Aprendendo A Viver

136. Precisamos de Você

Lauren Jauregui  |  Point of View

— Ela nem nos beijou. – Greg falou.

— Ela comemorou pra ir trabalhar? O que está acontecendo? Vocês brigaram mama?

— Não minha filha. Estamos bem, acho que esses dias tem sido difíceis pra ela. É bom que ela ocupe a cabeça. – Falei e torci para estar certa.

— Mama, Steve vai vir aqui brincar comigo hoje. Você deixa? – Ramsés falou e eu Assenti. — Liga pra mãe dele e diz que deixa?

— Já eu ligo amor. – Ele sorriu de lado, sou gamada nesse sorriso, pois é idêntico ao de Camz.

Ele fica mais parecido com ela a cada dia. Eu queria uma pequena Latina, mas as meninas são minha cara. E acho que não temos como ter outra.

Queria saber o porquê de Camila estar distante. Espero que não seja nada grave.

Camila Cabello  |  Point of View

Estava sentada ao lado da cafeteira, esperando meu café ficar pronto e Lívia, a antiga estagiária, terror das nossas esposas e agora gerente do departamento pessoal, entrou na sala.

— Chefe!

— Oi Lívia. O que faz aqui?

— Parece que o projeto da Cara vai precisar de uma equipe. Ela me chamou para já apresentar os gastos a você.

— Sei. Ela chamou e não chegou ainda.

— Bem Cara fazer isso. Sempre atrasada.

— Elas não devem ter encontrado alguém para ficar com o Rob. Os meus sogros viajaram a Madri, para visitar o filho mais velho.

— Eles têm um filho?

— Sim. Ele se mudou para lá quando casou. Abandonou os negócios da família e se mandou.

— Está certo, tem que aproveitar a vida mesmo. Falando em abandonar, e o Greg? Não vejo mais ele por aqui.

— Parece que ele arrumou coisa melhor do que passar o dia aqui comigo.

— Namorada?

— Namorado. – Ela arregalou os olhos.

— Mas é assim. Os filhos cansam dos pais mesmo. Você parece tensa, porque não vamos a sua sala e relaxamos?

— Porque não podemos conversar cinco minutos sem que você tente transar comigo? Já disse que nunca traí e não vou fazer isso com minha deusa particular. Os meninos também não, você é uma excelente profissional, não estrague as coisas.

— Vocês casaram com aquelas garotinhas inseguras... – Ela ficou entre minhas pernas. — Não tem noção de como é ficar com uma mulher experiente. Consigo acabar com você na primeira. – Revirei os olhos.

— Como você é baixa. Vou fingir que não ouvi isso. – A empurrei e saí da bancada, pegando minha xícara. — Olha você nem suportaria... Esquece. Só não fala mais comigo deste jeito, pensei que pudéssemos ser amigas, mas a única mulher que consegue ser minha amiga é a Dé.

Lauren Jauregui  |  Point of View

Deixei Greg com os meninos e fui até a empresa. Sentei na sala de Camila e fiquei esperando. Depois de uma hora e meia ela chegou, conversando com Débora.

— Afrodite? Aconteceu alguma coisa? – Ela me olhou assustada.

— Não. Oi Dé.

— Oi Laur. Como está?

— Preocupada com minha esposa, fora isso, bem.

— Deixe essa velha no asilo e vai viver a vida Laur. Você é linda e fica cuidando desta idosa. Vai curtir! – Débora falou e Camila só faltou voar no pescoço dela. Quer deixar a Camila irritada? A chame de velha.

— Vai Débora. Vai trabalhar. – Ela gargalhou e saiu da sala. Me levantei da cadeira de Camila e ela sentou no sofá em sua sala. Me sentei a seu lado. — O que houve Afrodite?

— Você saiu sem me dar meu beijo e os meninos ficaram chateados por você ter comemorado.

— Desculpe, mas estou passando por uma crise existencial e me sinto muito importante aqui na empresa, pois ninguém faz nada sem me consultar aqui.

— Entendi. A história do Greg ainda.

— Exatamente.

— Não use tons irônicos e charadinhas Cabello. Estamos velhas e não tenho paciência pra isso. Esta chateada? Fale.

— Estou mesmo. Me senti um lixo de mãe. Mer falando que te odeia, os gêmeos sem amigos e o Greg... Meu pequeno... – Ela encheu os olhos de lágrimas. — A minha voz de anjo, o garotinho assustado que tirei de um beco... Mentiu pra mim. Ele mentiu e pediu pra você mentir. – Ela começou a chorar.

— Hey Camz. Está tudo bem... Olha pra mim. – Ela me olhou. — Greg não queria magoar você, ele sabia o quanto ter alguém te afetaria. E está afetando, você está distante, não conversa com ninguém. Essa foi sua primeira decepção como mãe. Terão outras e várias. Eu já me decepcionei várias vezes com Mer e agora estamos bem, mas eu sei que vou ter outras. Você me ajudou com ela, mas temos quatro filhos. Você queria um monte, agora aguente as consequências. – Ela sorriu.

— Preciso da sua ajuda, Camz. Eles precisam da papa e eu da minha Camz... Minha companheira. Sei que é terrível ter que conversar sobre sexo gay com nosso príncipe, mas temos que nos acostumar. Eu trabalho o dia inteiro, cuido da casa e das crianças, mas a noite eu quero ser cuidada por você. Faz dias que você não me faz uma massagem... Eu amo suas massagens. Esses momentos antes de dormir que tenho com você são para esquecer os problemas... Só nos duas... – Sentei no colo dela e comecei beijar o seu pescoço. — Fazer amor com você é uma das melhores partes do meu dia. Não me prive mais disso. – Ela puxou com jeito, mas de forma firme, os cabelos de minha nuca e começou o distribuir beijos por meu pescoço.

— Uma das? – Ela perguntou e o timbre rouco, quando atingiu meu pescoço, arrepiou todo meu corpo.

— Sim. A primeira é acordar ao seu lado e ter certeza que minha vida perfeita não é sonho. – Ela me fitou e ficamos nos
encarando por um tempo. — Você é a alma desta família, Camz. Não funcionamos sem você. Nós amamos você mais eu tudo!

— Lauren... Você é tão perfeita. Sabe me acalmar como ninguém, realmente, eu precisava muito ouvir essas coisas hoje. Só você mesmo. – Ela ergueu o tronco e beijou minha testa.

— Não faça mais isso... Converse comigo e vamos resolver nossos problemas juntas.

— Ok princesa. Tudo que você quiser. – Aquela puta da estagiária vagabunda entrou sem bater na sala da minha mulher...

— Não sabe bater? – Ela me olhou e sorriu.

— Sei, mas aqui não preciso. – Cerrei os olhos e olhei pra Camila que ficou branca.