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Depois que saímos da roda gigante, decidimos que era hora de comer alguma coisa. Sugeri que podíamos comer algo no próprio parque, mas ele insistiu que fossemos em uma hamburgueria no final da rua.

-Eu gostei de hoje. -Ele falou após a garçonete ir embora com nosso pedidos. -Desde quando meus pais morreram, tudo parece meio cinza, mas hoje não foi assim. Eu consegui deixar a dor um pouco de lado e me divertir.

Sorri e coloquei minha mão direita sobre a sua mão esquerda que repousava na mesa.

-Eu gostei muito também. Saiba que se precisar conversar, eu estou aqui.

-Você também... Eu sei que você tem a Liara, mas... -Ele deu de ombros. -Bom, pode falar comigo também.

-Obrigada... Como que você está se adaptando ao Rio?

-Sinto falta da minha casa, dos meus amigos e, principalmente, dos meus pais.

-Como eles eram? -Perguntei empolgada para ouví-lo falar dos pais. Ele se referia aos dois com tanto amor e ternura.

O Diego começou a falar sobre a personalidade dos pais e como eles eram com ele quando tinha uns cinco aninhos. Ele se emocionou em alguns momentos, mas parecia feliz em falar sobre os pais. Acho que não dão muita abertura para ele falar sobre isso.

Ficamos conversando sobre família o jantar inteiro e depois ele me deixou em casa.

-Espero que possamos fazer isso novamente. -Ele falou. -Sem beijo da próxima vez.

Sorri. Apesar dele ser bonito e muito gente boa, nós dois sentimos que aquilo não resultaria em nada.

-Só marcar! -Nos abraçamos e eu entrei em casa.

Meus pais e meu irmão estavam na sala vendo um filme. O Cae dormia no colo do meu pai e minha mãe em seu ombro.

-Boa noite. -Falei baixinho para não acordar ninguém.

-Boa noite, como foi a noite? -Ele também falou baixo.

-Foi muito legal. -Fiz um breve resumo sobre a noite, obviamente tirando a parte do beijo.

-Que bom que se divertiu.

-Quer ajuda ai?

Ele assentiu e eu fui até a sala. Desliguei a televisão e acordei delicadamente a minha mãe. Ela tentou perguntar como tinha sido a noite, mas não conseguiu falar mais de uma palavra. Ela acenou um tchau com a mão e foi para o quarto. O meu pai, por sua vez, pegou meu irmão no colo e o levo para o seu quarto.

Não enrolei para ir dormir, afinal amanhã a Liara estaria aqui para estudarmos e vermos muitos filmes.


-Bom dia, família. -Falei caminhando para a cozinha, onde meus pais e meu irmão tomavam café da manhã.

-Bom dia, meu amor. -Minha mãe respondeu enquanto enchia sua caneca de café. -Café?

Assenti e ela colocou para mim.

Sentei a mesa com eles e tomamos nosso café conversando sobre assuntos diversos.

Uns minutos depois o meu irmão levantou da mesa, foi para a sala e voltou para a cozinha segurando a figura da piscina.

Meu pai riu.

-Parece que alguém quer ir na piscina. -Meu pai constatou e me olhou.

-Eu posso ver com o Bernardo se ele deixa a gente usar a piscina. -Mesmo que ele tenha dito que não há problema, eu fico sem jeito de simplesmente chegar lá como se fosse minha. -Já volto.

Levantei da mesa e fui ao meu quarto pegar o celular. Antes de mandar mensagem para o Bernardo, vi que a Liara mandou mensagem falando que estava vindo.

"Oii, bom dia! O meu irmão acordou pedindo para ir para a piscina... Será q teria problema se a usássemos?"

"Ah, a Liara vai estar aqui também"

Enviei uma mensagem atrás da outra, com vergonha.

"Bom dia, Anne!!! É claro que pode"

Ele respondeu quase que imediatamente.

"Obrigada"

Voltei para a cozinha e dei a notícia para o meu irmão que saiu correndo para o quarto.

De repente tudo mudouOnde histórias criam vida. Descubra agora