92. Manter a Calma

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Camila Cabello  |  Point of View




— Lauren... – Ponderei recuperando a calma. — Eu fiquei em casa todo o mês, sendo ignorada e quando eu decido sair você me quer aí?

— Camz... é sério. Eu preciso de você hoje.

— Hoje? E amanhã? Você vai me humilhar e ignorar?

— Não, Camz!

— Se sua preocupação é traição, não precisa se preocupar. Eu nunca faria isso.

— Eu sei, Camz. Só quero você hoje. – Suspirei, fechando os olhos e negando com a cabeça.

— Tudo bem... Estou chegando.

~Ligação Off~

— Desculpe, mas eu ouvi tudo. Você deve gostar muito dela.

— Sim. Eu amo com todas minhas forças. Minha esposa!

— Ouvi falar.

— Tenho um filho e ela está grávida de uma garotinha.

— Nossa! Que momento incrível. – Olhei pra meus pés. De incrível não tem nada, o começo foi maravilhoso. – Você parece cansada. Seria melhor não falar com ela hoje. Você pode explodir.

— Ela me pediu com jeitinho. Não posso negar.

— Eu posso te ajudar a relaxar. – Olhei assustada para ela. — Calma. Não dessa forma. Me dê sua mão. – Eu a estendi. — Sabia que as mãos têm um monte de terminações nervosas? – Assenti. — Então, e os pés também. Você pode fazer na sua mulher um dia. – Ela apertava a palma da minha mão com os polegares, aquilo era bom pra caramba. — Se eu apertar aqui... – Senti uma fisgada no meu amigo.

— Opa! – Ela sorriu. E voltou a apertar onde inicialmente. Me escorei no sofá e aproveitei aquilo. — Isso é realmente divino. Onde você aprendeu?

— Bom... Eu viajo muito. Aprendi isso com um monge no Tibet.

— Ok! Deixe-me ver essa tatuagem. – Peguei seu braço e li. — “Le but la vie c’est la maturation de l’ame”.

— Olha! Fala francês! – Falou pegando minha mão e continuando a massagem.

— Sim. “O propósito da vida é o amadurecimento da alma”. É uma bela frase!

— Num relance, Tay se aproxima e senta em frente à Cléo.

— Boa noite. – Falou olhando para ela.

— Boa noite. – Cleo respondeu educada.

— Está íntima essa conversa. – Falou olhando para nossas mãos onde ela continuava a massagear. — Não?

— Não. Só estou fazendo uma massagem. Nada de íntimo!

— Ela disse que é casada?

— Nem precisava. Pessoas apaixonadas têm um brilho diferente. Mas ela disse que tem um filho e a esposa dela está grávida. E que ela ama muito ela.

— Oh desculpe eu só...

— Escuta uma coisa Taylor. Eu estou pouco me ferrando se seu relacionamento com a Cara é uma bagunça. Eu estou em um casamento e nunca dei motivos para ser vigiada feito criança. Eu tenho responsabilidade e sei dos meus deveres. Lembro muito bem o que prometi na frente do juiz.

— Não... Eu só estava...

— Não quero saber Tay. Estou repetindo um discurso que usei com a Cara. – Voltei minha atenção para Cléo. — Obrigado pela companhia Cléo! Eu adorei e amei a massagem. Desculpe qualquer coisa. – Peguei sua mão e beijei. — Até a próxima!

— Eu que agradeço e não se esquece de usar massagem. – Falou piscando.

— Pode deixar! Avisa a turma que eu vou de táxi para casa. – Tay assentiu.

Quando saí senti meu braço ser puxado. Era Cléo, ela colou nossos corpos e nossas bocas ficaram muito próximas.

— Olha eu sei que você é casada e tem filhos. Mas eu queria muito ficar com você essa noite. Vamos relaxar juntas, vou viajar amanhã e você nunca mais vai me ver.

— É sério, Cléo! Você é incrível e linda, mas não vai rolar. Não trairia a Lauren por nada. – Ela me soltou, aumentando a distância entre nós.

— Pode ficar com meu número pelo menos. Sei lá.

— Posso sim. Salve ai. – Falei entregando meu celular pra ela.

— Foi um prazer! – Falou deixando um beijo demorado na minha bochecha.

— Foi sim! Até! – Peguei um táxi. O motorista era um senhor. Inclinei minha cabeça e permiti que umas lágrimas caíssem.

Motorista: Dia difícil? – O olhei.

— A vida é difícil, amigo!

Motorista: Vejo pela aliança que é casada. Tem filhos?

— Tenho um garoto e minha esposa está grávida.

Motorista: Hum. Mas é um momento feliz então.

— Não. Minha esposa está esquisita e com repulsa de mim.

Motorista: A minha, na gravidez do meu segundo filho, me expulsou de casa. Elas ficam loucas, mas não precisa se desesperar.

— O que você fazia?

Motorista: Eu ia até o quarto do meu filho e ficava olhando ele dormir. O sono dele era tão tranquilo que me acalmava e me fazia enxergar o porquê de tudo aquilo. – Chegamos a frente da minha casa. — É aqui!

— Obrigado por tudo. Como é seu nome?

Motorista: Kevin e o seu?

— Camila! Foi um prazer!

— O prazer foi meu. Boa sorte e mantenha a calma sempre.

— Obrigado novamente!

Ele partiu e eu fiquei parada na entrada da casa. Quando entrei, tranquei a porta e subi as escadas. Abri a porta do quarto do Greg e ele estava sentado na cama.

— Hey pequeno! Está sem sono?

— Tive um pesadelo. – Fui ate ele e sentei na beira da cama.

— Está tudo bem! Pode dormir. São só sonhos ruins. – Ele deitou e o cobri. Peguei a mãozinha dele. — Dorme meu filho. – Ele fechou os olhinhos e depois de um tempo o aperto dele na minha mão ficou fraco e sumiu. Beijei sua testa e sai, indo até o meu quarto. Lauren estava sentada na cama também.

— Você demorou!

— Estava espairecendo. Vou tomar um banho. – Peguei uma muda de roupa e fui para o banheiro. Depois de uns minutos voltei para o quarto. — Vou deitar aonde? – Ela levantou as cobertas e bateu na cama. Me deitei e ela se escorou no meu peito.

— Desculpe Camz!

— Não me chame assim Lauren e não peça mais desculpas. Já ouvi todos os tipos de desculpas possíveis e você não precisa gastar saliva com isso.

— Não fale assim comigo, Camz!

— Já disse pra não me chamar assim. Não vamos fingir que está tudo bem. – Lembrei do Kevin, preciso manter a calma. — Vamos dormir, amanhã conversamos.

— Tudo bem. – Deitou de costas para mim. Puxou minha mão para abraçar ela e dormimos de conchinha. Era bom estar de volta ali, mas não estava certo o fazer.

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