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Camila Cabello  |  Point of View




Lauren a segurou, cheirou ela e tocou a ponta do nariz dela.

— Pega ela, Camz! – Eu queria muito, mas não conseguia para de tremer.

— Não posso princesa. – Ela me olhou confusa e mostrei minhas mãos. Elas tremiam como a daqueles alcoólatras que ficam em abstinência por um tempo.

— Você está bem?

— Sim... Estou ótima. – Falei tocando a bochecha da minha princesinha, mas minha mão tremia muito.

— Você está bem? – Arizona perguntou.

— Estou. – Ela veio em minha direção e tocou minha testa.

— Você está com febre. Vá até o café e coma um chocolate. Deve ser um inicio de ataque hipoglicêmico, por você não ter comido nada. – Ela olhou para Lauren. — Você deve amamentar ela agora. – Lauren a olhou confusa novamente. — Amamentação na sala de parto acelera a saída da placenta e aumenta o vínculo de vocês. Sei que está exausta, mas é importante para ela. Nós vamos ajudar. – Elas colocaram ela meio sentada, mas o cansaço dela era mais
que evidente. Arizona ajudou Lauren com o avental. A pequena pegou rápido o seio da Lauren.

— Pensei que seria mais difícil.

— Eles já nascem sabendo mamar. O instinto de se alimentar é tão forte que eles mal acabam de chegar ao mundo e já descobrem como fazer para receber o leite quentinho da mamãe. – Ficamos um tempo escutando as recomendações da Arizona enquanto Lauren amamentava nossa princesinha. Eu nunca vi cena mais linda que essa. Até ela largar Lauren. — Acho que está bom. Vamos te levar para o quarto, Lauren. – Acompanhei a enfermeira com meu bebê, ela mediu o tamanho do tórax, a cabeça e ainda deu uma injeção nela, que segundo ela, era para prevenir uma doença hemorrágica. Eu estava tão hipnotizada por minha princesa que quase não ouvia o que a enfermeira falava.

Enfermeira: Agora você tem que comer um doce e ela têm que ir para o berçário, ok? – Assenti pra ela saí da sala de parto. Fui até o café depois de tirar aquelas roupas e a touca. Meus pais estavam lá, só de ver eles eu comecei a chorar de novo. Minha mãe me abraçou chorando também.

— Ela é tão linda.

— Claro que é. Ela é uma Cabello. – Meu pai falou orgulhoso. E Greg estendeu os braços e eu o peguei no colo.

— O vovô disse que a minha irmã estava chegando.

— Você está tremendo minha filha, está bem? – Minha mãe falou preocupada.

— Arizona me mandou comer um chocolate. Estou tendo um início de ataque hipoglicêmico.

— Eu pego pra você. – Meu pai falou e saiu de perto e foi pegar.

— Como foi tudo? Correu tudo bem? – Minha mãe perguntou.

— Sim, ela até já mamou. Mãe... Aquilo foi lindo. Hoje é um dos melhores dias da minha vida.

— Claro que é, meu amor.

— Vamos ver sua irmãzinha. – Falei colocando o chocolate inteiro na minha boca e Greg assentiu. — Vamos lá no berçário? – Perguntei a meus pais.

— Vamos sim. – Caminhamos até a ala 2 e paramos em frente a uma vidraça enorme.

— E os Jauregui's?

— Estão com a Lauren. – A enfermeira me viu, sorriu e pegou minha pequena no colo. A virou em direção a vidraça e meus pais ficaram emocionados a observando.

— Aquela é sua irmãzinha, meu príncipe!

— Ela é pequena...

— Sim. Por isso precisamos cuidar muito dela. Você vai nos ajudar?

— Claro, papa! Eu sou um homenzinho.

— Claro que é, meu pequeno.

— Seu pai e eu vamos ver a Lauren. – Assenti e depois de uns minutos, a enfermeira já tinha soltado ela novamente, chegaram os pais da Lauren.

— Capitã! Como está se sentindo? – Falou me abraçando e pegando Greg logo em seguida.

— Completamente extasiada. É tão... tão... Não sei o que é, mas é maravilhoso.

— Vem cá. – Clara falou abrindo os braços e chorando. — Agradeço todos os dias por ter você como nora. O temperamento da Lauren precisava de uma pessoa como você. Agora vocês me dão outro neto. Obrigado por tudo, Camila. – Eu estou me pergunto como eu choro tanto. De onde vem todas essas lágrimas?

— Não agradeça. Eu que tenho que agradecer por ter me dado o meu maior tesouro. – A soltei e fiz sinal para a enfermeira, que pegou Meredith e mostrou para os outros avôs.

Depois fomos para a sala de espera, onde me obrigaram a ir para casa e descansar um pouco. Meu pai levou o Greg para casa e disse que mandaria Rosa para minha casa pra me preparar o que comer. Quando cheguei fiz tudo que mandaram e me deitei no quarto de hóspedes. Depois de horas, Rosa me chamou e eu me deliciei com o pequeno banquete que ela fez. Por mais que ela tivesse sido orientada a me fazer ficar em casa, eu consegui enganar ela e fugi. Quando cheguei no hospital, Tay estava deitada no sofá do lado da cama de Lauren.

— Tay! – Ela acordou. — Pode ir para casa. Eu fico com ela.

— Parabéns! – Falou me abraçando.

— Obrigada, Tay. – Ela beijou minha bochecha e foi saindo do quarto. Sentei no sofá e peguei no sono novamente. Me acordo quando uma enfermeira entra no quarto e me endireito no sofá para não dormir novamente. Depois de ler duas revistas inteiras, Lauren se mexe e eu me ponho ao lado dela. Ela abre aqueles olhos que me tiram o fôlego e sorri ao me ver.

— Oi, Camz!

— Oi, princesa! Como está se sentindo?

— Bem! E você? Parou de tremer? – Falou pegando minhas mãos.

— Sim, estou bem. Posso te beijar? – Ela sorriu e assentiu. Quando estávamos nos beijando...

— Oi casal! – Arizona entrou e eu quase pulei no susto.

— Desculpe, doutora, eu...

— Tudo bem. Vim ver como está essa mamãe.

— Estou bem, mas me sinto muito cansada.

— Isso é normal. Bom, amanhã você já pode ir para casa. Aproveite para dormir bastante até amanhã.

— Posso tomar um banho?

— Você está fraca ainda, mas a enfermeira vai vir aqui e fazer sua higiene. – Lauren assentiu. — Podem continuar, pombinhas! – Falou sorrindo de uma maneira fofa.

— E o nosso príncipe?

— Está na casa do seu pai. – Ficamos conversando até a enfermeira chegar com a nossa pequena chorando.


×××


No outro dia, na hora da alta, Arizona nos chamou para um canto.

— Bem, doutora Iglesias deve ter pedido para não manterem relações sexuais no fim da sua gestação. – Lauren assentiu. — Agora como o parto foi normal, vocês tem que esperar 6 semanas para voltarem a ter relação com penetração. Lauren, seu corpo esta produzindo um hormônio chamado prolactina. Ele ajuda na amamentação, mas também interfere na sua disposição sexual reduzindo sua libido e ressecando sua vagina, um verdadeiro hormônio antisexo. Por isso, talvez você não sinta vontade, mas se sentir, sexo oral é liberado. Entendido? – Assentimos e agradecemos por tudo.

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