38. Distante

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Lauren Jauregui |Point Of View


Eu não consigo ficar sem a Camila, tipo, eu pensei que depois dos 20, não teria mais esse tipo de problema, de necessitar tanto assim de alguém. Camz consegue me fazer sentir com 15 anos de novo.

— Não pai! Eu não posso. Eu...

— Eu conversei com a Capitã, ela disse que tudo bem...

— Claro que aquela bajuladora disse tudo bem. Ela concorda com tudo que você fala.

— Lauren, nós nunca exigimos nada de você, é o único favor.

— Não tem mesmo outra saída? – Eu estou apavorada, eu sei que mudei em relação à Camz, mas deixá-la sozinha. Eu confio nela, mas essas vadias não medem esforços.

— Não! Vai conversar com o Chris, ele vai te dar umas dicas.

— Fiquei a manhã inteira, aprendendo o que falar e o nunca falar. Fui direto para casa da Camila. Fiquei na cozinha
esperando ela chegar. Ouvi um barulho e logo Alê entrou na cozinha me abraçou e disse que Camila havia subido para seu quarto. Quando abri a porta, ela estava sentada na cama, com a cabeça baixa e o rosto escondido nas mãos. Exausta!

— Oi. – Ela me olhou e abriu um sorriso lindo.

— Lo, não faz idéia de como é bom te ver! – Veio até mim e me abraçou forte.

— Não parece! Para quem concordou com que eu viajasse por uma semana para Paris. – Ela me largou e balançou a cabeça, se afastando e sentando na cama novamente.

— É necessário Lauren. Não tenho como interferir nisso. Não mando na sua família. Como eu diria não? – É... vendo por esse lado. — Só quando nos casarmos, ai sim, eu que vou mandar na porra toda.

— Vai mandar? – Falei cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha.

— Vai mandar te preocupa? E o casar não te assusta? Tranca essa porta e vem deitar comigo.

— Está levando a sério esse negocio de mandar. – Ela sorriu e revirando os olhos. — Já disse que não. Eu vou me casar com você. – Ela sorriu deitando na cama e deitei ao seu lado, repousando minha cabeça em seu peito. — Você podia ir junto né? Já pensou? Nós duas em Paris?

— É tudo que eu mais quero. Mas não posso. Eu vou surtar Lauren. Eu nunca fiz tanta coisa. Meu pai quer me matar. Eu não aguento mais.

— Hey calma! Logo vai acabar, e tudo vai ficar bem. – Comecei a massagear centro da testa, acima dos olhos, a meio caminho entre a sobrancelha e fui enchendo ela de beijinhos. Ela foi relaxando e esboçou um sorriso novamente. – Melhor?

— Como não ficar melhor com uma namorada como você? Impossível. – Falou me puxando para um beijo. Ficamos nos amassos, ela disse que não queria almoçar e fiquei com ela até ela ter que voltar para o escritório. Depois fui para casa arrumar minhas malas. Já que eu vou partir amanhã ao meio dia. E de noite eu pretendo grudar na Camz, só vou soltar dela para entrar no avião.

A campainha da minha casa toca, vou atender e é minha Camz. Ela estava com uma touca preta, moletom e bermuda. Agarrou minha cintura, sem falar nada e me beijou. Me encostou na parede e escorou a mão na mesma ao lado da minha cabeça. Levei minha mão até sua nuca. O beijo era calmo, naquela perfeita sincronia, que é tão clichê entre os que amam. Eu já estava sem ar, ela parou o beijo, mordeu meu lábio inferior e puxou de leve. Eu amo quando ela faz isso. Eu amo essa mulher. Eu amo tudo que ela faz. Eu sei que é bem adolescente o que eu vou dividir agora, mas eu sempre
sonho com isso. A camz chegando do trabalho, na nossa casa, uma que a gente construir no nosso estilo, sabe? Se importando com cada detalhe. Me beijando! Contando como foi o dia. Com um gato deitado no sofá. Um filho. Tudo! Eu quero tudo com ela.

— O que tanto pensa? – Ela me tirou dos devaneios.

— No quanto eu amo você!

— Eu também amo você! – Ela pensou em algo. — Os franceses são muito charmosos, não vai me trocar por lá.

— Eu nunca faria isso. Você também, nada de recaídas.

— Eu nunca faria isso. Amor, por favor, não fique magoada comigo. – Já me assustei. — Mas eu troquei meu horário, mais tarde, vou ter que voltar para empresa.

— Mas à noite Cabello? Você está brincando né?

— Não! Eu e meu pai vamos viajar amanhã pela manhã e...

— Camila, amanhã pela manhã? Você não vai me levar no aeroporto? Não vai se despedir de mim?

— Desculpe-me, Lauren! Entenda meu lado.

— Eu estou entendendo seu lado Camila. Você não se importa como antes. Você nem teria concordado que eu fosse. Você está tão tranquila. Eu acho que temos passado tempo demais juntas. Você deve estar enjoando de mim.

— Lauren, não fale assim. A empresa...

— Cala a boca Camila! A empresa! a empresa... Eu estou pouco me ferrando para sua empresa. Meu vôo vai partir ao meio dia. E eu exijo que você esteja lá! É o mínimo que eu espero de você.

— Não faz isso Lauren! Eu vou estar na cidade vizinha com meu pai. Eu não vou poder ir. – Eu fiz um esforço, mas nessa altura, eu já estava chorando.

— Então vai Camila! Vai para SUA EMPRESA, que é prioridade e deixa as outras coisas da sua vida jogadas em um canto da sala. – Ela balançou a cabeça. — Não Cabello, não negue como se eu fosse à neurótica e dramática sem razão. Há meses você me cobrou, disse que me queria inteira, 100% de cabeça nessa relação e aqui estou eu. De corpo e alma. E você? – Ela ficou me olhando e tentando argumentar. Mas dessa vez eu estou certa. — Vai embora Cabello. Já fez a caridade de hoje. Não quero mais discutir com você.

— Eu amo você Lauren. – Eu sorri negando.

— Como a minha diva Lana Del Rey disse “Às vezes o amor não é suficiente / Quando o caminho se torna difícil”.

— Não fale uma coisa dessas Lauren. Lembra? “Vamos Fazer dar certo”.

— Isso era uma promessa sua e o “vamos” era para nós duas. Eu estou sozinha nessa luta.

— Não diga...

— Chega Camila. Só vai embora. Até minha volta, se você tiver um horário na sua agenda. – Ela fez menção de me abraçar e eu fiz sinal com a mão para ela parar.

— Isso já é demais. Uma semana Lauren. É só um abraço.

— Lembrou que é uma semana? Uma semana necessária como você falou. Boa noite Cabello! Bom trabalho! – Falei bem irônica e ela saiu de minha casa. Quando ela olhou para trás eu bati a porta. Fui para o meu quarto, que tinha enchido de besteiras e alugado filmes para nós assistirmos. Nós adorávamos fazer isso. Como me senti idiota. Guardei tudo na cozinha e me deitei. Chorei como criança. Camz deve ter enjoado de mim, como todo mundo sabia que iria acontecer.

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