Olá, pessoal. Aqui está o capítulo da semana. Espero que apreciem , pois tentei deixá-lo como imaginei que seria um momento assim. Por favor, comentem e me digam o que acharam, isso me ajuda demais saber a opinião de cada um sobre a história e minha escrita em retratá-la fielmente como sempre quis. Desculpem pelos erros ortográficos. Muito obrigada por lerem e acompanharem todas as semana. Beijos. Rosana.
ANNE
O calor era intenso, mas não insuportável, estava bem longe disso na verdade. Anne sentia seu corpo inteiro esquentar, e um prazer súbito subir por todos os seus músculos deixando-a ofegante e ansiosa pelo que viria a seguir.
Ela estava dormindo e nunca um sonho lhe parecera tão real e tão deliciosamente erótico como aquele em que mãos masculinas e gentis subiam e desciam por sua pele, deixando em seu íntimo uma sensação urgente de que continuassem até que ela perdesse a vontade de resistir.
Seus lábios foram selados por outros que invadiram sua boca com sua língua exigente, em movimentos circulares que a fizeram abrir os olhos imediatamente, e descobrir surpresa que não estava sonhando, e sim sendo seduzida em pleno sono por seu ousado noivo, que não perdera tempo ao acordar antes dela e lhe dar o melhor tratamento de boas-vindas pela manhã que ela já recebera nas últimas semanas.
Ela entreabriu os lábios e deixou que Gilbert conduzisse o beijo do jeito que desejasse, pois naquele momento, ela ainda não havia se recuperado dos efeitos do sonho, e seu corpo estava sensível demais às carícias excitantes que a mantinham presa naquele círculo de sensualidade da qual sua mente enevoada não conseguia se libertar.
Quando finalmente o beijo terminou, Anne quase protestou, pois Gilbert despertara seus sentidos de um jeito inesperado, e agora seu corpo inteiro ansiava por uma satisfação que seu noivo habilmente adiara, e Anne tinha vergonha de admitir que o queria naquele instante.
Havia limites que ela ainda não cruzara, e por isso, apesar de ter se libertado da maioria de suas inibições quando estava com Gilbert, ela sentia dificuldade em certos momentos de dizer o que desejava que ele fizesse, e esperava que por suas reações, Gilbert pudesse adivinhar o que se passava com ela, mas naquela manhã ele não parecia estar muito atento a isso, o que a deixou com uma pontinha de insatisfação.
- Bom dia. - ele disse, assim que seus lábios se desgrudaram.
- Bom dia. - Anne respondeu fixando seu olhar no rosto de Gilbert cujas mãos brincavam com os fios de cabelo em sua testa. - Que horas são? - ela perguntou, tentando fazer seu cérebro voltar a raciocinar normalmente após seu noivo tê-la deixado internamente abalada e faminta por suas carícias.
- Seis da manhã. - Gilbert respondeu totalmente concentrado em contornar cada linha do rosto dela com a ponta do seu dedo indicador.
- Por que está acordado tão cedo? - Anne perguntou, esticando o corpo para se espreguiçar e descobrindo que não era uma boa ideia, pois Gilbert mantinha o corpo dele sobre o seu, e qualquer movimento que fizesse, ela podia sentir sua pele entrar em contato com a dele, aumentando seu desejo de que as sensações que tivera durante o sono se repetissem.
- Acordei de madrugada e não consegui mais dormir. Mal posso acreditar que está aqui comigo de novo. - os olhos dele brilhavam enquanto ele falava, e Anne não pôde deixar de admirar os pontinhos esverdeados dentro da íris castanha quase caramelo.
- Foi por isso que me acordou de um jeito um tanto não usual? - ela teve coragem de perguntar e Gilbert riu escondendo a cabeça no ombro dela.
- Desculpe. Não pretendia ser tão invasivo e perturbar seu sono, mas não consegui resistir. Você não sabe quantas vezes nessas últimas semanas eu quis tê-la assim em meus braços. Eu acordava todas as manhãs frustrado por não poder beijá-la como gosto. Perdoe -me se acabei te desagradando com meu jeito impulsivo. - Anne deslizou as mãos pelo ombro forte de Gilbert e respondeu:
- Você não me desagradou, muito pelo contrário. Eu também senti saudades. - os lábios dela tocaram o pescoço de Gilbert de leve, e o efeito foi melhor que ela esperava, pois o rapaz fechou os olhos com força e murmurou o nome dela quase de maneira feroz:
- Anne! - excitando sua imaginação ainda mais do que antes.
Eles se beijaram de novo, e dessa vez Anne deixou bem claro o que queria, e eles se amaram de novo mais intensamente que na noite anterior.
Os raios de sol que inundaram o apartamento de Gilbert momentos depois os encontraram tomando calmamente o café da manhã que Gilbert preparara na cama, seus olhares cúmplices os faziam sorrir um para o outro como se custassem a acreditar que o furacão que arrasara com seus últimos dias tivesse enfim indo embora. Entretanto, Anne sabia que por mais que estivessem felizes, ela precisava conversar com Gilbert sobre tudo o que acontecera, e não adiantava fingir que estava tudo bem se aquela sombra continuava a incomodá-la. Por esta razão, ela decidiu que tinha chegado o momento da verdade, e mesmo que ficasse um pouco mais magoada, eles tinham que encerrar aquele assunto de vez, e ela superaria como sempre qualquer coisa ruim que tentasse separá-la de Gilbert. Anne não permitiria que lhe tirassem o homem da sua vida outra vez, e não importava o que Gilbert lhe dissesse, os sapos que teria que engolir, as lágrimas que teria que derramar. Ela estava disposta a lutar, a ir até as últimas consequências para que pudessem viver suas vidas juntos e em paz.
Isso não era questão de orgulho, e nem de se humilhar por um homem, não era uma briga de egos e nem uma disputa em provar o lado certo ou errado daquela história. Isso era dar a chance para que o amor deles continuasse a crescer sem que houvesse assuntos mal resolvidos entre eles, e era lutar por alguém que sempre fizera tudo por ela, que lhe dera a oportunidade de viver uma vida que nunca pensara que pudesse ter, e que sempre estivera com ela em todas as suas crises, que enxugara suas lágrimas e a fizera enxergar que o horizonte à sua frente ainda era digno de ser admirado, mesmo quando a dor ou a desilusão nublasse sua visão. Havia sempre lindas cores além do cinza que a vida adorava colocar em seu caminho.
Assim, tomando coragem, ela disse sem encará-lo diretamente.
- Gilbert, precisamos conversar. Eu sei que talvez você não queira falar sobre isso agora, mas, eu acho que chegou o momento. Antes de tudo quero que saiba que nada vai mudar o que eu sinto. Eu vou continuar te amando, independentemente do que me contar. Já passamos por tanta coisa, Gilbert, para deixarmos que nosso amor seja abalado por coisas que as vezes fogem ao nosso controle. Eu fui infantil ao fugir de você no dia em que tudo aconteceu, mas, quero que entenda que foi difícil demais vê-lo daquele jeito com Dora. Eu senti minha dignidade como mulher ferida, e me senti traída nas promessas que fizemos um ao outro. Mas, depois de certo tempo eu compreendi que eu não devia julgá-lo tão duramente. Você é humano, Gilbert. Qual pessoa não erra nunca? Eu não sei o que levou a tudo aquilo entre você e Dora acontecer, mas, eu juro que não estou mais triste com isso porque confio em você e no seu amor por mim.-
Gilbert demorou um segundo para responder como se tentasse processar tudo o que acabara de ouvir. Então, ele pegou a mão de Anne entre as suas e disse:
- Anne, eu sinto muito que tudo isso tenha chegado a esse ponto, e por culpa exclusivamente minha. Eu sou orgulhoso e puramente passional. Fiquei magoado quando você me perguntou sobre isso da primeira vez, porque pensei que você tinha que acreditar em mim mesmo sem saber da realidade dos fatos. Eu fui um tolo, meu amor, e só a ponto de te perder de verdade é que eu entendi que você tinha o direito de questionar o que tinha acontecido, porque eu provavelmente faria o mesmo em seu lugar. E por isso, eu vou te contar o que aconteceu para que nunca mais tenha que se perguntar até onde vai meu amor por você. - Ele levou a mão dela aos lábios, e depois continuou. :. - O que você pensou ter visto naquele dia nunca aconteceu, Anne. A Dora me dopou tentando conseguir algo de mim, mas ela não teve sucesso, porque todo o tempo que eu olhava para ela era você quem eu via na minha frente, e quando você apareceu, eu fiquei tão confuso que não pude dizer nada para me defender, mas, eu juro que sequer toquei nela, e quando descobri tudo por Jonas eu fui atrás de você na casa de Cole, mas, quando cheguei lá, você já estava dormindo.
Anne ouviu tudo boquiaberta. Como Dora ousara fazer aquilo? Ela tinha perdido todo o senso de decência e não merecia nenhum tipo de consideração de sua parte. E pensar que Anne tinha sido compreensiva com os sentimentos de Dora por Gilbert, e agora a ruivinha descobria que ela agira do jeito mais abominável possível. Anne fervia de raiva ao pensar na capacidade de manipulação de Dora, que se aproveitara da amizade de Gilbert para conseguir o que queria, e com isso, quase a separara do seu amor de verdade. Ela só não contara que o amor dos dois fosse tão forte que superaria mais esse revés. Dora era patética e estúpida para quem se julgava tão inteligente, e Anne prometeu a si mesma que acertaria as contas com ela em breve, e lhe mostraria com quem ela se metera. Não se fazia isso com alguém como Gilbert que sempre a estimara como uma amiga verdadeira, e a quem lhe confiara tantos segredos.
Anne olhou para o rapaz que a encarava em expectativa e se atirou nos braços dele sem pestanejar. Como pudera duvidar por um segundo da sinceridade dos sentimentos de Gilbert que sempre lhe demonstrara um amor puro e verdadeiro e isento de qualquer egoísmo? Ela deixara seu ciúmes cegá-la, e por isso tinham perdido quase dois meses de suas vidas separados, e também por isso, ela faria Dora pagar.
- Gilbert, me perdoe. Eu deixei que meu ciúme me impedisse de enxergar a verdade bem em frente ao meu nariz. Eu juro que nunca mais vou duvidar de você. - enquanto Anne falava, ela beijava todo o rosto de Gilbert, como se assim pudesse apagar todo o sofrimento pelo que ele passara por causa daquele mal entendido, suas mãos tocando-o com carinho seu peito, seus ombros, suas costas.
- Eu te amo tanto, Anne. Nunca mais se afaste de mim. É tudo que lhe peço. Vamos esquecer tudo isso, e viver nosso amor da maneira como sempre foi. - Gilbert respondeu retribuindo cada carinho que ela lhe fazia com a mesma intensidade, e em pouco tempo já estavam queimando de paixão, mas antes que perdesse a cabeça, e fizesse amor com Gilbert mais uma vez apaixonadamente, ela interrompeu o momento intenso dizendo:
- Amor, não podemos. Preciso ir para o apartamento de Cole e cuidar dele.- Gilbert parecia não ouvi-la, pois o rapaz não parava de tocá-la e beijá-la de um jeito que lhe era difícil manter sua razão intacta, ao mesmo tempo em que ele murmurava com os olhos escuros da paixão que o dominava:
- Eu quero você, Anne. Eu preciso tanto de você. Por favor, amor, seja minha mais uma vez. Anne queria ceder, todo o seu ser pedia que cedesse. Os beijos se Gilbert a estavam deixando tonta, assim como seu toque suave, porém sedutor a fazia refém dos seus sentidos. Tantos dias sem o cheiro de Gilbert, sem o gosto dele pareciam estar cobrando sua presença agora, mas mesmo a ponto de se deixar levar, ela teve que se lembrar do amigo que precisava mais dela naquele momento. Com sua pele gritando de frustração, Anne segurou as mãos de Gilbert e respondeu:
- Eu também quero você, e muito, mas, eu preciso mesmo ir para o apartamento de Cole, Gilbert. Ele me deu tanto apoio nas últimas semanas, e chegou minha hora de retribuir. - a rapaz balançou a cabeça concordando, enquanto encostava sua testa na de Anne respirava fundo, e dizia:
- Eu entendo. Mas, quando vai voltar para casa, Anne? O seu lugar é aqui
- Em uma semana Pierre volta, e então, poderei vir para casa. - Anne respondeu com seus braços ao redor da cintura de Gilbert.
- Uma semana? É tempo demais para que eu fique sem você. - Ele suspirou ainda com a testa colada na dela.
- Querido, isso não é o que desejo também, mas, eu não posso abandonar Cole agora. Não fique chateado comigo.
- Eu não estou chateado. Mas, não vou mentir. Estou frustrado com essa situação. Eu preciso de você comigo, Anne. - a voz dele estava tão necessitada quanto ela se sentia da presença dele, mas sua lealdade com Cole estava pesando mais naquele momento, e ela esperava que Gilbert pudesse entender isso.
- Eu te amo, Gilbert, mais do que você pode imaginar, e ficar longe de você nesse momento é uma tortura para mim, porém, eu nunca me perdoaria se desse as costas para Cole agora. - Gilbert assentiu, embora não parecesse muito satisfeito com a decisão dela. Ele a puxou para seu colo, seus corpos perigosamente perto, fazendo Anne perceber o quanto seria difícil manter-se firme em sua decisão de ficarem separados fisicamente por mais uma semana. E essa sensação somente piorou quando Gilbert a beijou, mordiscando seu lábio inferior. Deus! A maneira como ela o queria a estava deixando maluca, e pensar que não estariam assim durante sete longos dias. Ela gemeu em resposta aos lábios de Gilbert contra os seus e aprofundou o beijo, fazendo-o sorrir de leve. Quando ele a afastou devagar, com seu olhar perdido no dela, ele perguntou com a voz rouca:
- Tem certeza que não consigo te fazer mudar de ideia?
- Gilbert, não me tente, por favor. Eu não posso. - Anne respondeu de olhos fechados, tentando controlar sua respiração ofegante.
- Está bem, Anne. Se acha que tem que fazer isso, eu te apoio. Vamos nos vestir e depois te levo para o apartamento de Cole. - Gilbert disse acariciando o rosto dela com o dorso das mãos.
- Obrigada por entender. - Anne disse, dando um último beijo em Gilbert. Em seguida, ela se levantou da cama, pegou uma roupa no guarda-roupa e se vestiu rapidamente, e assim que Gilbert ficou pronto, ambos saíram do quarto encontrando Milk no corredor que fez a maior festa quando a viu.
- Meu amor. Está cada dia maior e lindo. - Anne disse admirada, pegando o cachorrinho em seus braços, e levantando-o na altura do seus olhos, enquanto recebia lambidas amorosas por todo o rosto.
- Ele também estava morrendo de saudades de você, e acabamos sendo companheiros de solidão um do outro. Você faz a maior falta, Sra. Blythe. - os olhos de Anne se encheram de lágrimas ao ouvir Gilbert chamá-la daquele jeito de novo. De todas as coisas sobre ele que mais sentiu falta, com certeza ouvir o nome Sra. Blythe nos lábios de Gilbert foi uma delas. Era bobagem de sua cabeça, ela sabia muito bem, mas, quando ele a chamava assim era como se os laços que tinham se estreitassem e se tornassem cada vez mais fortes. Anne o olhou com um sorriso e disse:
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Anne with an e continuação da série
FanficGilbert Blythe estava de volta, depois de uma longa viagem que durara um ano. Queria retornar à sua fazenda, rever velhos amigos, retomar a sua vida de onde havia parado. Mas um reencontro inesperado vira o seu mundo tão bem estruturado e planeja...