169. Sem Possibilidade (FIM)

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Camila Cabello  |  Point of View


Com o passar dos dias, talvez por ter escutado aquela conversa, senti Lauren mais distante. Tanto que hoje ela saiu
com a irmã e os meninos já voltaram da escola e ela não voltou. Apenas respondeu minhas mensagens para não me deixar preocupada, mas até as mensagens delatavam algo estranho entre nós duas. Acho que um pouco pode ser por conta do sermão da diretora da escola, mas Taylor plantou uma coisa naquela cabecinha criativa e agora vai ser complicado tirar isso dela.

— Papa! Estou falando sério, não sei o que fazer! – Greg exclamou e eu dei risada, pois ele fica mais lindão quando está irritado. Me pediu algum conselho sobre a empresa.

— Desculpe, príncipe, mas estou pensando na sua mãe. – Sentei ao lado dele no sofá. Ele estava jogando com os irmãos. – Demita o contador, ele está roubando você.

— Não!

— Sim. É seu amigo, mas tudo que me contou só leva a uma alternativa, ou ele está nos roubando ou Lívia está roubando você. Então, Greg. Essa é sua empresa agora, troquei as fraldas de Lívia, ela é quase ou tão rica quanto nós, acha mesmo que ela precisa roubar?

Ele ficou pensativo e seguiu jogando com os irmãos. Logo Lauren chegou com Mer e se juntaram a nós na sala. é tão bom quando todos os meus filhos estão na nossa casa.

— E o Philip? – Mer perguntou e Greg deu os ombros. — Mais uma briga?

— Definitivo agora. Ele tem essa coisa de sair, ter milhões de contatos... Afff... Eu não quero mais isso, viver preocupado é a pior forma de viver. É como se eu vivesse me desgastando e ele só ficasse com a parte boa do relacionamento. Eu trabalho muito... O dia todo, eu queria alguém que me perguntasse como foi meu dia, não que só me chame quando precisa muito de mim.

— Sempre foi assim? – Lauren perguntou, essa altura estávamos só nós quatro na sala, os gêmeos já estavam dormindo.

— Sempre. – Ele disse escorando a cabeça na guarda do sofá.

— Porque suportou?

— Porque eu amo ele. Eu sei amar uma pessoa, vocês me amaram, me ensinaram a amar e eu o amo com todas as minhas forças e eu achei que um dia, ele acordaria e me veria como eu o vejo. Só que agora eu não tenho mais cabeça, estou cansado, meu corpo está cansado, minha alma está doente e ele não liga. Simplesmente não liga, nunca vai ligar.

— Ele não merece você, achei que ele fosse um cara legal. – Lauren disse e foi abraçar Greg.

— Porque o Greg só falava bem dele, não tinha como não gostar.

— Falava o que o meu coração mandava.

— O seu coração não é muito esperto. – Mer disse e Greg a empurrou com o pé. — Vou deitar. – Ela disse e pegou a mão do irmão. — Vem! Preciso de mais alguns detalhes dessa fase terrível que você me fez invejar como se fosse um conto de fadas.

— Idiota! – Ele disse abraçando a irmã. — Não fui eu. Sua chance de ganhar nossa competição.

— Que competição? – Lauren perguntou.

— Queremos ver quem vai conseguir o casamento perfeito como o de vocês. – Eles disseram quase que juntos e sumiram da sala quando começaram a subir escadas.

— O que está acontecendo? – Perguntei me ajoelhando no chão e ficando entre as pernas dela enquanto segurava sua cintura.

— Eu não sei.

— Conversei com o Rams, pedi desculpas a diretora, mandei flores para os pais do menino que ele socou e pedi perdão a você. Não sei mais o que fazer. – Ela segurou meu rosto entre as mãos e ficou me analisando, sorri, ela deve estar procurando semelhanças com o Greg. — Lauren... Ele não é meu filho biológico. Sempre me preveni, só aquela vez que fui idiota, mas ela abortou... Ela não teria porque mentir.

— Quem falou?

— Ouvi uma conversa sua com a Tay. – Ela escorou a testa na minha.

— Eu acho que você devia fazer o exame ou conversar com a Elisha... Eu realmente estou na duvida.

— Já faz tanto tempo, não sei onde encontrar a Elisha.

— Tay encontrou.

— Lauren, se ele for meu filho... E se ele se revoltar contra mim? Achar que a culpa for minha...?

— Você tem certeza que ele não é seu filho biológico. Não tem? Faz essa droga de exame e tira essa duvida da minha cabeça. – Eu sorri e ela bateu no meu rosto de leve.

— Vamos fazer os cálculos... Eu a namorei na faculdade e nós o conhecemos sete ou oito anos depois. Estávamos a cinco anos casadas... Tem alguma ligação aí? Faz algum sentido? Ele é meu príncipe, meu pequeno, meu primeiro filho... Nosso filho. Não é um papel que vai mudar isso. Eu não posso mudar meu passado, mas eu me preveni sim, todas às vezes. Tenho certeza disso, com a Elisha eu tinha um relacionamento, eu estava apaixonada e bêbada, vacilei. Está no passado, não posso mudar, ela abortou, ela não me escolheu e acabou. Estamos velhas para ficar com briguinhas.

— Eu não estou velha.

— Não mesmo. Está tão bela quanto no dia em que te conheci. – Selei nossos lábios e ela me abraçou forte.

— Você está certa. Não tem como ser, mas a Tay é tão convincente quando quer, realmente, não me detive a esses detalhes.

— Detalhes importantes. Essenciais.

— Não fale como se eu fosse neurótica.

— Eu não estou falando isso, só estou comprovando o porquê da minha certeza do Greg não ser meu filho biológico. Não faria diferença nenhuma se fosse, meu amor por ele é descomunal e ele é meu pequeno comandante. Sempre vai ser.

— Como o tempo passou, não é? Ontem ele era um garotinho com complexo de abandono e hoje é um homem, um
empresário bem sucedido. A Mer uma mulher feita... Tão forte e genial, com tantas ideias... Ela fez em um ano o que eu não fiz em 18.

— Eles são incríveis. Mandamos muito bem com eles.

Ela assentiu e me aconcheguei mais nela, ela ligou a TV e ficou me fazendo cafuné até eu dormir.

FIM

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Não permito adaptações, traduções ou a conversão em PDF de todas as minhas obras. A autorização para adaptação é concedida exclusivamente para @GigioKiss, que organizou e postou todas as fanfics contidas no meu perfil.

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