51. Greg

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Camila Cabello|Point Of View

Todos os fins de tarde, eu ia até o beco, encontrar aqueles garotos. Primeiro, eles me fizeram prometer que não entregaria eles pra polícia, alegando que no orfanato, que estavam abrigados anteriormente, eles eram maltratados. Eu levava comida e roupas para eles. Até o projeto do centro de recriação da Lauren ser aprovado, era esse o jeito. Eu ofereci minha casa, mas esses garotos sofreram tanto, que tem um grave problema com confiança. Eu queria adotar todos, mas a Lauren não toca no assunto filhos e eu não quero pressionar ela a isso. Já que ela deixou claro da última vez que não estava preparada pra isso. Faz tempo, mas eu não quero levar outro fora daqueles.

Cheguei em casa, para almoçar, fui recebida da melhor forma possível, como sempre. No meio do almoço, peguei minha pasta.

— Você não vai trabalhar enquanto almoçamos, por favor. – Falou com uma cara de poucos amigos, isso tem acontecido muito ultimamente.

— Não princesa, só quero te entregar isso. – Falei mostrando uma pilha de papéis. — Consegui o alvará do seu centro de recreação. – Ela abriu um sorriso lindo, como tudo que ela faz.

— Sério? – Fiz positivo com a cabeça e ela pulou no meu colo. — Obrigada meu amor! – Me encheu de beijos.

— Amanhã podemos ir com um decorador e um arquiteto e você deixa como você quiser.

— Você ainda conversa com aquelas crianças?

— Sim, todos os dias e eles são muito talentosos. Você vai adorar eles. Principalmente o Greg. Ele não gosta desse nome e prefere ser chamado de comandante. Ele quer ser marinheiro. – Falei com um entusiasmo e de uma só vez. A Lauren tinha uma expressão pensativa. — Algo errado?

— Não. Mas você parece bem apegada a esse garoto. Você quer muito um filho, né?

— Amor, você sabe que eu quero, mas vamos esperar seu tempo. Quando você estiver pronta, vamos ter nosso herdeiro. Ok?

— Você é perfeita!

— Não, você é perfeita. Vamos subir? Quero dormir um pouco antes de voltar para o escritório.

— Claro!

×××



No escritório a tarde se arrastava. Eu estava com uma sensação estranha. A reunião era sobre o faturamento e investimentos futuros da nossa empresa. Uma chatice, mas muito necessária. Quando Dé entra na sala e direciona seu olhar pra meu pai, que consente que ela fale.

— Mila, sua cunhada no telefone e parece ser sério. – Nossa meu coração apertou.

— O senhor pode me dar licença?

— Claro, pode ir e qualquer coisa me chame! Fui até minha sala e peguei o telefone.

~ Ligação On ~

— Oi tay! O que houve?

— Você tem que vir até sua casa.

— Estou indo, mas o que está acontecendo.

— A Lauren está surtando, eu pedi dispensa hoje, porque iria com ela ao médico e ela não aceitou bem o que ouviu.

— Estou indo.

~ Ligação Off ~

Desliguei o telefone e fui como um foguete pra casa. Chegando lá, Clara me recebeu.

— Oi. – Beijei seu rosto. — O que está acontecendo?

— A Lauren estava estranhando não ter engravidado, já que ela não se previne faz tempo, então o médico, disse que ela tem Endometriose e vai ter que fazer um tratamento para poder engravidar. Só que ela parece um pouco sensível com essa notícia.

— Ok! Ela está no quarto?

— Sim está com Taylor. Vamos embora. Se cuida e cuide do meu bebê!

— Sempre! – Fui até o quarto e quando cheguei Taylor veio me encontrar.

— Oi cunhaconda! – Me abraçou. — Eu vou indo, cuida dela! – Assenti.

Lauren estava deitada, com a cabeça enfiada no travesseiro e dava pra perceber que ela estava chorando. Me deitei e abracei sua cintura. Ela olhou para trás e chorou mais alto.

— Hey princesa, não chore. Está tudo bem!

— COMO ESTÁ TUDO BEM? VOCÊ NÃO CONVERSOU COM MINHA MÃE? EU NÃO POSSO TE DAR UM FILHO! A COISA QUE VOCÊ MAIS DESEJA, EU NÃO POSSO TE OFERECER. VOCÊ ESCOLHEU ERRADO. PODERIA TER FICADO COM QUALQUER MULHER SADIA DESSA CIDADE.

— Calma, vem cá. – A abracei, repousando sua cabeça em meu peito. — Você pode me dar um filho, só vai precisar de um tratamento. Eu sei que vai ser um pouco mais difícil, mas tudo vai dar certo. Eu vou estar com você. Pare de se cobrar tanto.

— Eu sei o quanto você quer um filho. Seus olhos brilham quando alguém próximo diz que está esperando um. Eu parei de tomar pílula faz tempo e nada acontecia. Não fui antes ao médico, porque tinha medo de algo estar errado comigo. E está, você tinha que ter escolhido alguém menos peso morto que eu. Não sirvo nem pra te dar o que você mais quer.

— Nunca mais fale desse jeito. Eu amo você Lauren, amo mais que tudo e vou fazer de tudo pra te ver feliz. Eu quero ter um filho e se ele tiver seus olhos, melhor ainda. – Ela sorriu. — Só vai ser um pouco mais difícil, mas não é impossível. – A abracei mais apertado. — Quando você estiver preparada, vamos fazer esse tratamento e eu não vou me arrepender de ficar com você. Você é minha pra sempre e não nos arrependemos do pra sempre. – Ela me apertou forte. — E agora, vamos ter vários filhos. – Ela me olhou confusa. — Você vai ver, quando estiver com seu projeto bombando, vai amar cada criança como filho e eu vou estar lá com você. Sempre!

— Você tem que parar com essa mania de me fazer ficar apaixonada em dobro, a cada 5 segundos, não está dando.

— Já disse, não prometo nada! – A puxei pela nuca e beijei aquela boca linda. O gosto salgado das lágrimas. Foi bom saber, que ela quer dar esse passo. Bom saber que ela perdeu aquelas inseguranças e está entregue. — Vou lá buscar um café de princesa pra você.

— Na verdade, eu quero muito meu cappuccino sagrado.

— Tudo pra minha princesa!

×××

Quando coloquei o cappuccino no carro, olhei o beco e o Greg estava me cuidando. Fui até ele.

— Algum problema?

— Pegaram meus amigos e eu estou sozinho.

— Quem pegou eles?

— A polícia. Mas não mandaram eles pro mesmo orfanato. Um conseguiu fugir e foi pra outra cidade.

— Isso é loucura, você vem pra minha casa hoje.

— Não! Eu já disse que não! Não confio em você, nem em ninguém!

— Para de birra moleque, eu sou legal com você!

— Não vou!

— Vamos para o futuro centro então. Lá você tranca a porta e eu fico mais tranquila. Ok? – Ele pensou.

— Ok!

— É a mesma coisa ir pra minha casa!

— Já disse que não vou pra sua casa.

— Vamos então!

Parei em uma loja e comprei um colchão e roupas de cama. Um pijama e sabonete. Comida e ele pegou vários salgadinhos. Comprei um tablet pra ele. Quando cheguei ao centro, mostrei tudo pra ele, era enorme e não sei como ele queria ficar sozinho nele, pra ele era mais seguro que minha casa. E antes de ir embora ensinei ele a usar o tablet.

— Você é muito boa comigo. Você é tão bonita. Você é modelo?

— Não! Eu sou uma empresária. Fico em reuniões chatas o dia todo.

— Você é muito bonita pra ser empresária.

— Obrigado! Você também é bonito, quando toma banho! – Ele fez uma careta. — Mas se você me acha bonita, você vai se espantar com minha esposa. Ela é a personificação de Afrodite. Ela é uma deusa. A mulher mais linda desse mundo.

— Isso é papo de gente apaixonada, vamos ver se ela é tudo isso.

— Ok. Vou pra casa, ela vai me matar por ter demorado. Vou ter que buscar outro cappuccino.

— Agora já sei quem manda em casa!

— HáHá! Muito engraçado o senhor! Tem certeza que não quer ir pra minha casa?

— Não e boa noite!

— Boa noite e tranca tudo. Vou dormir mais tranquila, sabendo que você está mais seguro.

Fui pra casa, ouvi um sermão e contei a historia para Lauren. Ela disse que eu devia ter trazido ele de arrasto pra casa, mas eu não quero assustar e afastar ele. Ela entendeu minha posição. Antes de cair no sono, pensei no quanto o Greg mexe comigo. Eu gosto demais daquele garoto. Preciso ganhar a confiança dele e espero que a Lauren goste dele também.

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