Capítulo 78- Pura felicidade

960 58 53
                                    


Olá, queridos leitores. Estou postando mais um capítulo da minha história. Espero que gostem, pois ela continua bastante emocional, com Gilbert e Anne tentando encontrar seu ponto de equilibro e conseguindo aos poucos traçar o seu caminho.Espero pelos comentários que me incentivam a continuar, e queria também agradecer pelos favoritos. Fico feliz por tantas pessoas estarem acompanhando minha história. Desculpem-me por qualquer erro ortográfico. Vou editar quando puder..Muito obrigada. Beijos.




ANNE

Era de madrugada quando Anne acordou com o que parecia um soluço. Ela acendeu a luz do abajur, e se virou para o lado onde Gilbert estava deitado, e percebeu que ele falava enquanto dormia. Ele parecia inquieto e se debatia em seu sono, o suor brotando em sua testa e voz feito uma súplica dizia:

- Não, por favor não vá embora! Não me deixe aqui sozinho! Anne, por que foi embora? Papai, não a deixe ir, traga Anne de volta para mim. Por favor, papai! Eu não posso perdê-la, eu a amo. - as palavras eram desconexas assim como o sonho parecia ser, mas, Anne compreendeu que Gilbert sonhava com ela, talvez levado pela tensão do dia anterior que mesmo depois da noite de amor que tiveram, não tinha abandonado Gilbert. A garota ruiva se aproximou, tocando os cabelos dele com carinho, depois o abraçou e disse baixinho em seu ouvido:

- Shhh.. Eu estou aqui e não vou a lugar nenhum, meu amor. Fique calmo, você não vai me perder, eu estou bem aqui, do seu lado. - Anne beijou o rosto de Gilbert, suas mãos traçando as linhas tensas do maxilar, passeando pelo queixo firme, descendo pelo pescoço até a nuca, e o puxou para mais perto. Suas pernas se encaixaram no meio das dele, e Anne permitiu que o calor de seu corpo nu se misturasse ao de Gilbert, fazendo com que ele fosse se acalmando aos poucos, e voltasse a respirar normalmente, e a dormir um sono tranquilo.

Pela primeira vez, depois do que tinha acontecido no dia anterior, Anne teve consciência de como toda aquela situação tinha afetado Gilbert. Fazia tempo que não via seu noivo tão fragilizado. A última vez fora quando contara a ele sobre seu aborto, ainda assim. ele se mostrara bem mais forte do que ela, e permanecera firmemente oferecendo seus braços como apoio

E quantas vezes Anne mergulhara neles, tentando encontrar ali a anestesia para sua dor, mas, nunca pensara o quanto tinha custado a Gilbert apoiá-la tanto enquanto ele mesmo não encontrara o apoio que precisava para si mesmo.

Gilbert sempre lhe parecera sólido como os recifes que ela encontrava na praia, e se esquecia muitas vezes que ele era apenas um homem que lidava com suas próprias fraquezas. Ela o abraçou ainda mais forte, sentindo a respiração dele em seus cabelos, os lábios a um milímetro dos dela. Ela os desenhou com a ponta dos dedos, sentindo a textura macia em suas mãos, para não acordá-lo ela colou sua boca na dele de leve em um toque suave que fez Gilbert relaxar ainda mais. Ele aconchegou seu corpo ao de Anne, e ambos dormiram assim até de manhã.

Anne despertou na mesma posição, pernas e braços enroscados nos de Gilbert. Ela se soltou devagar, pois pretendia deixá-lo dormir mais um pouco. O dia anterior tinha sido duro para os dois, porém, Anne desconfiava que para Gilbert fora o dobro. Naquele instante, ela conseguia racionalizar o quanto estivera agindo egoisticamente.

Gilbert estava sempre ali, para o bem ou para o mal, ele nunca soltara a sua mão e lhe dera toda força para que ela construísse algo todo seu, talvez com uma nova identidade, que a fizesse recomeçar uma vida nova, dando-lhe a liberdade necessária para que fosse ela mesma, mas, Anne de repente se lembrou, que nunca perguntara a Gilbert o que todos aqueles meses em que ela estivera mergulhada em sua dor tinham significado para ele? Como ele suportara o seu próprio luto? Como ele lidera com a dor? E se sentiu tão mal por sequer ter pensado que Gilbert também precisara dela, e Anne apenas tomara tudo dele, e não lhe dera nada em troca para se apoiar, para ter esperanças. Ela jogara em cima dele suas frustrações, sua infelicidade e sua depressão, e sequer tinha levantado os olhos e observado com mais atenção que o coração de Gilbert fora magoado como o dela, e também precisara de sua compaixão, e ela fechara a porta em sua cara não permitindo que ele entrasse e partilhasse com ela suas feridas. Anne se lamentava por carregar um fardo pesado em suas costas, enquanto Gilbert carregara o mundo inteiro por ela, e generosamente a poupara de saber como sua alma estava em carne viva e sangrava silenciosamente da mesma maneira que a dela.

Anne with an e continuação da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora