82. Meredith

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Lauren Jauregui  |  Point of View




Os bits da freqüência cardíaca da Camz cessaram, dando lugar a um bip incessante, acompanhando uma linha continua no monitor cardíaco dela. Minhas pernas bambearam e Dra. Grey pediu ajuda. Várias pessoas entraram na sala.

— O que está acontecendo? – Todo mundo me ignorava. — O que está acontecendo? – Eu parecia invisível. — ALGUÉM pode me responder o que está acontecendo?

— Agora não Lauren. Alguém a tira da sala. – Uma moça me levou para fora, mas eu fiquei parada na porta. Um carrinho com um desfibrilador chega. — MEXAM-SE! ESTAMOS PERDENDO ELA. – Dra. Grey gritou.

Sabe quando o chão desaparece sob os seus pés e você não raciocina direito. Assim eu fiquei. “Estamos a perdendo”. Nunca imaginei minha vida sem Camz e de uma hora para outra eu estava a perdendo.

— Fazendo compressões. Ela está com fribilação. – Dra. Grey massageava o peito de Camz. — Injete adrenalina e carregue em 300. – Ela pegou as pás. — Afastem-se! – E encostou no peito de Camz, impulsionando seu troco para cima. — Mais uma vez. Afastem-se! – Novamente e o monitor não mostrava reação nenhuma.

— Não esta funcionando. – Um enfermeiro alerta.

— Mais uma vez. Afastem-se! – Dra. Grey pediu.

— Não adianta mais! – Cala a boca, idiota!

— Qual é Camila? Depois de tudo? Vamos lá. Carregue em 360. – Assim a enfermeira fez. — Afastem-se! – Um novo toque e... O monitor retorna com os bips intermitentes. — Graças a Deus! – As pessoas foram saindo da sala e ela veio em minha direção. — Está tudo bem agora.

— Não está!

— Está! Conseguimos reanimá-la.

— Eu acho que estou tonta e... – Não terminei de falar e apaguei.


×××


Quando abri os olhos, estava em uma maca e com soro no braço. Dra. Grey me observava atenta.

— Há quanto tempo está sem comer? – Ela me perguntou.

— Não lembro...

— Você quer ter essa criança?

— Lógico que quero. – Falei acariciando minha barriga.

— Então, sua mãe vai entrar aqui e vai te levar para casa. Lá ela vai preparar algo para você comer e você vai comer tudo. Depois vai dormir.

— Nem morta eu saio de perto dela.

— Você vai. Ou eu peço para os seguranças te expulsarem.

— Você não teria coragem.

— É para o seu bem. Você viu o que aconteceu? – Assenti. — Camila está lutando. Do que adiantaria esse esforço, se você ficar fraca e prejudicar sua gravidez. Você vai fazer o que eu mandei e sem reclamar. Me agradeça depois. – Assim o fiz. Ela estava certa.



Cara Delevingne  |  Point of View



Sabe aquele monte de arrependimentos diários de coisas insignificantes. Nada se compara ao arrependimento que estou tendo agora. Fiquei 6 anos sem falar com a Cabello e agora olha a situação em que estamos. Eu quero acreditar que ela vai acordar, mas faz tempo passa e nada muda.

Agora que Lauren foi para casa, estou aqui no quarto um pouco. Só ficamos Renan e eu no hospital, o resto foi descansar um pouco. Renan e eu estamos nos encarando faz um tempo e sem ter o que dizer. Nós somos um tripé, sem referências ao pau de Camila, um tripé no sentido de que se um sair, o resto
desmorona. Não costumam deixar pessoas nos quartos, mas a Dra. Grey está sendo um anjo conosco e liberando um monte de regalias. Me sentei no sofá e Renan se deitou entre minhas pernas. Fiquei fazendo carinho em seus cabelos. Acho que acabei apagando por um tempo e de repente, vejo a Dra. Grey entando na sala e sorrindo para a cama. Ela retira o tubo da boca de Camila.

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