04.

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As últimas três aulas também passaram rápido. Os professores dedicaram o tempo a explicar como seriam suas metodologias. 

-Vão me mostrar a escola? 

-Eu vou! -A Liara respondeu animada. -A princesa ali tem que pegar o irmão na escola.

-Tudo bem, Anne! Até amanhã. -Nos despedimos e eu fui embora, em direção ao colégio do meu irmão. Depois de pegá-lo, fomos direto para casa. 

A minha mãe já tinha deixado o almoço pronto e eu só precisava esquentar. 

-Quer me ajudar? -Ele fez um joínha com a mão direito e fomos para a cozinha. Ele pegou os pratos e colocou na mesa, enquanto eu esquentava as coisas. Depois de arrumar a mesa, ele pegou umas laranjas na geladeira e colocou na bancada da pia, junto com o espremedor. 

-O que você quer, Cae? -O olhei, incentivando-o a falar. A terapeuta dizia que mesmo que as chances dele de aprender a falar sejam bem reduzidas, não podemos desistir de incentivá-lo.

-Suc.. -Ele falou meio enrolado, mas foi lindo de ver. Eu sempre me emociono quando ele consegue falar algumas palavras, mesmo que uma parte delas. 

-Muito bem, meu amor. Vou fazer. -Assim que terminei de esquentar as coisas, espremi as laranjas e fiz uma boa quantidade de suco, para nossos pais poderem tomar à noite. Comemos juntos e fomos brincar depois. Além das horas de terapia que ele faz durante a semana, eu dedico duas horas do meu dia a brincar com ele, ensinando algumas coisas, seguindo os princípios da ABA (a forma com mais evidência cientifica de tratamento para o transtorno do meu irmão). Sempre é bem divertido. 

Depois de brincar com ele, fomos tomar um banho e enfiei minha cara nos livros revisando alguns conteúdos do ano passado que eu não havia entendido muito bem, enquanto ele continuou empolgado com os bonecos. Não vi a hora passar e quando parei de estudar, já estava escuro e meus pais entravam em casa. 

-Boa noite, meus tesouros. -Sorri para ele. -Não parou de estudar até agora? 

-Preciso me dedicar muito esse ano se quiser passar na UFF, pai. -Ele sorriu orgulhoso.

-Mas você precisa de constância. -Minha mãe trancou a porta ao entrar em casa. -Não adianta nada se matar de estudar agora e no fim do ano não aguentar mais nada.

-Sua mãe está certa. 

-Eu sei, gente. -Fechei os livros. -Não estudei tanto assim. 

Meus pais me olharam com cara de quem não acredita e até meu irmão me olhou. 

-Vou esquentar a comida. -Queria sair daquela conversa o mais rápido possível e ir para a cozinha encerraria toda aquela conversa de "não estude tanto assim". Eu preciso estudar se quiser passar no vestibular e pronto. 



Meus amores, boa noite!!

Conto com vocês para compartilharem e comentarem bastante... AMO saber o que estão achando e o que acham que irá acontecer

Beijinhossss

De repente tudo mudouOnde histórias criam vida. Descubra agora