85. Esperar

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Camila Cabello  |  Point of View




— Que plano? – Helena perguntou.

— Sei que fez isso, eles não têm cérebro para arquitetar uma coisa dessas. Você deve ter ajudado.

— Eu não ajudei nada. Eu estou me sentindo culpada. Fiz tanto mal a você. Sou um ser humano horrível.

— Não vem se fazer de vitima, Helena. Não fico mais com medo em sua presença imunda. Você me acha uma aberração, mas eu tenho uma mulher que me ama, um filho perfeito e vou ter outra princesinha. Sabe o que é isso? Não né? Você sempre vai estar sozinha.

— Pare!

— Não vou parar, você vai morrer sozinha, por todo mal que fez para mim. Não duvido que tenha feito para outras crianças também. Tirar a inocência de uma pobre criança. Sabe como é difícil? Sabe como você me amadureceu? Eu não brinquei mais depois que você me fez aquilo. Eu só estudava e ajudava meu pai. Me sentia suja perto das outras crianças. – Ela negava com a cabeça e parecia um pouco atordoada. — Sabe como é ver seus amigos, falando que perderam a virgindade, algo mágico para as pessoas, com alguém que amavam e havia muito sentimento envolvido. Ou até sem sentimento, mas com plena consciência do que faziam. Eu me sentia mais suja ainda.

— Me encantei por você Cabello. Desde o primeiro dia, eu precisava de você.

— Você não tinha esse direito! E tentar me matar por causa disso?

— Já disse que não tenho nada a ver com esse atentado, descobri que tentaram te matar agora, por você.

— Mas é muito cínica.

Não me importa que não acredite, não tenho mesmo nada com isso. Nunca mandaria fazer isso, já tirei demais de você.

Tirou mesmo e não tem como voltar atrás. Eu quase vomito quando tenho que tomar banho aqui, não que a senhora que me de banho seja nojenta, mas porque eu me lembro de você, toda vez que ela me toca. – Ela colocou a mão no peito. — Sua nojenta! Repúdio é pouco, tenho asco de você. Você tem filhos ou algo do tipo? Se tiver, tenho pena deles por ter como exemplo uma pessoa como você.

— Ai! – Ela falou caindo no chão e apagando. Droga. Comecei a apertar o botão e logo Dra. Grey e uns enfermeiros estavam no meu quarto.

— O que aconteceu?

— Estávamos discutindo e ela caiu. – O enfermeiro buscou uma maca e eles a retiraram do meu quarto. Lauren apareceu e estava mais branca que o normal.

— O que ela fazia aqui, Camz?

— Veio me ver.

— Como assim? Como você está?

— Na verdade... Estou bem. Falei tudo o que tinha para falar.

— Às vezes a solução é desabafar. – Assenti. Depois de um tempo, Dra. Grey entra na sala.

— Ela era sua parente ou alguém próximo

— Não.

— Nem amiga. – Lauren completou.

— Ela teve uma parada cardíaca, fizemos o possível, mas ela não resistiu. – Não sei como reagir, ela era meu diabo e agora eu mato ela. — Não sabem de algum parente ou algo do tipo?

— Não, Doutora. Ela realmente, não está no nosso círculo social.

— Tudo bem. Vou chamar a polícia então. Ela não tem documentos.

— Ok! – Ela saiu do quarto, fechando a porta e Lauren sentou na minha frente na cama. — Você está bem?

— Eu não sei. É tão estranho...

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