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-Você está chorando porque sua mochila molhou? -O Bernardo perguntou rindo.

Tentei passar por eles sem falar nada, mas o Bernardo agarrou o meu braço e seus amigos riram.

-Eu disse que não ficaria barato, minha querida. -Ele falou bem perto do meu ouvido.

Eu estava fervendo de raiva e pronta para lhe dar outro chute bem no meio das pernas, mas me controlei pensando no que ele faria se eu fizesse isso na frente de seus amigos. Fiquei com medo dele fazer algo com meus pais ou meu irmão.

-Me solta, Bernardo. -Tentei sair de seus braços, mas ele era muito mais forte que eu.

-Solta ela, cara... Para ela ir correndo contar para a mamãe o que acabou de acontecer. -O Leonan falou provocando risadas.

-Ela não é nem doida de me dedurar. -Ele me olhou nos olhos, ameaçando-me. -Não vai correr o risco de fazer a mamãezinha e o papaizinho perder o emprego, né? -Que merda é trabalhar para ele, sério.

Minha garganta doía de vontade de chorar, mas eu não ia dar esse gostinho para eles. Engoli o choro assim que os vi, mesmo que isso não tenha feito minha cara ficar melhor, já era melhor que ficar chorando igual uma banana na frente deles.

-Cara, o meu pai... -Era a voz do Caíque, ele tinha feito teste para entrar na equipe de basquete. -Anne? -Ele perguntou confuso e logo ficou irritado ao ver a cena. -Solta ela, cara! Perdeu a noção? -Ele largou a mochila no chão, pronto para entrar em uma briga com o Bernardo.

-Calma, amigo! -O Bernardo me largou. -Era só uma brincadeira.

-Vem, Anne. -O Caíque estendeu o braço para mim e eu me agarrei a ele, saindo de perto daquele povo.

-E o seu pai? -Ouvi a voz do Giovanne por trás.

-Eu estou indo para o carro do meu pai, você que vá a pé. -O Caíque falou sem olhar para trás ou parar de caminhar.

-Minha mãe não vai gostar de saber disso.

-Foda-se, Giovanne. Para de ser criança e aprenda a resolver seus problemas sem ir correr para o colinho de mamãe. -Os amigos do Giovanni riram do fora que ele levou enquanto ele mandava todo mundo calar a boca.

Assim que entramos no carro, e o pai do Caíque começou a dirigir, ele perguntou o que tinha acontecido por mensagem, não queria que o pai ouvisse. Bom, eu também não. O pai dele foi gentil o suficiente para não fazer nenhum comentário ou perguntar o que tinha acontecido.

Antes que eu terminasse de contar eu estava em frente a casa do Bernardo.

-Obrigada pela carona. -Agradeci e saí do carro indo para a minha casa.

Não consegui fugir das perguntas da minha mãe assim que entrei em casa. Vi meu irmão sentado na sala brincando de colocar e tirar a mão dentro de um pote de feijão com diferentes cores, ele nem notou a minha chegada.

-O que aconteceu? -Minha mãe me abraçou preocupada, mas logo desfez o abraço quando encostou na minha mochila molhada. Ela sabia que eu havia levado o notebook para a escola e imagino que tenha ligado os pontos, pois quando me olhou vi muita tristeza em seus olhos. Lutei muito para ter o dinheiro do notebook e agora eu estou sem dinheiro e sem meu aparelho.

-Foi horrível, mãe. -Larguei a mochila e fui para a cozinha, já chorando. Não queria chorar perto do meu irmão que estava tão feliz e concentrado com a sua brincadeira.

Ela veio atrás de mim.

-Eu só fui imprimir umas coisas por menos de cinco minutos e quando voltei para a mesa, tudo estava destruído. -Sentei no chão e minha mãe não hesitou em sentar do meu lado, me abraçando.

-Espera, foi proposital? -Ela me olhou sem acreditar e eu consegui dar um leve aceno com a cabeça. -Sabe quem foi? -Hesitei em responder e foi tempo suficiente para ela sacar todo o resto da história que eu não contei.

Bom dia meus amores!!!

O que acharam do capítulo de hoje?

Acham que o Bernardo tem chance de mudança?

Não esqueçam de dar os votos, isso é importante demais para mim! Obrigada

Beijinhos e até sexta

De repente tudo mudouOnde histórias criam vida. Descubra agora