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-E o pai dele? Deu notícias? -Sabia que a Liara jamais contaria para alguém algo que eu lhe dissesse, então contei sobre ele ter outra família. -Deu até pena do Bernardo.

-É uma barra isso... A Flávia vai ter que ser muito forte.

-Ela tem muita sorte em ter vocês. -Ela me olhou. -Sua mãe não tinha obrigação nenhuma de ficar no hospital com ela, mas mesmo assim está lá todos os dias.

-Crescemos lá, apesar do Bernardo ser um sem noção não queremos o seu mal.

-Você o viu? -Ela perguntou relutante.

-Não. -Como eu disse no sábado, não é porque ele perdeu a memória que eu vou esquecer tudo de ruim que ele me fez. Eu quero o seu bem, mas bem longe de mim.

-Você preten... -Ela desistiu de perguntar.

Dei uma risada.

-Nunca te vi com vergonha de me perguntar alguma coisa, Liara.

-Eu sei que você não gosta de falar dele.

-Não é por isso que você precisa achar que não pode me perguntar o que quiser, você é minha melhor amiga e se está curiosa, pergunta. Eu só não garanto ter a resposta. -Demorei acrescentar o final.

-Essa situação é muito bizarra. Não só para ele, mas para todos ao seu redor. E se ele agora for uma pessoa completamente diferente de quem ele era? Será que os amigos dele vão gostar e querer continuar sendo amigo dele? E se ele não for um classista arrogante?

-Você vê muito filme, Liara.

-Filmes são reflexos da realidade.

-Então quer dizer que se eu pegar cinco pedrinhas coloridas, colocar em uma luva dourada e estalar os dedos metade da população some aleatoriamente? -Ela revirou os olhos.

-Tudo pode acontecer quando se trata de uma pessoa que não lembra de ninguém...

-A gente pode falar de algo que não seja o Bernardo? Como, quando você vai lá para casa de novo.

-Posso ir esse fim de semana, podemos estudar um pouco e depois ver muitos filmes.

-Apoio! -Continuamos a conversar até chegar na escola do Cae.

A professora estava na entrada ao lado do meu irmão. Fiquei ansiosa, pois sabia que ela queria falar comigo.

-Boa tarde. -Sorri para a professora.

Meu irmão me abraçou apertado.

-Boa tarde. -Ela retribuiu meu sorriso. -O Cae ficou o dia todo segurando a figura da mãe dele e não quis participar das atividades, por isso não mandei tarefa de casa hoje.

-Muito obrigada! A minha mãe está de acompanhante no hospital desde sábado e ele está com saudades.

-Espero que tudo fique bem logo.

-Vai ficar. -Trocamos um sorriso e fomos embora.

-Quer dizer que quando a mamãe fica longe de casa por dois dias você fica com saudade, mas quando eu vou para a Liara você não fica. -Ele fez um "joinha".

A Liara riu.

Amo a sinceridade do meu irmão.

Meus amooores, obrigada a todas/todos que estão acompanhando a história.

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Beijinhos, até segunda ❤️

De repente tudo mudouOnde histórias criam vida. Descubra agora