7. 12 anos

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Camila Cabello|Point Of View


“Eu já sou toda sua”
“Eu já sou toda sua”
“Eu já sou toda sua”
“Eu já sou toda sua”

Fiquei com essa frase ecoando em minha cabeça até pegar no sono e quando dormi sonhei com aqueles olhos verdes lindos.

Faz duas semanas e ela não me ligou. Complicado! Nem uma mensagem, nada... Estou no automático, do trabalho para casa de casa para o trabalho. Chegando em casa janto, converso com meus pais e fico no quarto da Sofia até ela dormir. Fui dormir pensando que amanhã é sábado e eu não preciso acordar cedo. Certo? ERRADO. Quando estou no meio de um sonho perfeito, eu escuto uma voz bem distante, desperto mais um pouco, umas risadas e um choque percorre meu corpo.

— QUE PORRA É ESSA? – Gritei, quando abri meus olhos, Tay estava agachada de tanto rir e Cara com um balde na mão.

— Vim te convidar pra ir pra praia, tua mãe me disse que você não sai mais e eu fiquei com remorso por te deixar sozinha nesse momento. – Ótimo, lembrou que tem amiga.

— E porque da água? Podia ter me chamado como uma pessoa normal! Bom dia Tay! – Falei um pouco emburrada.

— Bom dia Mila!

— Você sabe que quando o “monstro” está de pé, eu não chego perto de você. – VISH! EREÇÃO MATINAL! – Odeio pinto! – Fez cara de nojo.

— Porque não deixou a Tay me acordar então? – Pisquei pra Tay, ela me piscou de volta, Cara ficou com uma expressão de ódio e eu e Tay gargalhamos dessa “Cara possessiva”.

— Vocês são muito idiotas! – Disse e Tay arqueou uma sobrancelha, fuzilando ela. – Nã...o, v..oc...ê a..mo..r ! Essa imbecil da Cabello.

— Cala a boca Cara! – Tay falou, Cara assentiu e engoliu seco.

— SE FERROU SAPATÃO! – Comecei a gargalhar com a cena – Gaguejando? Amiga, assim não tem como te defender!

— Vamos Mila? – Assenti. – Então se arruma minha irmã já deve estar lá!

— Lauren vai?

— Sim ela e o Louis! Algum problema para você, a Cara me falou que ele roubou vocês, se quiser, saímos com eles e voltamos depois para ir a outro lugar, não tem problema. – Eu fiquei pensando e Cara pediu para Tay nos deixar a sós.

Depois que Tay saiu, ela sentou na poltrona ao lado de minha cama e começou:

— Eu tentei convencer ela a ir a outro lugar, mas eu já deixei ela subir na minha cabeça e só faço o que ela quer. – Eu ri dessa otária na minha frente. – Mas se você não quiser tudo certo. Saímos mais tarde. E contei a parte do Louis, a parte de que você tem os quatros pneus arriados pela Lauren eu não contei. – Joguei uma almofada nela, e ela revidou, acertando meu rosto e então gritamos.

— GUEEEERA!

Começamos a correr como loucas pelo meu quarto, ela jogou uma almofada, acertou minha cômoda, onde estavam meus perfumes e todos caíram no chão. Nossas risadas estavam tão altas que só quando eu olhei pra porta notei a Tay e minha mãe olhando para essa bagunça.

— Pensei que elas tinham 24 anos, mas 12 combina mais com elas. – Tay falou para minha mãe, eu e Cara estávamos paradas com as mãos pra trás e cabeça baixa.

— Eu tentei educar as duas, mas quando já vem com defeito, não há muito o que fazer e eu fui uma boa mãe, eu juro. – Minha mãe falou e eu e Cara nos olhamos indignadas.

— Mãe! – Exclamei um pouco sem graça

— É dona Sinu, eu estou um pouco ofendida aqui. – Cara falou e Tay aumentou o tom.

— Camila você vai? – Assenti com os olhos arregalados e Cara estava com a mesma expressão. – Bom, vai tomar banho e se arruma. Cara vai lá para baixo e esperar sentadinha no sofá. Eu não quero vocês de bagunça, estamos atrasadas.

Eu e Cara obedecemos, eu fiquei com medo da Tay. Será que ela lembra que trabalha pra mim? Melhor não perguntar. Tomei banho e vesti uma sunga vermelha, a parte de cima do biquíni da mesma cor, uma bermuda preta e uma regata branca colada no corpo. Desci e Cara estava sentadinha e quieta, enquanto minha mãe e Tay conversavam. Sentei-me ao lado da Cara e fiquei na mesma posição que ela.

— Você podia me ensinar isso qualquer dia. – Minha mãe falou debochando da nossa cara de medo.

— Claro! Vamos crianças! – Tay falou. Eu e cara levantamos e corremos para porta gritando juntas um “EEEEEEEEHHHHH”. –  Tay balançava a cabeça negando e minha mãe gargalhava na nossa palhaçada.

No caminho, Tay foi falando que não era para Cara olhar para ninguém, conversar com ninguém e que eu deveria fazer o mesmo, para ajudar a Cara e dar apoio a ela. Disse que ia ficar o tempo todo de olho e que onde estávamos às vadias enlouqueciam. – Essa garota sabe que trabalha pra mim?

Quando chegamos, eu e Cara descemos correndo do carro tirando a roupa e apostando corrida até a água. Ela ganhou e ficou me zoando como sempre.

— Está pronta? – Perguntou

— Não sei! – Você sabe que eles vão agir como casal néh? – Assenti triste. — Vão se beijar e tudo mais! Esta pronta?

— Agora não! Eu não devia ter vindo. Vocês contaram que eu viria pra ela?

— Ela disse que pra Tay que não tinha problema.

— Sei.

— Vamos?

— Vamos!

Quando estávamos saindo da água, duas meninas se aproximaram, perguntaram se a gente lembrava delas e automaticamente nós olhamos para Tay, que estava em pé, com as mãos na cintura e batendo o pé na areia. Pedimos licença, uma entregou um papelzinho pra mim e a outra pra Cara. No meu tinha uma frase, peguei o de Cara para ver se era igual e mostrei o meu pra ela. Rimos, até encontrar Tay na mesma posição. Lauren e Louis já tinham chegado e Cara deu um “oi” eu acenei para Lauren e ela retribuiu, LINDA! Mas eu estava com tanto medo da Tay que não quis perder o foco e voltei minha atenção pra Tay.

— O que elas queriam? – Ela perguntou com o tom autoritário, fui pé por pé, sem tirar os olhos dela, me abaixei,sem perder o contato visual. – Tenho medo de que quando isso acontecer, ela me dê um tiro ou algo assim, porque ela está furiosa. Pego nossas roupas e volto alcançando as da Cara para a mesma. Nos vestimos ainda olhando para ela. – Ninguém vai me responder? O que aquelas putas queriam?

— Nada amor! Elas perguntaram se a gente lembrava delas! – Tay ficou com uma cara que deu mais medo dela.

— Foi só isso Camila?

— Fo.. Foi Tay! – Porque eu gaguejei?

— Me dá o papel Cara? – Cara fingiu com uma cara de confusa. Que safada! – ME ENTREGA A PORRA DO PAPEL DELEVINGNE, AGORA! – Tay gritou, Cara estava estática, acho que em choque, então eu peguei o papel da mão dela e entreguei para Tay.

— Vamos ver. – Ela disse e eu e Cara não respirávamos, eu sou uma jovem solteira e estou passando por essa situação.

— “Cara! Me liga e vamos repetir a dose, dessa vez só nós duas.” Tem beijo com batom cor de PUTA e o telefone da PUTA do lado. – Ela rasgou o papel e estendeu a mão para mim. – Agora o seu Cabello.

— Mas...

— AGORA! – Estendi a mão pra ela. – Essa PUTA colocou o beijo primeiro. — “Cabello, me liga, preciso te sentir de novo, aquela noite foi inesquecível e esqueça suas regras eu deixo você fazer o que quiser comigo". – E o que quiser esta sublinhado. O telefone da PUTA está do lado. – Eu e Cara nos olhamos, sorrimos e batemos high five.

— Corram! – Tay rosnou.

— Ah! Para t... – Ela nem deixou eu terminar.

— Corram agora!

— Amor e... – Cara também não completou a frase.

— Corram agora ou eu vou quebrar os dentes das duas.

Corremos pra água novamente, rezando para não encontrar ninguém. Quando paramos de fugir, estávamos muito longe e minha voz voltou.

— Mulher braba! – Eu exclamei e continuei. – Eu não sou nada dela e fiquei toda borrada.

— Nem me fale, é essa nossa maldita fama, deixa as mulheres neuróticas. E ai? Viu a olhos verdes?

— Vi, mas eu estava com tanto medo de morrer, que nem pude aproveitar o momento. – Ela sorriu. — Mas quando eu dei oi ela, ela nem me olhou direito.

— Claro vocês nem se conhecem “direito”! – Ela falou, eu sempre me pergunto se posso ou não contar do beijo para ela.

— É! Será que já passou a raiva da Tay?

— Não sei! Tomara que no caminho de volta ninguém nos pare!

— Amém irmã! – Fingi rezar e gargalhamos.

Quando voltamos para a areia, pegamos a bola e começamos a jogar. Tay nem olhava pra gente. Lauren ela estava linda, mas com uma blusa e uma bermuda. Com esse calor, como ela aguenta?

Sentamos uma de cada lado da Tay e começamos a fazer palhaçadas até ela rir. Fomos advertidas, “na próxima morremos”, palavras dela e eu não vou duvidar. Quando olho para lado vejo três mulheres se aproximando:

— DJ? – Pergunto. Dinah era uma amiga muito próxima, até começar a namorar a Normani e eu não saia mais com elas, para não segurar vela.

— Hey Mila! Quanto tempo? – Ela falou me puxando para um abraço.

— Muito néh! — Como está você Normani? – Perguntei estendendo a mão e ela também me puxou para um abraço.

— Ótima! – Ela me olhou um tempo e Dinah também me encarava. Será que meu rosta está sujo? – Sentimos sua falta Cabello!

— Eu também meninas! – Sentia mesmo, mas depois que eu virei “a das regras”, me afastei de todos. Só eu e Cara, e às vezes o Renan.

— E ai cabello? – Uma baixinha, com um cabelo lindo me chamou, eu acho que a conheço, mas não me lembro de onde. Ela está sorrindo e tem covinhas nas bochechas. – Muito fofa!

— E ai? Como esta? – Falei. Todos tinham parado para ver nossa interação, olhei para Cara e ela fazia uns gestos loucos e eu estava boiando.

— Estou bem! Melhor agora para falar a verdade! – Ela mordeu o lábio e olhou pra meu amigo. – OPA! Ela quer meu corpo nu!

— Ótimo! – Cara se aproximou de mim e me puxou para lado. Sussurrou.

— É a Ariana! Lembra aquela da sala de segurança da boate. – Pensei um pouco, bastante na verdade, mas me lembrei de pouca coisa.

— Ah! Eu me lembro de muito pouco!

— Tá! Eu não ia te contar, mas as meninas a trouxeram, para ver se vocês ficam.

— Nada a ver! Eu não preciso de cupido Cara. Você mais que ninguém sabe disso.

— Eu falei, mas ninguém deu bola, eu já te disse que eu não mando em nada nesse relacionamento.

— Mas é uma passiva de merda, mesmo! Por isso que a Tay não quer me ver de saliência. Ela assentiu. – E a Lauren, o que falou?

— No começo ela foi contra e me ajudou. Mas depois ela desistiu e não falou mais nada.

— Hum! Esta bem, mas eu não vou ficar com ela de novo!

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