119. Muito Ciúme

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Camila Cabello  |  Point of View




Acordei com a porta sendo arrebentada. Eram meus filhos, parecendo uma manada de elefantes de tanto entusiasmo. Àquela hora da manhã.

— Parem! Parem! Saiam do quarto um pouquinho.

— Por quê? – Mer perguntou.

— A papa está pelada. – Automaticamente eles colocaram as mãos em frente aos olhos e foram saindo, bem lentamente e fecharam a porta. Comecei a beijar o rosto de Lauren. — Bom dia, princesa! – Ela apertou meu pescoço.

— Bom dia! Ótimo dia! Excelente dia.

— Excelente dia! Agora vamos nos vestir, tem dois pequenos tornadinhos nos esperando na porta. – Nos vestimos e eu os chamei. Eles pularam na cama.

— Papa eu quero ver os macacos. – Mer falou toda animada.

— Eu quero ver os leões! Vamos logo, papa!

— Hey! Eu existo aqui, ok? – Lauren falou cruzando os braços.

— MAMA CIUMENTA! ATAQUE DE BEIJOS!

— ATAQUE DE BEIJOS! – Mer gritou e pulou na mãe. E assim ficamos, beijando ela, até Lauren ficar sem ar e quase passar mal.

×××

Já no zoológico, eu ficava louca cuidando os meninos. Para eles não caírem, não correrem, não conversarem com estranhos e não comerem demais. Quando eu olhei na grade dos macacos, Mer estava conversando com um menino.

— Príncipe! – Ele veio até mim. — Olha lá! – Ele correu os olhos e cerrou quando encontrou Mer. — Vai lá! Já sabe o que fazer! – Ele fechou os punhos e assentiu.

— Não acredito no que estou vendo.

— Me deixe resolver as coisas, Lauren. – Ela gargalhou, talvez pelo meu tom severo demais para a situação. Greg chegou empurrando o garoto e pegando a mão de Mer. Não dava para ouvir o que ele dizia, mas ele apontou para longe e o garoto saiu correndo. — Esse é meu garoto.

— Camila, ele tinha a idade a Mer. O que de ruim podia acontecer?

— Amor, essas crianças de hoje em dia são loucas. Você não tem noção.

— Você não existe. – Falou me abraçando e Mer veio em nossa direção. Bati um high five com Greg e Lauren só gargalhava das nossas reações. — Vou comprar pipoca. Alguém quer? – Nós três levantamos as mãos e Lauren foi comprar. Estava olhando Mer perto da gaiola das araras e Greg me chamou.

— Papa... Olha lá. O pipoqueiro está muito sorridente pra mama.

— Verdade... Eu vou lá. – Cheguei abraçando ela por trás e lançando um olhar medonho para o pipoqueiro. Que arregalou os olhos e serviu as pipocas bem rápido. Quando nos afastamos.

— Acho que presenciei um momento de ciúmes agora.

— Não fica de risadinhas com pipoqueiros, que isso não acontece de novo.

— Eu não estava de risadinhas.

— Estou de olho em você, Lauren.

— Em vez de você ficar pirando ai nos seus ciúmes, porque você não me beija? – Parei em frente a ela e levei minha mão a seu rosto. Sentindo a pele macia. Deslizei meu dedo até fazer o contorno dos lábios dela e selei nossas bocas. Ela aprofundou o beijo e levou a mão livre até minha nuca.

— ECCCAA papa! Que nojo! Na frente de todo mundo. – Greg chegou nos assustando.

— Não é nojento. É romântico! – Olhei para Mer com os olhos arregalados e eu tenho a impressão que meu coração sofreu uma pontada.

— É nojento, Mer. É horrível! Só se faz depois de casar e por obrigação! Agora comam isso e nada de romances e beijos até os 26 anos.

— Não era 24? – Greg perguntou.

— Se reclamar de novo vai ser 30. – Lauren parecia que iria ter um ataque de tanto que ria.

— Quando eles namorarem...

— Não use namorar e nossos filhos na mesma frase, Lo. Não pelos próximos 20 anos.

Quando chegamos em casa, jogamos bola e depois fomos brincar de bonecas com a Mer.

— Porque esses dois bonecos estão sentados juntos?

— Eles namoram.

— Meu senhor, Mer! Quem falou isso?

— Tia Tay quando veio aqui semana passada.

— LAUREN! A TAY NÃO PODE MAIS VIR AQUI. – Depois de muita chantagem emocional, consegui que Mer colocasse o boneco bem longe da boneca dela e que eles não falassem em namoro pelos próximos dez anos.

Quando estávamos na sala de cinema, o telefone de casa tocou e Lauren foi atender. Ela voltou e colocou na viva-voz.

— Pode falar!

— Boa noite família Cabello Jauregui! Estou ligando tarde, mas é porque eu preciso muito da ajuda de todos vocês. Vocês topam me ajudar? – Era Cara.

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