14. Lakers

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Camila Cabello |Point Of View

A empresa da família Jauregui era sofisticada, fazia a nossa parecer um armazém de esquina. Lauren me guiou até a sala do pai dela e ficamos um tempo na porta.

— Boa sorte! – Ela falou.

— Obrigada! Ter transado com a filha dele, não me transmite segurança agora! – Ela me deu uma tapa no braço.

— Fizemos amor, sua insensível! – Como essa mulher é fofa.

— Sorte a sua que estamos sobre os olhares atentos do povo daqui. Se não eu te jogava nesse chão e te enchia de beijos.

— Sorte? Essa não é a palavra que define minha frustração, por não poder ser beijada por você.

— Me anuncie, eu tenho que entrar, antes que eu mande meu autocontrole para o inferno. – Ela sorriu e entrou na sala. Voltou depois de uns minutos.

— Pode entrar! – Meu coração estava na boca. É sério, eu transei com a filha dele, isso é muito estranho. Eu entrei e fechei a porta.

— Boa tarde, Senhor Jauregui! – Ele virou a cadeira e sorriu largo para mim. O que me deixou mais calma.

— Boa tarde, Senhorita Cabello! Você poderia me chamar de Mike, sabe, só para eu não me sentir tão velho.

— Claro e pode me chamar de Camila. – Ele sorriu.

— Eu não aguento mais minha filha falando o quanto você e seu pai são chefes incríveis e blá blá blá. – Falou revirando os olhos e eu rindo do ciúme estampado em seu rosto. – Mas o que a trás aqui?

— Negócios!– Ele franziu o cenho e eu estremeci. – Quero lhe fazer uma proposta e vou ser direta. – Ele fez sinal para que eu prosseguisse. – Todos os anos, investimos em empresas de cidades vizinhas, para expandir e renovar um pouco nossa linha de associados. Esse ano eu não achei nada que me impressionasse, mas como a Tay vive falando que o sen... – Ele me olhou sério. — Você é ótimo com negócios. – Ele sorriu todo orgulhoso. — Eu pesquisei, vi muitas coisas boas a seu respeito, mas tudo antigo, nem uma matéria atual. – Ele parecia bastante frustrado agora. – Essa é minha proposta, por favor pense com carinho. – Falei entregando o contrato.

Ele leu, demoradamente, analisava bem e eu estava nervosa. Me olhava às vezes e sorria. Talvez para me deixar menos desconfortável.

— Esse valor aqui, – Ele grifou o valor da multa. – Eu vou receber quando?

— No momento que o senhor assinar, ele é seu!

— Hum. Essa proposta é muito boa. – Ele parece pensar. — Mas eu tenho um contrato e aqui diz que eu não posso ter nenhum vínculo com outros injetores de capitais.

— Bom, essa é nossa única condição. O senhor tem muitos contratos em andamento? – Me fiz de desentendia.

— Bom só um. – Foi até uma gaveta de arquivos e me alcançou uns papéis. — Este aqui. – Isso me surpreendeu, eu não pensei que ele fosse me entregar o contrato assim.

Bom fingi ler tudo atentamente e ele me observava. Então eu tive a idéia de fazer um teatrinho aqui.

— Meu Deus! Senhor Jauregui, desfaça esse contrato com o Louis, o mais rápido possível. – Ele me olhava totalmente confuso. — O senhor não sabe que ele trabalhava para mim? – Ele negou. — E que ele foi despedido porque desviou muito dinheiro da nossa empresa? – Ele ficou perplexo. Ele é um ladrão, Mike e esse contrato pode manchar o seu nome.

— Juro que eu não sabia, eu estava desesperado e ele foi minha única salvação. – Ele me olhava envergonhado. — Mas
eu não posso quebrar o contrato, a multa, como você já pode ter visto, é muito alta.

— Mas o senhor pode usar o investimento inicial da nossa proposta. – Ele me olhava atentamente. — Como o senhor deve ter lido, o senhor tem 5 meses para começar a nos retribuir com lucros. Só entre nós, estamos caçando o Louis, se pegarmos ele, todos os que desfrutaram do roubo dele, vão ter que se explicar e talvez responder por isso. – Ele me olhava quase desesperado. — Mas agora, eu quero ajudar o senhor, sei que o senhor não fazia idéia, eu tenho uma consideração enorme pela Tay, conheço um pouco a Lauren. – Que mentira deslavada Camila, vergonhoso Cabello, vergonhoso... — E já gosto bastante dela também. O senhor é um bom homem Mike! Eu vejo isso em seus olhos e não teve culpa de nada. O Louis é um animal manipulador, o senhor não sabe do que ele é capaz, ele só não foi preso ainda, pois estamos reunindo provas concretas e agora eu sei que ele tem um contato no banco isso vai facilitar muito as coisas. – Respirei um pouco. — Então aceite minha proposta, vai ficar tudo do jeito que está, sua empresa, sua administração, não vamos nos meter em nada. Só ajudar quando necessário e se o senhor quiser claro.

Ele me olhou atentamente, por muitos minutos, pegou o telefone e discou algo.

— Alô! Louis? Bem. Eu quero te informar, que estou desfazendo meu contrato com você. – Nossa eu sorri tão largo que acho que minha boca quase rasgou. — Não, sem conversas, já rasguei ele... Quando eu te pago a multa? – Ele ficou me olhando e eu sussurrei um “hoje à tarde” — Hoje à tarde... Não seja infantil... Não fale da minha filha, ela não é moeda de troca... Adeus Louis. – Colocou o telefone no gancho.

— Temos um acordo? – Perguntei. – Ele respirou, se acalmando e pegou a caneta assinando os papéis.

— Espero não decepcionar! – Ele sorriu de lado.

— Não se preocupe com isso. Me passe seus dados para fazer a transação. – Ele foi a seu computador e começou a digitar algo.

Olhei ao redor da sala e vi algo que me agradou muito. Uma placa de enfeite.

— Não me diga que é fã dos Lakers?

— Pois eu digo, e digo com muito orgulho! – Quem sorria largo agora era ele.

— Já vi que temos muito em comum, Mike! – Comecei a falar sobre jogos, o amor incondicional aos Lakers, contei que jogava na faculdade e ele começou a me contar seus feitos acadêmicos pelo time de escola. Então ele me olhou e levantou as mãos e começou a gritar o grito de guerra do nosso time, levantei e fiz o mesmo. A porta se abriu e Lauren olhava assustada para nós.

— Aconteceu algo? Eu ouvi gritos. – Eu e o pai dela nos olhamos e soltamos uma gargalhada.

Ele me entregou um papel impresso com informações dele e da empresa. Eu peguei, fui me despedir com um aperto de mão, mas ele me puxou para uma barrigada, como os torcedores dão em estádios e Lauren observava tudo sem entender nada.

— Filha, acompanhe a Capitã aqui até a saída. Volte sempre querida! Bom, agora nos veremos mais e a próxima partida você verá lá em casa.

— Ok Mike! Você manda! – Pisquei para ele, sai da sala e Lauren me acompanhava.

Depois de um tempo em silêncio, Lauren me pergunta:

— Capitã? Mike? O que aconteceu naquela sala? – Lauren esta mais perdida...

— Hey, eu estava agradando o meu futuro sogro. – Ela sorriu. — Caso ainda importe, ele acabou de assinar meu contrato. – Ela pulou no meu colo e todo mundo ficou olhando. — Princesa? Está todo mundo olhando.

— Foda-se! – Ela parecia um bebê coala agarrada em mim, então eu fui saindo da empresa e todo mundo nos acompanhava com os olhos arregalados.

— Amor? Você está viva? Não esta se mexendo! – Ela tirou a cabeça do meu pescoço. – Conseguiu o nome do amigo do Louis do banco?

— É Keaton Stromberg. Este é o endereço do banco. – Ela me entregou um papel. – E agora? – Ela me perguntou toda manhosa.

— Eu vou para o escritório, acertar os últimos detalhes e te espero lá em casa à noite! Ok?

— Esta bem! Já estou com saudade!

— Eu também princesa! Até a noite. – Dei um selinho nela e entrei no carro. Um selinho não é nada perto do que ela fez lá dentro.

Bom, entreguei os documentos para Dé e fui para minha sala. Espero que o amigo do Louis do banco seja subornável, só com uma testemunha para aquele veado ir preso. E se tudo der certo, antes de entregar ele para a polícia, eu vou fazer uma visitinha para ele, porque vocês sabem o que homens que batem em mulheres merecem. Não sabem?0

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