CAPÍTULO 25 - A PROFECIA

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Em seu escritório, na Camparty, Dra. Macrona observava os indicadores de cada membro de sua equipe. Todos estão com os sinais vitais adequados, indicando que nenhum deles sofreu efeitos colaterais em consequência do processo que se submeteram. Porém, uma única analista indicava sinais vitais adequados, mas seu DNA não correspondia. Estava intrigada com aquilo, pegou seu celular, mas antes que pudesse ligar, o telefone fixo tocou.

- Como assim? Nada...Mande ela entrar! - Disse Dra. Macrona antes de desligar o telefone fixo e observar os dados de Valencina projetados na tela do computador.

Alguns segundos depois, entrou na sala, uma Valencina afobada e ansiosa para falar com a cientista:

- Eu fiz uma merda...Digo....Eu cometi um erro grotesco!

- Eu percebi que tinha algo de errado. - Afirmou Dra. Macrona com expressão de poucos amigos.

- Como você sabe? - Perguntou Valencina, espantada.

- O DNA de quem usou o óculos não confere com o seu. - Explicou Dra Macrona apontando para tela do computador.

- Quer dizer que alguém usou... Não, ele não fez isso... - Falou Valencina ao se desesperar.

- Ele quem? - Perguntou Dra. Macrona que se enfurecia pouco a pouco.

- Meu namorado. Eu deixei a caixa no apartamento dele e acredito que ele tenha encontrado. Deve ter experimentado o óculos, provavelmente pensando ser um videogame. - Esclareceu Valencina.

- Eu não devia ter deixado você quebrar o protocolo para jantar com ele. - Esbravejou Dra. Macrona.

- Eu sei. Me desculpa por isso. Mas não me demite, por favor! Eu vou ajudar a arrumar essa confusão. - Prometeu Valencina que havia pensado em se ajoelhar, mas preferiu apenas fazer gestos com as mãos.

- Mas vai mesmo! Você tem alguma ideia que colocou em risco não só a sua carreira, mas a minha também? - Falou a cientista, mas sem ouvir resposta da analista - Quanto à demissão, conversamos depois de resolvermos isso!

- Certo. Por onde começamos? - Perguntou Valencina ao demonstrar prontidão para ajudar na resolução do problema.

- Começamos pelo nome do seu namorado. - Disse, secamente, Dra. Macrona.

- Ex-namorado. - Corrigiu Valencina.

- Que seja! - Rebateu a Dra. Macrona.

- O nome dele é Enzo... - Disse, sem graça, Valencina enquanto Dra. Macrona anotava - Enzo Ritter Ludwig.

A cientista soltou a caneta na mesa, colocou suas duas mãos na mesa e se levantou ao perguntar, chocada:

- Um Ludwig? - Se levantou e se andou por ali -  Ele vai acabar com tudo.

- Eu sei, o projeto corre o risco de ser... - Tentou falar Valencina, mas foi interrompida.

- O projeto é o de menos! - Disse a cientista, deixando a analista confusa - Ele pode acabar com o universo!

- Eu sei que tudo isso é minha culpa, mas não é um exagero? As ações de Enzo podem ter impacto na nossa realidade, mas destruir o universo? - Perguntou Valencina, mesmo temendo enfurecer sua chefe mais ainda.

- Tem uma coisa que você não sabe. Saberia se não tivesse perdido seu óculos, pois é uma das primeiras instruções dadas pelo sistema ao reconhecer o DNA do usuário. - Revelou a cientista ao se sentar novamente na mesa - Você sabe que a flor do tempo, matéria-prima da massa exótica, foi encontrada em Ratanabá há alguns anos em uma expedição liderada por mim?

- Sim, pouco tempo depois você descobriu que a massa exótica poderia ser o combustível ideal para o projeto. - Respondeu Valencina.

- Exato! Porém, ao retornar dessa expedição ocultei de todos algumas informações como, por exemplo, um mural pintado na parede que mostrava um homem cortando uma grande árvore. Embaixo, foi talhado um alerta ao leitor: "Um dia, em um futuro distante, um homem do amanhã atravessará o tempo e causará danos que resultarão no fim do universo."- Contou Dra Macrona.

- Uma profecia. - Concluiu Valencina - E você acredita nisso?

- Não, mas tomei cuidado para evitar, na equipe, alguém que fosse o perfil do Homem do Amanhã. Com exceção de um funcionário do setor de Novos Negócios, pois foi exigência do diretor colocá-lo no projeto. E agora, tenho que me preocupar também com seu namoradinho!

Pensou em corrigir novamente, mas Valencina, devido a gravidade da situação, preferiu não fazer. Porém, ainda sim, achou melhor sugerir algo para começarem a busca por Enzo:

- Vou ligar para o Ray! Ele pode trazer a pulseira e a usamos para falar com Enzo!

- Não conseguiremos sem configurá-la com o DNA de Enzo. Mas é bom que Ray esteja aqui para nos ajudar! - Finalizou Dra Macrona enquanto Valencina ligava para o parceiro de trabalho.

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