158. Dúvida

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Greg Cabello Jauregui  |  Point of View




Depois de uma longa conversa com minha mãe, ela me deu boa noite. Caminhei até o quarto delas e dei boa noite para minha papa, depois para os gêmeos e fui para o quarto de Mer.

— Falei com a papa!

— Ela saiu para caçar ele? Ela ligou para o Renan? Eles vão dar um trato à lá Cabello’s.

— Não sei... Ela concordou. – Mer pareceu pensativa.

— Será que ela está tramando algo? Ela não é de aceitar as coisas facilmente.

— Não sei... Ela pareceu calma.

— Tem algo errado aí. – Me deitei e repousei minha cabeça em seu colo. Ela começou a afagar meus cabelos. — Ou não. Não precisa ficar preocupado, você nem conversou com o cara ainda e já está surtando.

— Eu estou nervoso... Tipo, ele é tão lindo... É complicado.

— Fala como se você fosse menos bonito que ele. Você é o cara mais gato da escola.

— Não sei... Não quero parecer imaturo.

— Se ele sabe sua idade e deu o número para você, ele deve gostar de garotos mais novos e a diferença nem é tanta assim.

— Falou a que namora uma idosa.

— Menos maninho. Você tem que parar de implicar com ela.

— Aquela oxigenada não me desce. Estou só esperando uma mancadinha dela.

— Queria entender o que houve entre vocês...

— Não houve nada. Só a odeio.

— Tem que ter um motivo. – Fiquei pensando por um tempo.

— Nossos santos não batem. – Levantei e beijei a testa dela. — Boa noite, princesinha!

— Boa noite, maninho.

Caminhei até meu quarto, minha mãe estava fugindo da minha papa, desceram as escadas correndo. Essas duas têm uma disposição invejável, nós estamos nos arrastando e elas, que trabalham e cuidam de nós, estão correndo pela casa.

Tranquei a porta do meu quarto, pois gosto de dormir de cueca. Tirei minha bermuda e minha camiseta, escovei meus dentes e coloquei meu edredom na cama, me deitando e cobrindo até minha cintura.

Peguei o papel e salvei o número dele. Comecei a digitar a mensagem, mudei umas duzentas vezes e acabei mandando um...

Eu: Oi (23h26min)

Philip: Olá? (23h41min)

Eu: Aqui é o Greg. Você me deu seu número na aula de Ed. Física (23h44min)

Philip: Ahh. O gatinho. Como está? (23:45)

Eu: Bem e você? (23h46min).

Philip: Melhor agora!!!! (23:46)

Eu: 😊 (23h48min)

Philip: Então... Gosta fazer o que? (23h48min)

Eu: Gosto de ler, escuto muita musica e gosto de séries. E vc?” (23h48min)

Philip: Mesmas coisas.. Talvez eu acrescente que amo atividades físicas. Hahahaha (23:49)

Nunca conversei com ninguém que me respondesse tão rápido.

Eu: Claro! Hahahaha. — Eu corro com minha papa, ela tem problemas no coração, corremos todas as manhãs, porque minha mama não a quer correndo de shorts e sozinha. (23h49min)

Philip: Mama, papa? Tem duas mães? (23h50min)

Eu: Mais ou menos. Minha papa é interssexual (23h51min)

Philip: Legal. Você gosta de sair? (23h51min)

Eu: Não. Eu gosto de ficar em casa (23h51min)

Philip: Eu também. (23h52min)

Eu: Sério? (23h52min)

Philip: Sim. Gosto de ficar comendo e assistindo TV, principalmente, sábado à noite (23h52min)

Eu: Isso é estranho... Você é um cara bonito demais para ser anti-social. (23h54min)

Philip: Obrigado, mas sou! (23h56min)

Philip: Bom... Ainda com medo? (23h57min)

Eu: Não sei. Sou um poço de “não sei”. (23h57min)

Philip: Já estou muito feliz por vc ter me mandado msg. (23h58min)


×××


— Vocês não vão se ver?

— Não sei.

— Senhor... G! Vocês estão trocando mensagens há uma semana. – Lívia disse irritada. Estamos no gramado da escola, Mer e Rob foram comprar refris para nós. — Vem cá. – Ela me puxou. — Vamos tirar uma selfie. – Ela tirou e logo os meninos chegaram.



Camila Cabello  |  Point of View



Renan, Cara e eu estamos na frente do prédio do velho que está assediando meu filho.

— O que você vai fazer? – Renan perguntou.

— Vou fazer minha ameaça, mas não conte ao Rob, Cara. Ele contará a Lívia que contará a Greg. Sabe aquela teia.

— Isso é um saco. Minha filha não faz parte disso. – Renan falou.

— Ninguém mandou viajar para Londres e nos abandonar aqui.

— Isso! – Cara concordou comigo.

— Ok. Entendo.

— Vou lá.

— Ok. Cuidado o coração e não o mate.

— Só ameaça.

—  Tudo bem.

Perguntei na entrada por Philip, expliquei que era mãe de Greg, um amigo dele e o porteiro interfonou. Depois autorizou minha entrada.

Ele abriu a porta. Ele era bem maior do que eu esperava, mas isso não me impediu de segurá-lo pela gola e o empurrá-lo até a parede.

— Calma senhora Cabello.

— Meus filhos são tudo para mim, não quero vê-los magoados. Eu já briguei até com minha mãe pela felicidade deles e não vou deixar ninguém acabar com ela.

— Eu me encantei por aquele garoto, não tenho intenções ruins.

— Eu sei o que homens da sua idade querem.

— Juro que não quero me aproveitar dele, se ele me quiser, vou tentar curar as feridas que deixaram nele. Eu estou calejado delas. – Fiquei encarando ele e não vi mentira ali. Então o soltei. — Mas acho que ele não está pronto e entendo isso. Ele evita me encontrar... Duvido muito que queira algo comigo.

— Bom... Estou com meus dois primos no carro... Uma lágrima dele e quebraremos você.

— Eu entendi Sra. Cabello. Quer um café? Uma água?

— Não. Obrigado. Estamos atrasados para uma reunião.

— Se Greg aceitar sair comigo, farei o pedido formal a senhora.

— Bom... Muito me agrada isso.

Fomos para a reunião. Até eu achei ele bonito... Que cara petulante!

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