46. Extremo

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Lauren Jauregui | Point Of View



Convidei Camz para ir embora, mas Dinah quase nos arrastou para o bar que ela administrava em sociedade com a Normani. O lugar era sofisticado, tinha uma música suave e o palco indicava que também possui música ao vivo, às vezes.

Sentamos em uma mesa e conversamos sobre assuntos aleatórios. Quando um homem se aproxima de nós e Dinah me olha meio estranho. Quando ele chega perto o reconheço, Justin, meu ex-namorado, um babaca que depois que tirou minha virgindade, terminou comigo. Ele cumprimentou todos da mesa e quando chegou perto de mim.

— Laur, que saudade de você. – Falou me abraçando, mesmo eu nem tendo levantado para cumprimentá-lo. Camz grudou do meu lado, eu nem sei como.

— Bom, legal o abracinho, agora chega. – Camila falou afastando o Justin. — Não vai me apresentar Lauren. – Camz estava muito irritada, o tom da voz denunciava isso. Norminah só riam da situação.

— Claro amor! Justin essa é minha noiva, Camila. Camila este é Justin, um amigo antigo. – Ele levou a mão para Camz apertar, mas ela só acenou para ele. Confesso que essa Camz ciumenta eleva meu ego lá no céu.

— Amigo antigo? A gente foi bem mais que isso, não acha? – Camila bufou e os olhos dela estavam vidrados em Justin.

— É namoramos...

— Na verdade... – Eu não acredito que ele vai falar sobre aquilo. — Eu devo ter um lugar bem especial na vida de Lauren, pois fui o primeiro homem dela.

— Nossa Justin, que desnecessário. – Camz levantou, se despediu das meninas e foi em direção à saída. Ela vai me deixar aqui? Fui até ela, mas meu braço foi puxado antes que eu alcançasse a porta.

— Hey Laur, é sério, estou com saudade e você está uma mulher linda. Poderíamos sair qualquer dia desses. – Falou me puxando para junto de seu corpo e eu o afastei bruscamente.

— Pelo amor! né? Eu estou noiva, bloqueou essa parte? E nem se não estivesse, você me usou e me largou. Conseguiu o que queria, comeu uma virgem, agora esquece que eu existo.

— Noiva da Cabello? Quantos chifres você leva por dia? Já deve ter perdido as contas.

— Lauren entra na droga do meu carro agora. – Eu não sei de onde Camila surgiu, mas ela não estava brincando, seus olhos eram pura fúria. Assenti e fui em direção à saída, mas parei na porta.

— Nossa a Cabello poderosa, tem medo da concorrência. – Camila soltou uma gargalhada.

— Você? Concorrência? Então está muito fácil para mim. Agora se eu ver que você encostou nela de novo, sem que ela permita, eu juro que te mato. – Eu estava acompanhando a briga, com medo que Camz se machucasse ou algo assim. Ela me olhou. — Eu disse para o carro. – Dessa vez eu fui e senti sua presença me acompanhando. Me sentei no carona, fiz menção em falar.

— Não quero ouvir sua voz Lauren. Preciso me acalmar.

— Mas eu não fiz nada. – Camila bateu as mãos no volante

— Cala a boca Lauren. Eu estou cansada de gente te beijando, ex te abraçando e eu não posso nem conversar com ninguém. Isso está exaustivo. – Ela falou gritando, de um jeito que nunca tinha falado comigo.

Fiquei quieta e ela me levou para casa. Parou o carro em frete a ela e eu soltei meu cinto. Ela nem me olhava, eu jurava que depois da surpresa, teríamos uma noite maravilhosa. Me enganei, eu nem consigo falar. Quando fui me desculpar de novo, ela abriu a porta do meu lado por dentro e a empurrou. Aquilo me cortou o coração, mas sai do carro e bati a porta. Ela arrancou o carro e saiu cantando pneus. Quando cheguei a meu quarto, comecei a chorar de raiva. Camila nunca tinha me tratado desse jeito, isso me fez questionar se me casar com ela era o correto. Nós brigamos o tempo todo e depois fugimos uma da outra. É infantil e cansativo. Sentei no chão da sacada da minha janela e chorei tudo que tinha para chorar e me senti culpada por saber que fiz pior com ela por muito menos. Escorei a cabeça na parede e ouvi um barulho de carro. Era ela. Andou pelo gramado e escalou até minha janela

— Eu vou chamar a polícia. – Ela se assustou e caiu no chão. Eu corri para ver se ela estava bem. Mas ela já estava escalando novamente e levei aquilo como um “ela está ótima”.

— Porra quase morro de susto e depois na queda. Quer me matar mulher?

— Porque não entra pela porta como gente normal?

— Será que é porque eu sei que você não a abriria para mim?

— Você foi uma babaca, Cabello.

— Falou a sensata da relação.

— Não estou competindo, só estou dizendo que você me tratou como uma cadela. – Ela ficou perplexa e não conseguia falar. — Eu acho que nós devemos ficar sem nos ver por alguns dias. – Ela me olhou incrédula.

— Isso é brincadeira né?

— Eu preciso pensar.

— Pensar no que? – Fiquei com medo da reação dela, por isso tomei um pouco de ar antes de falar.

— Se é certo nos casarmos, acho que nós duas não temos maturidade para isso. – Ela sorriu e negou com a cabeça.

— Você que sabe. Foi a primeira vez que fiquei com ciúmes e não te tratei como cadela, só não consigo ver outro te tocando. Mas tanto faz, foda-se! Você que sabe.

— Não fale como se não se importasse. Você sabe que é o correto.

— Se você diz. Mas nós duas sabemos que o correto, era um “não” naquela torre maldita. – Ela foi descer a sacada, fui tocar sua mão e ela tirou de forma bruta, nos impedindo o contato. — Vai se ferrar Lauren. Eu aguentei tanta coisa e na primeira mancada tudo é levado ao extremo. Vai se ferrar. – Ela saiu bufando e novamente partiu cantando pneus.

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