48. Ajudando

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Camila Cabello | Point Of View

Quando acordei pela manhã, meu corpo todo doía e Lauren estava com a cabeça em meu peito, agarrada em minha cintura. Como eu senti falta disso. Eu virei dependente dela e não reclamo disso, só me assusta um pouco. Desvencilhei-me e fui até a cozinha preparar um café. Liguei para Dé, avisando que não iria trabalhar. É! Dou satisfação para minha secretária. Liguei para meu pai avisando que havia me acertado com Lauren e agradeci os conselhos. Ele me ajudou muito, sempre sabia o que dizer. Ele, minha mãe, Renan e Sasha foram essenciais, foram poucos dias, mas eu precisei muito de amigos. Eu teria surtado sem eles. Se não fosse pela Sasha, eu teria feito uma merda enorme.

No dia em que saí da casa da Lauren, eu fui para primeira boate que achei e comecei a beber. Várias mulheres estavam me dando mole e eu estava escolhendo uma. Sasha me viu e foi conversar comigo, mas aquela era a antiga Cabello então, eu a tratei muito mal. Ela pegou meu celular do meu bolso e ligou para meu pai. Ele foi lá e me levou para casa. Eu briguei e falei muito mal com os dois. Depois que minha mãe me deu um banho, eu voltei um pouco à realidade e comecei a chorar. Só me lembro de dizer que eu era uma aberração e a Lauren era perfeita demais para mim. Eles me olhavam confusos. Sasha deitou do meu lado e meus pais no sofá e eu contei toda a história. Eles me consolaram e Sasha passou a noite comigo. Nos aproximamos muito nesse tempo. A Cara se distanciou de mim. Antes que vocês pensem bobagem, eu não penso na Sasha com maldade e ela não me vê assim. Somos amigas e eu respeito ela muito e se não fosse ela, eu teria voltado à antiga vida e estaria sei lá onde agora. Voltei dos meus devaneios quando escuto barulho de porta e vou até a sala para ver quem é.

— Bom dia meu doce! Como está? – Estou em pânico, a Lauren vai surtar se ver a Sasha aqui em casa. — Que cara é essa?

— A Lauren e eu voltamos. – Ela abriu um sorriso. — E ela está aqui. – Ela arregalou os olhos.

— Melhor eu ir embora...

— Antes que eu chegue? – OMG! Agora ferrou!

— É. Não quero atrapalhar a reconciliação.

— E você é? – Não consigo me mexer. Que cacete. Não tem porque o pânico, somos só amigas.

— Sasha Pieterse. Amiga da Camila. Nós já nos conhecemos.

— Oh! Sim desculpe. – Ela foi em direção da Sasha e a... Abraçou? — Obrigada por tudo. Se não fosse você, a antiga Cabello tinha voltado. – Fiquei olhando confusa para ela. — O que? Você pediu para nos afastarmos, mas eu ligava todos os dias para seus pais e eles me contavam cada passo seu. – Neguei com a cabeça e sorri. — Claro, que eu surtei quando soube que vocês dormiam juntas, mas a sua mãe me garantiu que nunca rolaria nada entre vocês.

— Nunca mesmo.

— A Sasha é como a Cara, tem horror a pinto. – Elas gargalharam. — Vamos tomar café? – Elas se olharam e assentiram. Sasha foi para a cozinha e quando Lauren foi passar por mim, a puxei pela cintura, colando nossos corpos. — Bom dia! – Ela sorriu e colou nossos lábios em um selinho.

— Ótimo dia! Só não é perfeito, porque estou um pouco dolorida.

— Desculpe amor! Eu peguei pesado, mas eu estava com muita saudade e... – Ela colocou o dedo em meus lábios, para que eu não falasse mais.

— A noite foi perfeita, não mudaria nada nela. Só tenho que te acompanhar na academia, para regular com seu ritmo.

— Isso seria um problema. – Ela me olhou um pouco incrédula. — Você com roupas justas e suando, não vou conseguir manter o foco na malhação. – Ela sorriu e negou com a cabeça.

— Você é uma pervertida, Cabello!

— Amo você!

— Também amo você! – Nos beijamos, a Sasha deve ter comido todo o café da manhã, nesse tempo, mas quem liga né? Eu não. Ela separou nossas bocas. — Lembrei de uma coisa. Depois vamos lá em casa. Os convites que você pegou aquele dia estavam todos com nossos nomes errados e faltando a lista de presentes e traje.

— Lista de presentes? Nós somos ricas, pra que presente se nossa casa está completa? Traje? Em um casamento na praia?

— Argumente com aqueles quatro. Tudo exagerado.

— Vou argumentar mesmo. Vamos? – Ela assentiu, chegamos na cozinha e ela esperou eu sentar pra sentar no meu colo. Ficamos ali conversando por horas e eu estava adorando ver minhas garotas se entendendo.

Depois que Sasha foi embora, nos arrumamos e fomos para a casa de Lauren, para onde minha mãe já devia ter se mudado, de tanto que vive enfurnada lá. Quando cheguei lá, Clara quase pulou no meu colo, meu desligamento de Lauren, incluiu toda família. Conversamos bastante, até que a porta se abre e Tay entra acompanhada de Cara. O mais estranho, é que eu não sei como agir com Cara, ela me esqueceu completamente e não estava lá pra mim, como prometemos quando éramos mais novas. Parece drama, mas esperava mais dela. Tay me cumprimentou normal, nos víamos todos os dias e Cara acenou. Retribui o aceno e continuei com a conversa.

— Clara, Lauren me disse que houve um problema com os convites.

— Sim, eles não vieram com a lista de presentes e nem com o traje.

— Lista de presentes? Não é um pouco exagerado.

— Nem tente amor. Elas estão irredutíveis.

— É meu amor, vocês já tiraram muito de nós, querendo casar na praia. Agora deixem com a gente. – Minha mãe completou.

— E se eu desse uma idéia melhor? – Elas me olharam como se me desafiassem. — Porque não colocamos o número de uma instituição de caridade. Sei lá, nossa casa está completa e nós somos ricas, ao invés de gastar com presentes, os convidados ajudam com o que podem. Melhor ajudar quem precisa. – Minha mãe levou a mão à boca e Clara me olhava sorrindo. Lauren me agarrou. — E também os convites, eles podem ser temáticos, feito em garrafinhas com pergaminho dentro. Agora é com vocês.

— Você é perfeita Camz!

— Vamos Clara, pesquisar uma instituição para ajudar. – Ela levantou e veio me abraçar beijando minha testa e dizendo que eu sou o orgulho dela. Fiquei envergonhadinha agora. — Você já abriu um pedido na prefeitura? – Assenti.

Elas saíram, deixando nós quatro na sala. Tay, o centro das conversas como sempre e depois de muito tempo, escutando ela, eu cansei e puxei Lauren para meu colo e comecei a beijar ela. Ela ficou surpresa, mas acabou retribuindo.

— Hey! Tem mais pessoas aqui, vamos respeitar. – Levei minha mão até a bunda de Lauren e apertei. — Deus! Vamos amor, deixa essas devassas aí! – Depois de um tempinho parei o beijo.

— Não que eu não tenha amado, mas porque dessa atitude repentina. – Falou me abraçando e escondendo o rosto no meu pescoço.

— Só estava cansada de escutar sua irmã. – Ela riu um pouco abafado.

— Você não gosta mais dela.

— Não é isso, só quero ficar sozinha com você. – Falei beijando o topo de sua cabeça.

— Não vejo a hora de morar com você.

— Nem me fale! Acordar e ver seu rosto todos os dias, deve ser o verdadeiro paraíso.

— Fofa! Falta pouco agora! O que você vai vestir?

— Não sei. Minha mãe está vendo isso.

Ficamos ali, namorando um pouco. Depois de um tempo, eu já estava em ponto de bala já, e minha querida noiva me solta essa.

— Amor! – Ela me chamou e eu fiz um barulho, sem parar de beijar seu pescoço. —  Sabe aquele episódio de “Eu a patroa e as crianças”, em que a Jay propõe a Michael, que eles fiquem sem sexo por 6 meses. – Eu congelei na hora.

— O que tem? – Falei sabendo a resposta.

— Eu acho que a gente tem que ficar sem sexo, até a lua de mel. – Eu arregalei os olhos.

— Por quê?

— Sabe, pra ser uma coisa inesquecível. Ficamos um tempo sem e com a saudade, vai ser tipo um furacão.

— Está enjoando?

— Não, nunca, você sabe o jeito que me deixa. Só quero fazer uma experiência.

— Um mês? – Perguntei.

— Um mês!

— Tudo por você princesa, mas vai ser difícil.

— Eu sei, mas vamos tentar.

— Ok. Então, eu preciso de um banho.

— Eu também. – Rimos e eu fui para casa.

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