Camila Cabello | Point of View
Eu já revirei essa cama tantas vezes que perdi as contas. Sem Lauren não consigo dormir... Lá vou eu ceder de novo. Caminhei até nosso quarto, quando entrei, ela também não havia dormido. Me deitei ao lado dela e fiquei a encarando um pouco... O tempo só fez bem a ela, tão linda.
— Desculpe Lauren. Fiquei cega de ciúmes, nunca deixaria você e meus filhos sozinhos. Só vou fazer isso quando você pedir.
— Eu nunca faria isso. Você anda muito estressada, Camz.
— Eu sei... Tem tanta coisa acontecendo.
— Eu sei, Camz. Não pense que é fácil pra mim.
— Vem cá. – Disse a puxando para mim e ela se aninhou. — É oficial. Não durmo sem você.
— Eu também não sem você. Te amo.
— Também te amo. – Selei nossos lábios e depois deixei um beijo em sua testa.
Adormecemos assim.
×××
Marquei uma consulta com Troy, escondido de todos. Estava na sala de espera, até a secretária me chamar. Troy e eu conversamos sobre as nossas famílias.
— Mas o que te trás aqui?
— Eu tenho tido algumas tonturas e falta de ar.
— Tontura ou vertigem?
— Qual é a diferença?
— Tontura te dá uma instabilidade e você sente que está flutuando. Já a vertigem dá a sensação de que tudo em torno de você está se movendo.
— Vertigem então.
— E isso acontece quando?
— Quando eu fico nervosa no trabalho e na hora do sexo.
— Principalmente quando você está perto do ápice?
— Isso.
— Venha comigo. – O acompanhei até uma sala. — A prepare para uma corrida. – A assistente dele pediu para eu tirar minha camisa e colou uns sensores em mim. Ela mediu minha pressão. — Suba na esteira. – Eu fiz. Ele ligou e eu comecei a andar. — Tranquilo? – Assenti. — Vou aumentar. – Assenti. Ele foi aumentando gradativamente, depois de um tempo eu já estava correndo e puxei o cabo de segurança quando a vertigem me atingiu. — Vertigem? – Ele aferiu novamente minha pressão.
— Sim. – Falei ofegante.
— Muito cansada?
— Sim.
— Peça a sala de eletrocardiograma com urgência. – Ele disse para a assistente.
— Algo sério?
— Tenho quase certeza, mas vou confirmar no eletro. Fique tranquila. – Quando um diz fique tranquila, a última coisa que fico é tranquila.
Depois de uma hora, entramos na sala, ele pediu para que tirasse a camisa e o top. Passou um papel toalha com álcool no meu peito e depois um gel condutor. Colocou eletrodos ali e ficou olhando o computador.
— Você tem dores no peito? Sente uma sensação de ardor no pescoço e nas costas?
— Sim.
— Ok. – Ele disse tirando os eletrodos e limpando o gel. — Vamos a minha sala.
Quando chegamos, nos sentamos e ele começou.
— Você está com angina. Não é uma doença, é um conjunto de fatores que ocorre quando seu coração não está sendo suprido de oxigênio como deveria. Ela é passageira e só ocorre quando seu coração é forçado demais, como em esforços físicos e emocionais intensos.
— Tem como tratar?
— Sim. Sua pressão está alterada por conta disso. Vou te indicar dois remédios, um para a angina e outro para controlar sua pressão. Controle sua alimentação, e você precisa tirar umas férias, a angina não é doença, mas é o indício de que algo está muito errado e pode se agravar causando até um infarto em você.
— Minha casa não é um SPA bom para férias.
— Então a torne um, pois você pode ter problemas sérios se não se cuidar. Mude sua alimentação, evite gorduras e sal. Sal é seu maior inimigo agora. Depois de uma semana com o medicamento, você já vai sentir a diferença. Comece com caminhadas leves e vai aumentando o ritmo conforme seu coração aguentar. E principalmente... Vire um monge de paciência. Você era tão calma.
— Filhos namorando, mulher linda, mãe interesseira, homossexualidade e gerente vagabunda não ajudam com isso.
— Vida agitada. Se conforme com namoros, confie na sua mulher, fale sobre o seu estado para sua mãe e demita sua gerente. Problemas resolvidos. Precisa ficar a primeira semana de medicação sem sexo também.
— Nossa! Que simples.
— Tudo tem que ser prático pra você, Camila. Não brinque com isso só porque não é doença... É um aviso de uma muito grave. Uma aspirina quando os sintomas estiverem muito fortes vai ajudar, não exceda a dosagem do medicamento que receitei, pois ele é bem forte.
— Tudo bem. Vou me cuidar.
Dirigi até o meu escritório e comecei a tomar as decisões cabíveis. Chamei Débora até minha sala.
— Oi Mila.
— Oi. Senta aqui, precisamos conversar.
— Fale.
— Estou com angina. Não é uma doença, mas é tipo uma amostra grátis de uma. – Ela arregalou os olhos. — Calma. Vou precisar me medicar e Troy me obrigou a tirar férias. Obviamente, você ficará no meu lugar.
— Mas Camila...
— Não confio em mais ninguém para isso. Só vou seguir as orientações e ficar tranquila se você estiver cuidando disto aqui.
— Obrigada Mila. – Sorri pra ela.
— Tenho uma orientação muito importe. Demita a Lívia e não conte a ninguém. Só se perguntarem.
— Que motivo? Tem motivo?
— Peça pra ela se demitir ou acusaremos ela de assédio.
— Sim. – Ela anotou na agenda dela.
— Queria que você usasse esse tempo aqui para bolar um esquema de ensino para escolas suportarem melhor alunos diferentes.
— Diferentes?
— Gays, interssexuais, autistas, cadeirantes... Sei lá. Queria um projeto para ensinar as escolas a ensinarem que ser diferente não é ruim. – Ela sorriu e assentiu.
— Você é incrível. Tem um coração tão bom.
— Bom e fraco. Mas vou curá-lo. Vou conversar com Cara e Renan. Pode começar demitindo aquela vadia.
Depois de tudo resolvido, fui até a farmácia e comprei os remédios, horrivelmente caros, e fui para casa.
Lauren chegou com as crianças e eu contei a eles que estava de férias. Foi uma verdadeira festa, que virou uma briga para decidir qual escola eu visitaria primeiro. Depois Lauren os acalmou e os mandou para o banho.
— Férias?
— Fui consultar o Troy. – Ela correu e sentou ao meu lado. — Estou com angina. – Ela começou a chorar.
— Isso é grave? Meu Deus Camz. Você está sentindo alguma coisa? Você está com dor? – Ela disse me apalpando.
— Calma amor. Isso não chega a ser uma doença, mas é o indício sério de que posso ter uma doença do coração se não me cuidar. Ele me receitou remédio, férias e não posso me estressar. Preciso me alimentar direito e não posso comer nada com muito sal. – Falei limpando as lágrimas dela. — Estou bem. Vou ficar melhor com a medicação. E não posso fazer sexo por uma semana.
— Isso é o de menos, Camz. O importante é você ficar boa. Que susto. – Ela disse me abraçando. — Quase tenho um troço.
— Te amo, Afrodite.
— Também te amo, Camz. Vou cuidar de você.
— Você sempre cuida. – Disse beijando a testa dela.
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Aprendendo A Viver
FanficCamila Cabello e Cara Delevingne vivem nas baladas da vida, com 24 anos, elas não amadureceram ainda, agem como adolescentes, até que levam o emprego a sério, agora a vida pessoal delas é uma festa. O destino decidiu agir com as "alérgicas a relacio...