4. Posso dar oi?

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Lauren Jauregui|Point Of View



Meu nome é Lauren, tenho 25 anos, moro com meus pais Michael e Clara Jauregui e tenho dois irmãos, Chris e Taylor. Eu namoro há um tempo, com um cara chamado Louis, o que não melhora em nada o meu humor diário. No começo ele era um fofo comigo, eu me sentia um pouco mais feliz, mas ele mudou da água para o vinho. Por quê? Ele foi demitido do outro emprego dele, não falou a causa, a nossa empresa não andava muito bem das pernas e então, milagrosamente, é porque quando alguém perde o emprego, logo vem à ideia que ela não pode esbanjar dinheiro, Louis fez uma proposta para o meu pai, que aceitou prontamente, era a única saída, nenhum banco queria fazer mais empréstimos, ele já devia muito, o Louis salvou nossa empresa. O único problema desse contrato, é que o único que pode desfazer esse acordo é o próprio Louis, caso tal atitude parta do meu pai, a quebra resultaria em multa com o valor muito alto, cá pra nós, qualquer valor é muito alto para a nossa empresa no momento e isso tudo resulta no meu dilema de não querer acordar todas as manhãs, eu não posso terminar com o Louis, com certeza ele quebraria o contrato e ferraria com a nossa vida, eu não posso abandonar minha família agora. Sabem como o Louis mudou comigo? No começo ele era um príncipe comigo. Depois do contrato, quando está na frente dos outros é um amor, mas quando estamos sozinhos, me trata como lixo, diz que o dia que ele me largar, ninguém vai me querer e também ficou violento, me bate por ciúmes, me bate quando eu me nego a transar, me bateu quando eu tentei terminar com ele e me bate até quando alguém olha pra mim, como se eu pudesse controlar isso.

Mas eu sonho muito, com o dia que eu serei verdadeiramente feliz. Como minha irmã Tay, ela está muito feliz, adora o emprego, está ficando com uma pessoa que ela gosta e que gosta dela também... eu acho!. Ela não desistiu da felicidade pela família e eu não a julgo por isso. Para falar a verdade, só eu e papai sabemos da real situação. Tentamos faze-la ficar na nossa empresa, pois, a única desculpa para o Louis não entrar para a nossa diretoria, era que o único lugar vago era o de Tay, essa desculpa colava. O porquê dessa desculpa? Meu pai não confia no caráter do Louis. Não se sabe de onde ele tirou tanto dinheiro.

Como Tay não mudou de idéia, jogamos sujo, recorremos a todos os lugares e fizemos o possível para convence-los a não contratar ela. Eu sei que isso é baixo, mas situações desesperadas pedem medidas desesperadas e eu mais que ninguém sei que do que o Louis é capaz, meu corpo todo é marcado, claro, só onde a roupa esconde, porque ele não é burro e sabe que se um dia meu pai sonhar com isso, ele o mataria. Tudo ia bem, todas as empresas aceitaram, ninguém se importava muito, estagiários existem aos montes. Ia! Até aquela idiota... Mais linda do mundo, foco! da Cabello contratar Tay e estragar tudo.

Está bem, que eu me atrasei, não pude dar explicações sobre o porquê do pedido para Camila, também! Quando eu entrei na sala dela eu simplesmente esqueci o que eu fui fazer ali, ela é perfeita, eu quase travei, quando ela sorriu, eu senti o meu coração bater tão forte, uma sensação tão boa, sabe? Meu peito estava aquecido de novo, arrisco a dizer que eu nunca me senti daquele jeito. Eu não sabia o que falar, então tive a brilhante idéia de ser rude com ela, ela foi grossa comigo, eu insisti, mas antes de qualquer argumento convincente de minha parte, Tay chega na sala, eu gelo na hora que ela me pergunta o porque de estar ali, mas ela está tão feliz por ter conseguido o emprego, que não se importou com minha explicação. Outra brilhante idéia me veio à mente, tentei deixar a Camila desconcertada na frente da Tay, talvez assim ela percebesse que a coisa é séria, mas ela não cedeu e brincou com a situação. Sai daquela sala bufando, mas quando me lembrei daqueles
olhos castanhos, eu esqueci até o meu nome e a raiva passou.

Contei o ocorrido para o meu pai, ele ficou triste, mas disse que a felicidade da Tay também conta... já a minha!, então decidimos não contar isso para o Louis, ele que descubra sozinho e nesse tempo vamos pensar em algo. Depois a Tay me contou que o Louis tinha roubado a empresa da Camila e disse que eu tinha que terminar com ele. Foi então que eu contei tudo para ela, até a parte que eu odiava a minha vida, ela disse que ia largar o emprego e trabalhar com a gente, mas eu não deixei, a culpa disso tudo, relativamente é minha, quem colocou esse idiota em nossas vidas? Eu. Quem tem que sofrer?

Eu penso muito na Camila, meio bobo, eu a vi apenas uma vez, mas eu não controlo isso, eu sinto como se eu a conhecesse há tempos, ela é tão fofa e sexy ao mesmo tempo. Quando a música “there is a light that never goes out” tocou, meu coração errou a batida, ela veio com tudo na minha mente e então eu percebi o quanto eu preciso dela. Eu pesquisei um pouco sobre Camila, não achei nada de interessante, ela deve ser reservada.

Um dia Ariana veio nos visitar, o pai dela é amigo do nosso pai e a gente se suporta por causa disso. Quando a Tay falou pra ela que trabalhava com a Cabello, Ariana gritou um “Mentira”, Tay perguntou se ela a conhecia e ela sorriu maliciosamente.

— E muito bem, eu diria! – Nossa, eu acho que fiquei com ciúmes.

— De onde? Vocês namoraram ou algo do tipo? – Perguntei e as duas riram, mas eu não entendi.

— Eu conheço ela de uma balada, é só em baladas que você conhece a Cabello, eu queria ter algo mais com ela, lógico, todas querem, mas ela tem as “regras” dela e não as quebra por ninguém.

— Que regras? – Elas já me olhavam estranho, talvez por causa de minha curiosidade repentina.

— As “regras” da Cabello, que a amiga dela, Cara, também usa. Ela não leva ninguém na casa dela. Ela não vai para casa de ninguém. Ela não troca contatos e ela não fica com a mesma mulher duas vezes. Sabe aquela música “Sem querer”? – Perguntou e eu assenti. – Parece que foi feita para ela. – Ela brincou. E eu achando a Camila fofa, eu nasci pra ser otária.

— Mas e a amiga dela, você fica com ela Tay? – Ariana arregalou os olhos quando eu falei.

— Eu fico desde que eu comecei a trabalhar lá. – Contou toda orgulhosa. – Ela mudou muito por mim.

— Me conta o que você fez, eu quero tentar com a Cabello. – As duas soltaram uma gargalhada. Eu fiquei com mais ciúmes, mas eu não posso fazer nada, minha vida já está definida e também eu sou muito romântica, se a Camila for desse jeito, ela não pode ser meu “perfect match”.

— Nossa Ari, está apaixonada pela minha chefe? – Tay perguntou.

— Não, eu só quero transar com ela mais uma vez... Ou duas. – Elas riram – Ela é muito babaca, mas é gostosa. Ela é tipo... Uma deusa do sexo! – Confesso que um calor me subiu aqui. Controle-se Lauren.

— E é grande? – Tay com um sorriso malicioso perguntou e Ariana abriu um mais malicioso ainda. Mas o que é grande?

— É enorme, eu pensei que não ia aguentar! – Tay gargalhou e Ari acompanhou.

— O que é enorme? – Perguntei na total inocência.

— A Camila é intersexual! – Uou! Por essa eu não esperava. – É um homem da cintura para baixo. – Tay me explicou.

— E que homem! – Ariana disse se abanando com a mão... ou com a pata! Depois disso o assunto morreu.

Bom, além de linda, gostosa, Camila vem com um brinde, e sabe usar muito bem ele e Faz o tipo Bad Girl. É muita informação, porque essa vagabunda da Ariana tinha que abrir a matraca. Valeu! Eu não posso gostar de ninguém e meu foco é ajudar meu pai. Eu queria mesmo é fugir, jogar tudo para o alto e me perder por ai.

Depois disso resolvi ir à praia, para espairecer um pouco, sentei na areia, coloquei a música “there is a light that never goes out” no meu celular e deixei-o do meu lado. Fiquei olhando pro nada e pensando em tudo. Era patético pensar nela, ela deve ter dormido com metade da cidade, depois do nosso encontro e nem deve lembrar da minha existência. Ri dos meus devaneios, até que eu sinto uma presença e uma voz deliciosa se fez presente.

— Bom, eu não sei se eu posso dar um “Oi”, para a pessoa que sai correndo da minha sala, sem me dar um “Tchau”. Será que a donzela perdida em pensamentos, pode me ajudar com esse dilema? – Eu sorri e nem preciso falar que eu me arrepiei inteira, só com a voz dela!

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