intenções, mesmo que fossem as melhores possíveis no início, sempre esconderiam uma necessidade de favorecer a si próprio a todo custo. Fora assim com ela, e Anne não era tola para acreditar que com outras pessoas tivesse sido diferente, pois fazia parte da natureza dele destruir ao invés de construir.

Anne with an e continuação da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora