13.

942 50 1
                                    


-Ela já ficou com o nojento do Giovanne.

Caíque arregalou os olhos com nojo.

-Por que a gente não pode simplesmente esquecer que isso um dia aconteceu? -Ela perguntou irritada, odiava quando eu lembrava daquilo, mas ele saberia de um jeito ou de outro. Certeza que o Giovanne contaria.

-Senhor, que gostinho mais ou menos esse seu.

-Eu estava bêbada. -Ela gritou em sua defesa.

-Acho que nem se eu tivesse respirado aquele cheirinho anestésico que deixa as pessoas rindo eu teria ficado com ele. -Falei.

-Você não conta, Anne! Não fica com ninguém.

-Ninguém?

-Claro que eu já fiquei com alguém, mas eu sou muito ocupada para pensar nisso.

-Disso eu não duvido.

-Eu estou morrendo de fome. -A Liara falou e o Caíque concordou.

-Podemos ir comer lá em casa, só não podemos fazer barulho. -Os dois concordaram e fomos para a minha casa. Ainda tinha várias pessoas na festa, mas o Bernardo não era uma delas.

Acordei suando frio. Tivera um pesadelo com o mala do Bernardo invadindo a minha casa e me arrastando pelo pé por muitos e muitos quilômetros.

-Está bem? -A Liara perguntou e eu assenti, um pouco desnorteada.

Passei a mão na testa para secar o suor. Espirrei. Uma. Duas. Três vezes.

Ficara resfriada, afinal...

-Só um pesadelo. -Cocei o nariz.

-Pelo menos nunca viu a hora do pesadelo e nunca teve sonhos com o doce Fred. -Não entendi a referência nem queria. Levantei da cama e fui direto tomar um banho, não consegui deixar de pensar no que o Bernardo lembrava da noite de ontem.

Voltei para o quarto e a Liara já estava de biquini.

-Você e o Caíque? -Quis saber enquanto me arrumava. -Só ficada mesmo?

-Sim. -Ela se sentou na minha cama para pentear o cabelo. -Não quero namorar e se eu fizer isso, com certeza, não vai ser com um amigo.

Dei de ombros, não imaginava a Liara namorando tão cedo, ela prefere o lema "pego, mas não me apego". Ficamos conversando até estarmos pronta e fomos para a sala de jantar.

-Bom dia, família. -Os cumprimentei com um sorriso.

O Cae estendeu uma figura para mim, assim que sentei a mesa.

Praia.

Dei uma risada.

-Posso comer primeiro? -Ele fez um joinha e ficou me olhando.

Eu e a Liara comemos bastante enquanto conversávamos com os meus pais. Trocamos boas risadas, até o Cae decidir que era hora de irmos para a praia. Ele levantou da cadeira e puxou a mim e a Liara pela mão, nos levando em direção a porta.

-Seu pedido é uma ordem. -A Liara abriu a porta. -Até mais, Márcia e Tadeu.

Peguei a mochila que tinha arrumado que estava em cima do sofá e saí de casa. Dei uma rápida olhada no jardim e pensei no trabalho que minha mãe teria para arrumar aquela zona. Tinha um corpo ali? Alguém realmente dormiu no jardim? Forcei a vista e sim, havia um corpo lá. Não me preocupei em saber quem era e fomos caminhando para a praia.

O ruim de morar em uma cidade praiana é que quando chega o fim de semana e está calor, todo mundo tem a mesma ideia que você e é impossível não encontrar um conhecido. No caminho até a areia encontramos várias pessoas conhecidas, cumprimentamos todas. Até uns amigos do Cae pararam para cumprimentaram ele.

-Eu sou o Jucca. -Um amiguinho do Cae olhou para nós e nos apresentamos também. -Ele pode brincar com a gente? -Perguntou apontando para um lugar na areia onde tinha mais duas crianças: uma menina e um menino e um casal de adultos.

-Claro.

-Eu vou ficar ali perto, se quiserem ir mais para frente onde fica o povo da escola podem ir. -Falei olhando para os meus amigos.

-Por mim eu fico aqui. -O Caíque deu de ombros e a Liara também não se opôs.

Caminhamos até perto do casal e sentamos um pouco afastados para deixa-los com privacidade. O Cae sentou junto aos amigos e eles iniciaram uma brincadeira. Peguei o protetor solar e fui passar no meu irmão, enquanto o Caíque e a Liara abriam duas cangas no chão para sentarmos. Voltei para os meus amigos, passamos protetor também e sentamos na canga.

-Souberam das fofocas da festa de ontem? -A Liara perguntou, se tem uma pessoa que adora uma fofoca, essa pessoa é a Liara! 

De repente tudo mudouOnde histórias criam vida. Descubra agora