155. Grande Família

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Camila Cabello  |  Point of View



Meu pai convidou os gêmeos para ir a pracinha no sábado pela manhã, então fui até a casa dela, para conversar com minha mãe.

— Filha! – Ela me abraçou. — Entra. Que bom ver você.

— Mãe... Eu a amo muito, mas precisamos conversar sério.

— Claro, filha. Vem! Vamos nos sentar. – Me sentei no sofá dela e ela sentou-se ao meu lado.

— Mãe... Mer me contou tudo. Da prostituta para o Greg ao envenenamento contra a Isabelle chiclete.

— Não foi uma prosti...

— Não importa. Isso é nojento. Eu acho isso o fim dos tempos... A virgindade deve ser perdida com quem amamos. Eu daria tudo para poder ter tido isso. – Sua expressão se entristeceu. — Eu já fui grossa com você e agora estou tentando ser... Simplesmente filha. É um apelo mais que desesperado, mãe. Deixe meus filhos amarem quem eles quiserem... A empresa nunca vai deixar de dar lucros... A empresa nunca viu tantos lucros. Estamos fazendo um ótimo trabalho e a sexualidade não influiu nisso. Nossa vice-presidente é lésbica, ela é casada com nossa designer e isso não influiu em nada. Sei que a senhora me acha uma péssima mãe... Uma pau mandada, mas eu estou dando o meu melhor.

— Só não quero que eles sofram o que vocês sofreram.

— A vida é assim, mãe. Se eles não sofrerem por isso, vão sofrer por outra coisa. Ela só está nos deixando fortes. Essa é uma época confusa... Não os deixe mais perdidos.

— Tudo bem. Não vou me meter mais nisso.

— Promete?

— Prometo. Não posso dizer que estou muito bem com isso, mas não vou me meter. – Eu a abracei.

— Obrigada mãe.

— Bom... já que você veio... Que tal assarmos uns biscoitos?

— Ótima ideia.

— Vou ligar para Lauren e para Cara. Vamos deixar essa casa cheia.

— Ótima ideia. Vou ligar para o Renan. – Ela assentiu.

Depois de uns minutos, a casa estava cheia mesmo, meu pai já havia voltado com as crianças e estava ajeitando a churrasqueira.

— Você convidou a Sasha? – Cara perguntou.

— Não.

— Convide ela. Rob está de pegação com a filha dela. – Arregalei os olhos.

— Sério? – Ela assentiu. — Vou chamá-la então.

Não demorou a que elas chegassem e o Rob ficasse bem idiota olhando para Lívia. Eu sempre achei que Greg a namoraria... Por mais que não admitisse, eu gostava da ideia.

Greg e Mer estavam me ajudando a preparar as fornadas e fornadas de biscoitos que não pareciam suficientes.

— E vocês dois? Não tem amigos para trazerem? – Eles se entreolharam.

— A vovó não aceita muito bem nossos “amigos”.

— Eu conversei com ela. Está tudo bem agora.

— Vou ligar para Isa. – Mer disse quase correndo.

— Não suporto essa oxigenada. – Greg falou.

— Ela não é ao ruim.

— Meu santo não bateu com o dela.

— E você? Não tem ninguém?

— Não. Não superei aquela traição baixa.

— É difícil mesmo. Mas você tem que tentar.

— Eu sei... – Ele olhou para o sofá da sala. – O Rob é um gatinho...

— Não. Ele está ficando com a Lívia... Ou algo do tipo. – Ele olhou para o sofá novamente.

— Ela não parece muito interessada. – Olhei também e fiquei analisando...

— Acho que ela está, mas não tanto quanto ele.

— Tolice minha. Ele é meu primo. – Não falei nada, só coloquei a última fornada de biscoitos no forno e o liguei. Mer entrou na sala, com o celular na orelha.

— Papa! O pai da Isa mandou o carro para o conserto. Você pode pegá-la?

— Sim. – Ela saiu correndo dali. — Buscar aquele chiclete.

— “Ela não é tão ruim.” – Greg disse me imitando.

— Respeite a alfa da casa.

— Bela alfa você.

— Eu tento.

— Mas não consegue.

— Você não sabe de nada.

— Mama faz o que quer de você.

— É bom que ela pense isso... Sabemos a verdade.

— Que verdade? – Arregalei os olhos quando ouvi a voz de Lauren.

— Nada, amor. – Greg começou a gargalhar. — De novo não. – Falei frustrada, sabendo o que eu teria que admitir novamente.

— Que verdade, filho?

— Quem manda na casa.

— E quem manda Camz?

— Papa. A Isa está esperando. – Mer falou.

— Claro! Já estou indo. – Falei e saí da cozinha.

— Cabello, vem cá! Quem manda na casa? – Ignorei e corri até a porta. — Cabello!

— Cheguei à frente da casa de Isabelle. Seus pais estavam sentados na varanda. Tive que descer do carro.

— Olá Srs. Drummond!

— Olá Sra Cabello. Como está?

— Bem. E vocês?

— Bem. – Isa saiu de casa.

— Volto mais tarde. – Ela beijou os dois.

— Foi um prazer. – Eu disse e eles disseram o mesmo.

Entramos no carro e Isa me abraçou. Ficou um bom tempo agarrada a mim.

— Obrigada, Sra. Cabello. Sei que a Sra. ajudou de alguma forma.

— Só quero minha princessinha feliz. Não a machuque e ficaremos bem.

Ela assentiu e voltamos para o casarão.

Mer nos esperava na frente e Isa correu até ela, pulando em seu colo. Foi bonito, até a parte em que elas se beijaram e eu saio quase correndo dali, fazendo caretas exageradas. É como ver dois ursinhos panda acasalando, foi de Own para Argh!

Minha esposa me esperava perto da porta, observa a filha quase acasalando com a outra panda e balança a cabeça.

— Hormônios... – Ela diz com naturalidade.

— Nada que um relho não resolva! – Ela gargalhou.

— Você? Com um relho para a Mer? Se fosse qualquer outro filho seria menos hilário.

— Posso trazer a Oficial Cabello para cuidar das crianças também . – Ela parou de sorrir.

— Estamos falando dos hormônios de nossa filha... Não mexa com os meus. – A puxei com força e falei próxima ao ouvido dela.

— Não me duvide mais... Ou trarei a Oficial para dar um jeito em você. – Os pelos de sua nuca se arrepiaram.

— Você não vale nada... Com ou sem a fantasia. – Ela disse se soltando e caminhando até a sala. Suas pernas estavam bambas e tive que rir quando ela perdeu o equilíbrio. Ela levantou o dedo do meio para mim.

— Eu avisei. Esse desacato não ficará impune. – Ela virou e me encarou sorrindo safada. Ela quer ser visitada... Então ela será.

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