Capítulo 62- Perdas e Danos

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Olá, queridos leitores. Este foi mais um capítulo difícil de escrever, mas espero que o resultado agrade a todos. As emoções continuam em alta, e Anne e Gilbert estão aos poucos encontrando seu caminho de volta um para o outro, mesmo que ao lerem tenham a sensação que não. Boas surpresas estão a caminho, portanto, tenham paciência, cada capítulo que escrevo tem uma finalidade, por isso leiam com o coração aberto, sintam a emoção dos personagens e comente, pois sua opinião é importante para mim. Muito obrigada por tudo. Beijos, Rosana. Desculpe qualquer erro ortográfico, sempre corrijo tudo antes de postar, mas às vezes deixo passar alguma coisa, vou editar de novo quando tiver um tempo.


GILBERT

Ela estava ali novamente, em seus sonhos. Os fios rubros dançando diante de seus olhos conforme a brisa passava por ela em uma suave caricia. O riso cristalino enchendo ar com sua musicalidade, os olhos azuis brilhando feito estrelas em uma noite enluarada. Anne estendeu a mão segurando a dele, enquanto Gilbert a puxava para mais perto, beijando cada ponta dos dedos como se fossem algo sagrado, e devessem ser venerados em sua delicadeza e suavidade. Então, suas mãos estavam na cintura dela, os rostos tão próximos, olhares se fundindo em mil palavras que não precisavam ser pronunciadas, pois eram ditas por seus corações a cada batida, a cada pulsar bombeadas pelo seu sangue, e se espalhando por seus corpos misturando-se a emoções difíceis de descrever, sendo apenas possíveis de serem sentidas por serem intensas demais.

Gilbert sentiu o deslizar dos dedos de Anne sobre seu rosto em um toque tão suave como se fossem asas de borboleta se movimentando pelo ar, e fechou os olhos com a doçura daquela carícia familiar e tantas vezes repetidas em suas lembranças apagadas pelo tempo.

A voz dela chegou aos seus ouvidos como mágica, transformando tudo ao seu redor em um brilho incandescente enquanto ela dizia "eu te amo". Ele abriu os olhos somente para vê-la sorrir novamente como se tivesse lhe contado o maior e o melhor de todos segredos. Os labios dela o atraiam como um imã irresistíveis e tão tentadores, ele inclinou seu rosto para frente quase tocando a boca dela com a sua, mas um trovão distante se fez ouvir e um vento forte arrancou Anne de seus braços levando-a para muito longe de seu alcance, e enquanto gritava o nome dela Gilbert acordou, e percebeu que lá fora a chuva caia feito uma cachoeira incessante, tocando a terra com sua fúria, balançando as árvores de tal maneira que parecia que ia arrancá-las de suas raízes, não deixando que nada sobrasse pelo caminho.

Gilbert levou a mão ao peito, sentindo seu coração ainda disparado pelo sonho que tivera. Isso acontecia com mais frequência do que desejava, e embora a presença ilusória de Anne em sua imaginação o deixasse feliz, também o machucava porque lhe fazia compreender o quanto estava apaixonado por ela, e nunca poderia tê-la como desejava. Seus sonhos eram a prova viva de que por mais que a amasse ela não lhe pertencia.

Porém, havia uma coisa que sempre o deixava intrigado ao acordar desses breves interlúdio que tinha com ela. Por que sempre tinha a sensação de que já vivera tudo aquilo? Por que os beijos que nunca conseguia trocar com ela em seus sonhos pareciam tão conhecidos para ele? Por que cada toque dela em sua pele era como uma canção tão conhecida? E por que quando ela dizia sussurrando que o amava o fazia quase se lembrar de onde ouvira isso uma outra vez?

Tantos pensamentos e perguntas o deixavam louco. Queria entender as mensagens que sua memória enviava para ele, mas tudo o que Gilbert sentia dentro de si era aquela ansiedade que o fazia desejar algo que não sabia identificar o que era.

Ele se levantou, foi até o banheiro e jogou um pouco de água em seu rosto em uma tentativa de clarear suas ideias. Depois, voltou para o quarto sentindo a frieza do piso embaixo dos seus pés nus. Ele se sentou na cama, ouvindo a chuva continuar a cair lá fora, sentindo que sua alma também era banhada por uma tormenta que não tinha fim. Ele queria chorar, mas, as lágrimas não vinham, então deitou-se novamente, sentindo -se terrivelmente só. Como ele queria que Anne estivesse ali, deitada ao seu lado com a cabeça descansando em seu peito, mas muito provavelmente ela estaria adormecida em outros braços naquele momento, e ante esse pensamento, Gilbert sentiu uma dor aguda atingi-lo, fazendo com que se encolhesse na cama.

Anne with an e continuação da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora