19. Cunhadas

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Camila Cabello|Point Of View

No banho, eu pensei, chorei, sorri, pensei mais um pouco, chorei muito e minha cabeça era toda de dúvidas. Eu me lembrei como era fácil não se envolver, não ter que saber problemas e não sofrer por ninguém. Uma bela noite de sexo, com a mulher que eu quisesse, não havia choro e eu nem precisa pensar, era só a parte boa e sinceramente, eu não gosto dessa parte de agora. Esse drama não é pra mim. Eu amo a Lauren, disso eu não tenho dúvidas, mas ela mentiu para mim. Depois do meu momento reflexão, vou trabalhar para ver se ocupo a mente um pouco. Pego o carro e saio.

Chegando lá, reviso a pilha de relatórios sobre minha mesa e tenho serviço até o dia seguinte. Quando ouço batidas em minha porta e grito um abra.

— Olá Mila! – Taylor disse entrando em minha sala.

— Oi Tay! Sente-se. Em que posso ajudar?

— Não é sobre trabalho. – Assinto e ela continua. – Cara me contou o que aconteceu pela manhã, depois Lauren me deu a versão dela e disse que você está estranha com ela. – Eu abaixo a cabeça e finjo ler um relatório.

— Eu vi muitas coisas pela manhã, é normal que eu fique estranha e confesso que ver a mulher que eu amo defender um cara como o Louis é demais para mim.

— “Mulher que você ama”. – Ela disse fazendo aspas. — Fico feliz em saber isso. Mas posso fazer uma pergunta pessoal? – Eu assinto. — Você transou com mais alguém depois que transou com a Lauren?

— Tay minha querida, eu não transo com mais ninguém desde o dia que conheci a Lauren. – Ela me olhou incrédula.

— Nossa essa é surpreendente vindo de você.

— É! Surpreendente, idiota e patético! – Falo e ela me olha séria.

— Hey! – Ela exclama. — Não fale assim! Esta parecendo à antiga Cabello.

— Quem sabe ela está voltando! – Falo e o queixo dela cai.

— Cabello, se você magoar minha irmã, eu juro que esqueço tudo e te mato. – Ela estava com a mesma expressão do dia da praia. Medo define, mas não vou deixar transparecer.

— Claro! A Babaca não pode magoar ninguém, tem que aceitar tudo de boa. Se fosse eu, no apartamento de uma mulher, você acha que eu teria tempo para me explicar? Você acha que ela acreditaria em mim? Ficaria tudo em uma boa? – Ela me olha e relaxa um pouco a expressão.

— Claro que sim. A Lauren é assim Cabello, é lógico que ela te ouviria, mesmo que você estivesse pelada com outra mulher. É o jeito dela, ela se preocupa com os outros, ela contaria a você sobre a visita ao Louis, ela não mente para quem ama. Ela só estava com medo da sua reação. Não a trate assim, você disse que perdoou, então haja como se tivesse mesmo feito isso ou faça ao contrário e fale que não esta confortável. Mas não a deixe imaginando um monte de besteiras,
Lauren é insegura e quando se trata de você, essa insegurança dobra. Ela é uma pessoa muito boa, ela fez o que o coração mandou, o monstro batia nela e ela achou que precisava ajudar ele mesmo assim. Ela não faria nada com ele e eu garanto que ela está 100% na sua. – Eu fiquei olhando Taylor.

— Está ok! – Pensei um pouco. — O que você e Cara vão fazer hoje à noite? – Ela mandou algo no celular e esperou resposta.

— Nada. – Ela me olhou sorrindo. – Encontro de casais?

— Encontro de casais!

— Às 20h naquele japonês, na rua da Cara?

— Perfeito! – Ela levantou, veio até mim e me abraçou forte.

— É sério, não a magoe, ela não merece, ela é boa demais e suportou tanta coisa. Você a faz feliz continue assim.

— Não se preocupe, eu não vou ser tóxica a ela. Eu vou tratar ela como a princesa que ela é. Taylor abriu um sorriso lindo e voltou a me abraçar. A porta da minha sala se abre e Cara nos olha com uma expressão nada boa.

— O que esta rolando aqui? – Eu e Tay nos olhamos.

— Eu disse para não fazermos isso aqui.

— Eu sei, mas eu não consigo ficar longe de você. – A Cara está quase espumando pela boca.

— Que porra é essa! – Tay me solta, beija meu rosto, o que piorou a raiva da minha amiga, se afastando de mim e abraçando Cara.

— Para com esse ciúme bobo, porra vocês são amigas. – A expressão de cara agora suaviza. – Nós estávamos no nosso primeiro “momento cunhadas” aqui e você atrapalhou.

— Desculpe! – Agora ela está envergonhada.

— Eu já falei para você moderar esse ciúme bobo. Eu amo você, sua idiota e não quero mais ninguém. – Cara fica corada.

— Nossa Cara, você esta corada, nunca pensei...

— Cala a boca Cabello. Eu não sou a única apaixonada nessa sala. – Levantei as mãos em rendição.

— Vamos ter um encontro hoje, um encontro de casais.

— Se acertou com a Lauren?

— Fazer o que? Eu já estou ferrada mesmo. – Tay me lançou um olhar mortal. – Eu amo a Lauren e a Tay me convenceu que esse é o jeito dela.

— Ok! Você que sabe. Só quero que você fique bem. – Me lança um sorriso encorajador. – Se não se sentir a vontade é melhor falar.

— Parece que você não quer que elas fiquem juntas.

— Eu só quero que minha amiga fique feliz, desde essa manhã eu não vejo um sorriso espontâneo em seu rosto. – Tay me olha e fica me encarando.

— Eu estou bem pessoal. Só que esse mês esta sendo muito intenso e eu não sou acostumada com isso.

— Eu também demorei um pouco, mas é muito bom ter alguém e posso afirmar que é muito melhor do que a nossa lantiga vida. – Tay olhou para ela com uma cara de trouxa.

— Tá ok! Até a noite e saiam da minha sala. Não quero ver nada inapropriado esta tarde. Elas gargalham e saem da minha sala.

Sento e fico pensando. Tay está certa, eu quero ficar com Lauren e depois de tudo pesado que ela passou, deixar ela por causa da primeira coisa complicada para mim é egoísmo. Melhor eu ligar para ela.

— Oi Camz. – A voz dela parece embargada e meu coração aperta de pensar que ela está chorando.

— Oi princesa, esta tudo bem? – Ela meio que bufa.

— Não sei. Esta? – E dessa vez é nítido de ver que ela está chorando.

— Está chorando?

— É claro que estou. Você me tratou estranho depois do almoço. Você não me quer mais? O que está acontecendo? Eu já expliquei meus motivos e você disse... – A cortei.

— Onde você está?

— No escritório.

— Chego ai em 20min. – Não espero ela falar nada e desligo.

Peguei meus relatórios e coloquei em uma pasta. Passei pela mesa da Dé, ela está toda atrapalhada com uma pilha de papeis e sua mesa era pequena.

— Precisa de uma sala Dé.

— Eu já cansei de dizer, se eu tiver uma sala, vou deixar de ser secretária.

— Nada a ver. A secretária do meu pai tem uma sala, você é mais que uma secretária e você sabe disso.

— Está bem, eu vou aceitar.

— Enquanto eu não organizo isso. Fique na minha por hoje. – Ela me lançou um olhar intimidador. – Qual é? Você sabe que eu não vejo problemas com isso. Você é mais que uma secretária Dé e eu já reajustei seu salário.

— Está falando sério? – Eu assenti. — Obrigada! – Ela me abraçou. — Isso veio na hora certa. – Ela olha a pasta em minha mão. — Trabalho para casa?

— Não. Eu vou à empresa do Jauregui. A Lauren e eu estamos em uma crise. Vou lá para me sentir menos culpada. Mas vou ter que levar algumas coisas que não podem esperar. Ela assentiu e foi juntando as coisas para ir para minha sala. — Dé, quando o Sr. Jauregui quiser marcar uma reunião, de prioridade a ele.

— Adulando o sogrinho. – Ela lança um sorrisinho irônico.

— Talvez. Mas eu investi muito dinheiro nele, é melhor não arriscar.

— Eu fiz tudo que você pediu, mas não concordei com nada disso. Você não vai ter o retorno na sua conta pessoal.

— Eu sei! Mas era o certo a se fazer.

— Você que sabe. Vou indo logo, se não, vou terminar isso hoje. – Me beijou no rosto e eu fui em direção do meu carro.

Quando cheguei, fiquei sentada no carro, pensando, que seria de morrer encontrar a Lauren chorando por minha causa. Eu queria ser a salvação dela e não o novo sofrimento. Criei coragem, peguei minha pasta e entrei na empresa.

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