Aprendendo A Viver

106. Terapia

Camila Cabello  |  Point of View

— Você sempre faz isso...

— Porque eu não quero que você faça besteira. Não estou falando em me trair. Não quero que você fique bêbada e algo sério aconteça com você. Você é preciosa demais para mim. – Ela fez a volta no carro e abriu a porta ao meu lado, pegando meu braço. — Vem, vamos conversar. – Sai do carro e a acompanhei. Ela sentou na escada em
frente à porta, fiquei em pé a sua frente. — Amor... Eu não quero atenção indo para a academia, só quero ficar bonita pra você. – Fiz menção em falar. — Não! Vou te escutar, mas deixa eu falar primeiro. – Assenti. — Eu sei que você me acha perfeita, mas eu quero me sentir bem para estar completamente à vontade com você. Isso não pode se repetir, Não podemos discutir na frente das crianças. Sei que não sou a sensata da relação, mas não podemos dar esses ataques de ciúmes, um pouco é normal, isso já está preocupante. Até o Greg já esta possessivo. Minha mãe acha que de vemos procurar uma terapia de casal. – Me ajoelhei na frente dela.

— Você quer mesmo isso?

— Eu quero ser feliz com você, Camz! Se isso for ajudar...

— Ok. Vamos fazer isso. Me desculpe! Eu queria controlar, Lo. Juro que é mais forte que eu. – Ela colocou as mãos na lateral do meu rosto.

— Não se desculpe! Eu também tenho esse problema, sinto o mesmo e não consigo controlar. Desculpe por não ter te defendido daqueles escrotos, mas o Greg estava ali e não queria que ele presenciasse uma briga.

— Eu sei amor! Não seria sensato. Eu queria arrebentar aqueles idiotas, mas só consegui pensar no Greg na hora.

— Eu sei. Você não é uma aberração, você é o ser humano mais incrível que eu conheço. Uma esposa perfeita e como mãe então... Nem se fala. Não importa o que os outros falam, eles não te conhecem, não sabe o quão maravilhosa você é. Eles nunca vão te conhecer como eu te conheço. – Senti uma lágrima escorrer por meu rosto. Ela a beijou e eu sorri. — Não quero parar de sentir ciúmes de você, só quero diminuir a intensidade.

— Obrigado, Lo! – Dei um selinho demorado nela. — Agora vamos conversar com o Greg, ele estava assustado. – Ela assentiu.

Greg estava deitado na cama dele, fitando o teto. Nos deitamos, uma em cada lado e ficamos olhando para o teto
também.

— Vocês estão brigadas ainda?

— Não!

— Vocês vão brigar de novo?

— Talvez sim, mas isso é normal em um relacionamento, filho! Casais brigam e se acertam depois. Só não vamos mais fazer isso na frente de vocês.

— Porque vocês brigam?

— Eu sou insegura e ciumenta e Camila é ciumenta e possessiva. Isso é bem complicado, mas vamos aprender a lidar com isso.

— Eu não gosto que vocês briguem.

— Não gostamos de brigar meu filho, mas essa é uma condição humana e não podemos evitar.

— Vamos melhorar. Prometemos.

— Tudo bem, então! Você não é uma aberração, papa!

— Você não sabe o que é isso filho.

— Um dia na escola, uns pais me chamaram de filhinho da aberração. Eu não entendi, mas a Tia Cléo falou para eles que na próxima vez, a escola colocaria um processo neles e disse que aberração eram as pessoas que nos tempos de hoje, eram ruins e espalhavam o ódio. Você não é assim, papa!