Capítulo 67- A esperança que nos une

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Olá, queridos leitores. Espero que gostem deste capítulo. tentei fazê-lo um pouco mais leve que os anteriores, mas não com menos emoção ou sentimento.Espero pelos comentários que sempre me ajudam a ter ânimo para continuar a escrever.
Muito obrigada, beijos. Rosana.


ANNE

Era uma manhã de sexta-feira ensolarada que nada tinha de comum, porque era o dia em que Diana Barry faria sua primeira prova do vestido de noiva. O casamento seria dali a um mês, e a garota estava uma pilha de nervos, porque queria que tudo fosse perfeito como vinha sonhando desde que Jerry a pedira em noivado, e até o momento não sabia bem como tudo ocorreria, apesar dos preparativos já estarem todos prontos e os detalhes do casamento terem sido revisados milhares de vezes por ela e seu noivo, e ainda assim temia que algum desastre de última hora colocasse tudo em risco. Era por isso que Anne estava no quarto da noiva naquele momento, para impedir que a menina enlouquecesse e por tabela deixasse o noivo mais nervoso que ela.

Anne estava feliz em poder ajudar, pois além de adorar esses tipos de preparativos, também a ajudava a distrair seus pensamentos que ainda a faziam cair em uma tristeza profunda, levando-a por caminhos sombrios e estado de espírito depressivo. Ela estava tentando lidar melhor com suas oscilações de humor, e a culpa que sentia dia e noite também diminuíra, embora não pudesse dizer que estivesse completamente livre dela. Não chorava mais tanto quanto antes, e estava aprendendo com Gilbert a ser mais otimista, e pensar no futuro dos dois com mais leveza. Mas, havia momentos que a pegavam desprevenida e sucumbia de novo as armadilhas do seu coração. Ela sabia que Gilbert também sofria, mas o pesar dele era menor, porque ela sentira na pele o que fora a agonia dos primeiros dias de seu aborto espontâneo, e ele o vivenciara apenas pelas palavras dela, e assim mesmo Anne não lhe contara exatamente como acontecera, porque não queria que ele passasse pelo mesmo desespero que ela tinha passado.

Mas apesar de tudo, ela não poderia dizer que estaria ali naquele momento ajudando sua melhor amiga com os preparativos finais do que seria o dia mais importante de sua vida se não fosse por Gilbert. Seu noivo lhe dava apoio incondicional, e nos piores momentos era nele que pensava para não deixar que aquela dor arrasasse com o resto de sua vida. O amor, carinho e cuidado de Gilbert eram o remédio para as emoções inconstante que teimavam em comandar seu corpo. Anne sabia que tinha que lutar contra elas, e na maior parte das vezes conseguia, mas em certos momentos algum fato ou palavra desencadeava as lembranças que ela tentava diariamente esquecer.

No outro fim de semana, Gilbert a tinha convidado para passar a tarde em sua fazenda, pois Mary queria muito revê-la. Desde que Gilbert tinha recobrado a memória elas não se viam, e Mary estava com saudades de sua jovem amiga. Aquela ausência tinha sido proposital, Anne não quisera encontrar a mulher de Sebastian antes, pois ela se lembrava do rosto da moça dando-lhe a notícia da perda do seu bebê, e Anne tinha medo que se a visse todas as lembranças ruins daquele dia voltariam, e ela não conseguiria mais esquecê-las. Porém, daquela vez não teria como evitar aquela visita, caso contrário, Mary poderia ficar ofendida, e a última coisa que queria era magoá-la por causa de sua neurose.

Chegara em companhia de Gilbert na fazenda para o jantar sentindo-se um pouco apreensiva, mas bastou olhar para o rosto bondoso e simpático de Mary para se sentir acolhida, e o medo de seu coração desaparecer. Passara uma noite ótima, conversando com Sebastian e Mary sobre vários assuntos animadamente. Mas então, Shirley que estava em seu berço acordara e Sebastian foi buscá-la, e a trouxe até a cozinha para que ela pudesse ser alimentada pela mãe. Assim, quando ele aparecera com a menina nos braços, Shirley em sua inocência mais pura estendera os bracinhos para Anne. A ruivinha sentiu-se paralisar no mesmo instante, e olhou para Gilbert sem saber o que fazer. Mas, ele estava falando com Mary e não percebeu sua aflição. Anne então decidira pegar a menina no colo, e ficou embalando-a em seu braços, enquanto sua mente traiçoeira que dizia que era para ser o seu bebê ali e não Shirley. Seus olhos se encheram de lágrimas, e ela deixou escapar um soluço estrangulado, fazendo Gilbert finalmente perceber o que estava acontecendo. Ele tirou a menina com cuidado dos braços de Anne, embora ela não quisesse largá-la, entregou-a a Mary que olhava a cena assustada, e abraçou Anne com força tentando fazê-la se acalmar.

Anne with an e continuação da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora