Aprendendo A Viver

39. Dividir a vida

Lauren Jauregui |Point Of View

Levantei com um humor terrível. Me arrumei e desci com minhas malas. Eu estou rezando para que Camila vá até o aeroporto. Só hoje eu quero que ela me dê prioridade.

Chegando lá, minha família estava grudada em mim. Tay era a que mais me paparicava, Cara deve ter contado o que aconteceu para ela. Quando o meu vôo foi anunciado, toda a esperança de que Camila viesse me ver, virou raiva. Ela me quebrou hoje. Me despedi e entrei naquele maldito avião. Torcendo para chegar logo naquele hotel e me deitar em uma cama para chorar. O que não me impediu de ir chorando toda viagem, olhando as fotos de Camila em meu celular. Ela nem me ligou.

Eu sempre quis conhecer Paris, falo isso para todo mundo, mas eu queria vir aqui com alguém especial. Sabe o sonho de todo romântico? Passear de mãos dadas e conhecer cada canto desse lugar maravilhoso. Mas hoje Paris está triste. Ou eu que estou tão triste que passei minha vibe para cá. Meu vício em Camz, que não deixa eu me concentrar. Peguei um taxi e entreguei o endereço do hotel em que eu ficaria. Quando ele parou em frente a ele. Meu queixo caiu. Como meu pai tinha dinheiro para reservar um hotel desses para mim? Quando cheguei à recepção e falei meu nome. A moça sorriu largo para mim e entregou o cartão de acesso da porta. Então me veio à cabeça, como alguém daqui se interessaria por nossa empresa que quase faliu há meses atrás? E como meu pai pagou por tudo isso? Muito estranho. Um rapaz pegou minhas malas e me guiou até o elevador. Chegando ao andar, ele colocou minhas malas na frente da porta e saiu.

Quando abri a porta, meu coração veio na boca e eu não acreditei no que estava vendo. Não é possível. Eu devo estar delirando. Eu me trombei na porta, fazendo barulho e ela se virou para mim.

— Hey! Não queria te assustar.

— Mas o que você faz aqui? – Se aproximou de mim.

— Você não quer entrar? – É mesmo, estou parada aqui bem tonta. — Eu pensei muito antes de vir para cá. Quase desisti de tudo, depois do que você me falou.

— Veio para cá por conta do que eu te falei?

— Não Lauren! Você não estranhou nada? Tipo essa viagem do nada.

— Eu estava tão irritada com você, que só me liguei nisso quando cheguei a esse hotel. Meu pai não tem grana para isso.

— Eu planejei essa semana Lauren. Meu treinamento acabou. – Ela sentou na cama, então eu percebi como fui relapsa em não ter notado como ela estava muito magra e com olheiras. — Faz semanas que eu programo essa viagem. Hotel, reservas, lugares para te levar e uma coisa que eu só posso te contar mais tarde. – Eu fiquei mais tonta ainda. Porra como eu sou idiota. Fiz menção para falar. — Não Jauregui. Você falou no nosso último encontro agora é minha vez. Eu não estou 100% nisso? Eu dei tudo de mim Lauren, eu não dormia para te ver, meu pouco tempo de descanso era todo seu.

Não estou cobrando nada. Eu amo ficar com você. Você não pode me questionar desse jeito. Eu trabalhava até tarde e depois ficava mais tempo ainda para organizar essa semana e você me trata daquele jeito? Dizendo que eu fazia caridade?

— Você me quebrou Camz. Eu pensei o pior, você sabe como eu sou. Pensei que você tinha enjoado de mim. Como todos dizem que vai acontecer.

— Lauren. – Ela levantou e pegou minhas mãos. — Quando eu digo que amo você, não digo para elevar teu ego, eu digo por que é verdade. Eu nunca vou enjoar de você, porque todo o tempo que eu passo com você é pouco. Os “outros dizem”. Eu quero que os outros se fodam! Você é minha para sempre e ninguém está dentro da minha cabeça para saber o que vou fazer, nem no meu coração para saber o que estou sentindo.

— Me desculpe Camz. Eu sei que falei coisas horríveis, se tem uma coisa que posso falar agora é isso. Me desculpe. Mas se você não quiser, eu vou entender. Eu fui muito infantil e não reconheci o seu esforço. Você está acabada de tão cansada e eu te cobrando bobagens.

— Não são bobagens, eu também reclamaria, mas era só por um tempo, agora vai tudo voltar ao normal. Mas agora já passou e estou certa do que fazer. Não sabe como é difícil, namorar a mulher mais linda da cidade e não poder sair com ela. – Abri um sorriso, ela é perfeita. — Eu sei que está cansada da viagem, mas podemos ir a um lugar?

— Depende. – Ela me olhou confusa. — Você vai me dar um beijo antes?

— Pensei que não fosse me pedir. – Me pegou pela cintura e colou nossos lábios. Eu levei uma mão até sua nuca e a outra coloquei por baixo de sua roupa, para arranhar um pouco seu abdômen. Ela gemeu abafado pelo beijo e descolou nossos lábios. — Vamos logo, antes que eu não consiga parar.

Saímos e Cara estava parada na porta do quarto da frente.

— Sua irmã vem amanhã. E o Renan está nesse aqui com a Demi.

— Toda galera. – Fiquei meio frustrada.

— Sim! Mas todo mundo vai curtir com seu par. Combinamos assim. Ninguém pensou nisso, quando eu falei todo mundo queria vir. – Melhorou!

— E ai? É agora? – Não entendi, mas Camila assentiu e Cara a abraçou. — Como está cunhada? Surpresa?

— Estou bem, e bem surpresa também. Saudade da minha irmã?

— Eu estou morrendo! Esse tempo não passa. Eu preciso da minha mulher.

— Calma Cara. Amanhã tudo se resolve. – Ela fez um bico, desses de criança mimada. — Já vamos! Te cuida, Cara.

— OK! Vocês também.

Camila pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Pediu um táxi na recepção e esperamos. Trocamos beijos e carinhos. Paris voltou a ser um sonho e eu não quero acordar tão cedo. Quando o táxi chegou, ela abriu a porta para mim. Depois de um tempo, conhecendo a cidade pela janela, chegamos em frente a Torre Eiffel.

— Não me ache clichê.

— Amor, nunca vou pensar isso de você. – Ela sorriu e pegou minha mão me guiando. Comprou ingressos e entramos no elevador. Depois de um bom tempo, senti o elevador travar e as portas se abriram. Dessa vez, eu que arrastei ela pela mão até a grade. Nossa! É mais lindo do que eu imaginava.

— Lindo né?

— Perfeito! Eu sempre quis vir aqui e com você...

— Eu sei. Por isso escolhi esse lugar para fazer isso. – Olhei confusa para ela. — Bom éh... – Ela limpava as mãos nas calças e coçava a nuca. — Eu amo você. Não imagino minha vida com mais ninguém. Vamos começar hoje Lo. Esquece meu passado. Eu não lembro mais dele. Minha vida começou, no dia em que cruzei meu olhar com o seu. Não sei se você pensa nisso, mas eu não vejo a hora de dividir minha vida com a sua. Eu não sou muito boa com isso. Como eu sabia que você era louca por esse lugar, achei que essa vista ajudaria na minha falta de jeito. – Ela se ajoelhou na minha frente e abriu uma caixinha com duas alianças e eu levei minhas mãos à boca, já chorando. — Lauren Jauregui. Que tal nós acrescentarmos um “Cabello” no seu nome lindo? Você aceita se casar comigo?