134. Ela Me Odeia

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Camila Cabello  |  Point of View




Dirigi até em casa. Fiquei lembrando o dia que conheci Greg, aquele garotinho assustado e desconfiado. Como o tempo voa. Cheguei a casa e a gritaria dava pra ser ouvida assim que desci do carro. Parece a segunda guerra mundial, mas são mãe e filha se engalfinhando. Mer e Lauren brigam por serem parecidas demais e tudo.

— Ah Droga! Os gêmeos! Eles ficam apavorados com gritos e Greg não está em casa para confortá-los. Corri pra dentro e nem lembro como subi as escadas. Os dois estavam na porta do quarto do Greg, Nefertari estava tampando os ouvidos com as mãozinhas e Ramsés estava chorando, mas acariciando suas costas da irmã e tentando acalmá-la. Me nxergaram e correram até mim. Peguei os dois no colo e desci as escadas os coloquei sentados no balcão da cozinha.

— Está tudo bem.

— Não gosto de gritos. – Nerfer falou.

— Eu também não, mas daqui a pouco elas cansam de falar e param. Vamos comer sorvete enquanto isso.

— Mama disse que não podemos. – Nefertari alertou.

— Mama disse que não gritaria, mas esta berrando. – Falei e eles sorriam.

Comemos o sorvete e os gritos pararam. Colocamos as taças na pia e peguei os dois pequenos para levá-los até o quarto. Os coloquei na cama e depois fui dar um beijo em Mer, que como de costume depois de uma discussão, estava escrevendo em seu diário. Beijei o topo da cabeça dela e ela me abraçou forte. Depois fui para o meu quarto, Lauren estava sentada na cama, olhando para frente e chorando. A puxei para me colo e a segurei como se fosse um bebê. Foi aí que ela desandou de vez.

— Calma princesa. Vai ficar tudo bem.

— Ela me odeia Camz. Ela me odeia.

— Ela não odeia. Você é a mãe dela, não tem como...

— Ela disse isso. Ela falou que me odeia... “Eu odeio você”. Nunca senti dor tão grande...

— Eu vou dar uma surra nessa menina. – Falei tentando me levantar.

— Não. Ela vai me odiar mais. Ela é doente por você.

— Ela não pode fazer isso, Lo. Droga! Você é a mãe dela.

— Amanhã eu esqueço.

— Não acredito que ela disse isso. Ela vai ficar de castigo e ela vai apanhar sim. Isso é inadmissível. – Ajeitei meu corpo.

— Não Camzi... Preciso de carinho. – Meu coração derreteu todo agora.

— Deite aqui, Afrodite. Vou ninar você. – Ela sorriu e se aconchegou no meu corpo. Acabei pegando no sono.

Acordei com o celular tocando. Era Greg.

— Papa?

— Fala, príncipe.

— Pode vir me pegar?

— Sim. Chego em 10min.

Beijei a testa de Lauren e coloquei um travesseiro em meu lugar. Dirigi até a festa. Greg estava na frente com o namoradinho. – Bleeeé! Eles se abraçaram e quando foram se beijar, sentei a mão na buzina. Greg veio até o carro e entrou.

— Não abuse da minha boa vontade. – Ele assentiu. — Sua mãe e Mer brigaram novamente.

— O que houve desta vez?

— Eu não sei, mas sua irmã passou dos limites. Ela disse para sua mãe que a odeia. Isso não tem fundamento.

— Sério? Mamãe deve estar arrasada. Não entendo essa revolta dela com a mamãe.

— Eu só não bati nela porque sua mãe não deixou.

— Você conseguiria?

— Sua irmã ultrapassou todos os limites.

— É verdade. Ela pegou pesado mesmo.

— Como estava a festa?

— Muito legal. Eu dancei bastante. Estou exausto.

— Eu também estou cansada. O dia foi cheio e mais esse estresse.

Chegamos a nossa casa e eu me joguei no sofá mesmo. Meu corpo não queria mais obedecer meus comandos.

Acordei e olhei no relógio, dez horas. Quase sai correndo, mas lembrei que era sábado. Eu estava com a roupa do trabalho ainda. Precisava de um banho.

Depois do banho, fui revisar os quartos. Todos dormiam. Voltei para sala e liguei a TV. Deixei no show da Rihanna e comecei a cantar com ela. Essa mulher é foda demais. Ouvi passos na escada e Greg a descia, esfregando o rosto. Sentou ao meu lado e abraçou minha cintura.

— Ela é incrível.

— Sim.

— Papa?

— Sim.

— Podemos conversar sobre o Ralph? – Oh meu Deus NÃO!

— Sim.

— Ontem nós estávamos no quarto do primo dele... – NÃO. — Estávamos nos beijando. – Informação demais. Alguém tem que acordar e se juntar a nós. — Ele colocou a mão dentro da minha calça. – Senhor? O que eu fiz? Foi por ter transado com várias mulheres e depois as ter desprezado? — Mas eu travei. Não consegui nem me mexer.

— Ficou com medo ou não estava à vontade?

— Fiquei com medo de fazer tudo errado e ele não gostar.

— Você falou que é virgem? – Ele assentiu. — Ele sabe que você não tem experiência e vai te orientar, mas isso é instintivo, sabemos fazer desde sempre. Mas se você puder esperar mais é melhor, quando mais a vontade você se sentir com a pessoa, melhor vai ser. Mas você tem que estar preparado, porque dependendo de como vai acontecer, vai doer um pouco. Sabe o que eu quero dizer?

— O que é passivo, papa? – Senhor? Sério isso? Cadê a mãe deste garoto? Porque ele não pesquisa na Internet?

— Passivo é o que é penetrado. Ativo é o que penetra. Sei lá... Isso deve explicar algo. Por quê?

— Ralph falou que é passivo. Eu só concordei, não sabia o que era. Então quando rolar... Eu que vou usar a camisinha? – Assenti.

— Você se sente a vontade com isso?

— Não sei. Parece bom para começar. – Ele levantou. — Vou fazer torradas, quer?

— Não obrigada. Perdi a fome. – Ele assentiu e saiu dali.

Quase todos estavam acordados, Lauren foi até a sala.

— Quer café, amor?

— Não, princesa. Só quero que Meredith acorde.

— Deixe isso pra lá, Camz.

— Essa garota merece uma surra, ela que agradeça por termos só uma conversa. – Lauren não falou nada, apenas saiu da sala.

Meredith desceu as escadas e foi para a cozinha. Deu bom dia.

— Onde está a papa? – Perguntou.

— Na sala, mas tome seu café antes de vê-la. – Lauren falou. Fiquei esperando, até ela aparecer.

— Bom dia, papa.

— Bom dia. Vamos conversar no meu escritório.

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