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-Achei o Kamikaze superestimado. -Falei assim que saímos dele.

-Era mais legal quando eu era pequeno e parecia que eu ia passar pelas grades.

-Isso é legal? -Perguntei, mas tinha entendido o que ele quis dizer.

-Você me entendeu. -Nós rimos.

-Eu quero ir na casa de espelhos.

-Seu pedido é uma ordem! -Ele me ofereceu a sua mão, fazendo toda uma encenação. Eu ri e aceitei.

A casa de espelhos dá muita agonia, parece muito quando vemos alguma em um filme. A sensação é a mesma, mas eu gostei. Embora fosse meio estranho ver infinitos reflexos meu, enquanto tentava achar uma saída, eu gostei. Mas não posso dizer o mesmo do Diego, que respirava ofegante.

-Você está bem? -Fiquei preocupada.

Ele assentiu meio desnorteado.

-Descobri que odeio espelhos e odeio mais ainda uma sala cheia deles.

Mordi o lábio para impedir que uma risada escapasse.

Ele respirou fundo e se recompôs.

Segurou a minha mão.

-Anda, vou pegar um urso gigante para você se não isso não é um encontro de verdade! -Sorri com suas palavras e fomos para o tiro ao alvo.

-Sabe atirar? -Ele negou. -É bom de mira? -Ele negou de novo e riu. -É rico?

-Tenho algum dinheiro para gastar. -Ele deu o ingresso para o moço, que lhe deu uma arma.

O Diego fez toda uma preparação para atirar, parecia profissional, mas era só cena, pois o tiro passou bem longe de onde tinha que acertar para ganhar um urso gigante. E os dois tiros restantes também.

-Mais um, camarada! -Ele deu outro ingresso para o cara.

Deu os três tiros.

Chegaram mais perto, porém, nada.

-Outro. -Ele entregou outro ingresso.

Ele errou de novo, mas ele estava se divertindo com isso.

-Eu aceito um chaveirinho. -Falei tentando consolá-lo. Faltava muito pouco para ele acertar onde dava um chaveiro.

-Urso gigante, Anne! -Ele disse decidido e eu ri.

Ele deu outro ingresso para o cara.

Errou todos novamente.

Não iria deixá-lo gastar todo o seu dinheiro em um parque de diversões.

Peguei a arma de sua mão.

-Por que não deixa eu te dar um urso gigante? -Modéstia parte minha mira é boa. Nunca atirei, mas não deve ser tão difícil quanto acertar uma bolinha de papel na lixeira a metros de distância ou os dardos no alvo.

-Gostei disso. -Ele deu outro ingresso para o cara.

Posicionei a arma de uma forma que ficasse confortável para eu mirar e apertar o gatilho. A única coisa que eu sabia sobre mirar era o que eu ouvia nos filmes de ação, ou seja, tinha que fechar um olho para mirar e prender a respiração para atirar. Não sei se isso está certo na vida real, mas as lições que filme de ação me renderam um urso gigante no primeiro tiro.

Eu e o Diego pulamos de alegria. Ele não pareceu nem um pouco chateado por não ter acertado nenhum tiro. O moço me entregou um urso verde gigante.

-Seu presente. -Estendi o urso para o Diego e ele sorriu ao pegar.

-Obrigado. -Ele olhou diretamente nos meus olhos. Não senti frio na barriga com a intensidade do seu olhar, mas foi agradável. Permitiu que eu me concentrasse o suficiente em seus olhos para não ouvir outro sons a nossa volta. -Você quer realizar o último clichê de um encontro em um parque de diversões?

De repente tudo mudouOnde histórias criam vida. Descubra agora