Aprendendo A Viver

123. Febre

Camila Cabello  |  Point of View

Lauren ficou em silêncio, não queria viajar, mas não tinha escolha e partir com Lauren irritada comigo, não ajudaria em nada. Ela levantou e sem falar nada foi saindo da sala.

—Lo... princesa, não fica irritada comigo.

— Não... Só vou beber uma água. – Ela saiu e demorou na cozinha. Demorou tanto que quase fui atrás dela, mas ela entrou novamente na sala, correndo e pulou no meu colo, com uma perna em cada lado do meu quadril. — Uma semana sem você eu não aguento. – A abracei forte.

— Juro para você que eu fiz de tudo para isso não acontecer, mas meu pai foi irredutível.

— Mas ele não passou o cargo para você? Você faz o que achar melhor.

— Acha que não usei esse argumento? Ele é um carrasco comigo. Esses investidores queriam que ele fosse, mas ele disse que é minha obrigação agora.

— Vou morrer de saudade. – Falou me dando vários selinhos. — Porque você achou que eu ficaria irritada?

— Não sei... Você ameaçou terminar comigo quando disse que viajaria da outra vez.

— Da outra vez, estávamos no começo e eu não tinha certeza de nós. Tinha medo de te perder. Hoje eu sei que você é minha e vai voltar. Só fiquei chocada porque realmente não consigo ficar sem você. Já é um martírio esperar você voltar do trabalho... Imagina esperar de uma viagem.

— Princesa... Vou fazer de tudo para voltar o mais rápido possível e pode ter certeza que só vou pensar em vocês lá. Vou contar os segundos pra me perder nesses meus verdes preferidos.

— Sua fofa. – Ela me abraçou forte. — Eu te amo tanto Camz!

— Eu também te amo minha deusa.

— Afrodite! – Falou enterrando a cabeça no meu pescoço.

— Minha Afrodite.

Lauren Jauregui  |  Point of View

Depois de uma despedida com muita choradeira, principalmente minha, meus filhos me consolaram e eles não estavam muito diferentes de mim. A maioria diz: “É só uma semana”, mas nossa família é muito unida e isso é muito tempo. Quando chegamos em nossa casa, convidei as crianças para assistirmos desenhos, eles concordaram, peguei uns doces, enquanto eles colocavam um pijama e se arrumavam na sala de cinema. Maratona de filmes da Disney.

— Mama... Uma semana é muito tempo né? – Mer me perguntou.

— Não é amor.

— Mas eu já estou com saudade.

— Eu também. – Greg disse tristonho. Deu uma vontade de chorar de novo só de ver a carinha deles.

— Eu também meus amores, mas a papa tem que ajudar o vovô a cuidar da empresa deles. Ficar com a mama é tão ruim assim?

— Não. – Eles me abraçaram.

— Amamos você mama. – Mer disse.

— Mas todo mundo junto é melhor. – Greg falou.

— Sei disso príncipe. Sei disso.

— Quando os coloquei para dormir e fui me deitar. Camz trabalhava até tarde, então eu era acostumada a deitar sozinha, mas sabendo que ela estava viajando, dormir foi um sacrifício. Me virava e buscava ela com a mão quando acordava de um cochilo. Pesadelo acordar sem ela.

×××

Na quinta, Mer acordou com febre e pela tarde Greg chegou da escola da mesma forma. Dei banho neles e remédios, mas ela não cessou. Pela noite, não vi outra alternativa, liguei para o Troy, que prontamente se ofereceu para vir até nossa casa. Quando ele chegou.

— Obrigada Troy. Não sabia quem chamar.

— Sem problemas. Onde eles estão? – Fiz menção para ele me acompanhei. Ele os examinou. — E a Cabello?

— Está viajando a trabalho.

— Foi hoje?

— Sexta.

— Amanhã você os leva nesse médico aqui. – Me entregou um endereço. — Só para ele confirmar, mas essa febre é emocional.

— Febre emocional?

— Existem médicos que dizem que febre emocional não existe já outros dizem que é sim possível haver esse tipo de sintoma. Febre emocional é um desses problemas que acontecem apenas na mente, mas o corpo procura reagir da sua forma, causando a febre. Na maioria das vezes é causada por stress ou algum problema familiar, deixando o corpo tenso e as taxas de glóbulos alteradas, trazendo assim a febre. Como a Camila viajou, eles devem estar sentindo muita falta dela e os organismos deles devem estar reagindo assim.

— Tem como controlar?

— Tem sim, mas como não tenho certeza, melhor deixar meu colega te dar as dicas, mas provavelmente ela só vai cessar quando a Camila voltar. Você também está com febre?

— Eu? Não.

— Está sim. Você está vermelha. – Tocou minha testa. — Está sim. Deve ser emocional também. É a primeira vez que ela viaja assim?

— É. Eu nem notei que estava com febre, estava tão preocupada com as crianças.

— Tome um banho quase frio, mas não faça isso com as crianças, eles podem pegar um resfriado.

— Muito obrigado Troy.

— Pode chamar sempre e se cuidem.

×××

Na manhã seguinte, Foi confirmada a tal febre emocional. Me senti uma adolescente mimada na frente do médico. A realidade é clara, essa casa não funciona sem ela. Eu não funciono sem ela, só levanto da cama porque tenho dois tesouros que precisam de mim.

No sábado à noite, estávamos na minha antiga casa. Meu pai fez uma janta e convidou todo mundo para ver se animava os netos. Foi realmente bom, eles brincaram e comeram bastante. Quando chegamos em casa, a porta estava destrancada. Quando a abri, Camila estava em pé no fim da escada.

— Oi família! Sentiram minha falta?

— MEU DEUS! PAPA! – Os dois gritaram e sairam correndo para abraçar ela, mas não mediram a força e acabaram derrubando ela. O que não diminuiu em nada a farra do encontro deles.

— Que bom que você voltou antes papa. – Greg falou.

— Eu não aguentaria mais um segundo sem vocês.

— Vamos buscar os desenhos que fizemos pra papa, maninho?

— Vamos. – Eles subiram as escadas. Ela levantou e me abraçou.

— Lauren... Como senti sua falta. Pensei em você cada segundo.

— Eu também Camila. Não me prive de você de novo, não vou aguentar. – Ela colou nossos lábios e um gemido de satisfação escapou de minha garganta. Com minha língua, explorei cada canto daquela boca. Senti falta do beijo, dos carinhos... Dela... Senti falta dela, da paz que sinto quando ela me olha. Me olha como se eu fosse a única pessoa no mundo. Faz-me sentir única, ou melhor, me faz sentir viva.