Devido ao prestígio que o nome de Dra. Macrona carrega, a cientista e seus analistas não tiveram dificuldade em marcar uma reunião de urgência com o presidente do laboratório Rupônei. Por isso, quando o grupo da Camparty chegou à recepção do local, o próprio Ru, presidente do Rupônei, os aguardava para acompanhá-los em uma breve visita pela empresa.
Atravessaram diversos setores que o público em geral tem acesso, como a sala de espera, o café, as salas de coleta, entre outros. Porém quando chegaram em uma grande porta, liberada apenas com a digital, o presidente Ru avisou:
- A partir daqui, é uma área restrita somente a funcionários. Pensei que a proprietária da Camparty acompanharia vocês, visto que foi a secretária dela que insistiu nessa reunião.
- Ela vinha, mas teve uma reunião de última hora com o governador. Ai pediu que nós viéssemos tratar o assunto. - Disse Dra. Macrona enquanto o homem libera a porta usando sua digital e os analistas se entroelharam, estranhando a informação sobre a dona da Camparty.
- Entendo. Essa vida de executivo, pensam que é fácil, mas não dá para estar em todos lugares ao mesmo tempo. - Respondeu Ru enquanto dava passagem para seus convidados - Mas haverão mais oportunidades, com certeza!
O grupo acompanhou Ru pelo grande corredor que levava para diversos setores diferentes. As paredes eram feitas de vidro que iama do chão ao teto, permitindo que vissem tudo o que acontecia lá dentro.
- Aqui é o setor de análises, onde os técnicos realizam testes nas amostras. - Explicou o Presidente enquanto avançavam para a próxima sala.- Esse local escuro e frio é a sala de amostras, onde armazenamos as amostras coletadas.
- Parece ter uma capacidade enorme. - Comentou Dra. Macrona enquanto caminhava ao lado de Ru e era seguida por Valencina e Ray.
- Somos o laboratório com a maior capacidade de armazenamento de sangue da América do Sul. Por fim, aqui fica a área de resíduos, onde efetuamos o descarte das amostras depois de utilizadas. - Explicou o presidente enquanto passavam por uma última porta que foi ignorada e ele mostrava um grande salão - Aqui é uma área desativada, mas ali do outro lado ficam as áreas administrativas. São as...
O toque de um celular interrompeu o presidente Ru que esperou a pessoa desligá-lo ou atender para continuar a conversa. Valencina e Ray não se mexeram, portanto não era o celular deles que tocava. Ru percebeu que o celular era de Dra Macrona.
-Me desculpe, Ru! - Pediu a cientista enquanto recusava a chamada - Era Valdívio, não me deixa em paz! Toda hora com um novo negócio para investir!
Tanto o presidente do laboratório Rupônei quanto a cientista da Camparty, deram risadas enquanto Valencina discretamente ligava para o celular de Ray. Enquanto a ligação chamava, a garota escondeu o celular em seu bolso.
- De qualquer forma, eu... - Ru começou a dizer, mas foi interrompido pelo toque do celular de Ray que logo, o tirou do bolso.
- Me desculpe, com licença! - Disse Ray ao se afastar pelo corredor e fingir falar com Valdívio.
- Bem. Esse grande salão aberto, é a área administrativa onde cuidamos de agendamentos, contas a pagar, suprimentos e esse tipo de coisa. - Explicou Ru enquanto entravam na área administrativa.
- E onde ficam as docas? - Perguntou Dra Macrona, mas antes que o homem pudesse responder, Ray se aproximou.
- Desculpa interromper, doutora! Valdívio pediu que eu fizesse alguns ajustes no projeto. - Explicou Ray.
- Que ajustes? - Disse Dra. Macrona - Falei que esse homem vai me deixar louca qualquer dia.
- Ele quer que inclua a questão da possibilidade uso da IA no equipamento. - Disse Ray.
- Certo! Que seja, mas depois disso, enviamos o projeto desse jeito mesmo. - Ordenou Dra. Macrona - Tem algum lugar reservado para que ele possa fazer esses ajustes?
- Claro, ali no fundo são as salas de reunião, ele pode usar uma delas. - Disse o Presidente Ru enquanto Valencina, sem que ninguém percebesse, jogava o seu celular no chão, debaixo de uma das mesas. - Vocês falaram em IA?
- Gostaria de te explicar um pouco mais sobre o projeto, podemos falar na sua sala? - Perguntou Dra Macrona antes de olhar para Valencina - Ela pode esperar fora de sua sala.
Dessa forma, Ray seguiu para a sala de reunião enquanto Valencina acompanhou sua chefe e o presidente Ru em direção ao escritório dele. Na ante sala, onde estava a secretária de Ru, Valencina se acomodou em uma das poltronas enquanto os outros dois entraram no escritório. Entretanto, assim que a porta se fechou, Valencina começou a procurar pelo seu celular, mesmo sabendo que ele não estava com ela.
- Ué? Cadê? - Perguntou Valencina.
- Tudo bem, querida? - Perguntou a secretária.
- Acho que eu perdi meu celular. - Explicou Valencina - Devo ter deixado cair pelo caminho.
- Me fale o número, vou ligar para ele. - Propôs a secretária tirando seu telefone do gancho.
- Não adianta, eu deixei ele no silencioso. - Explicou Valencina. - Será que eu não posso ir lá dar uma olhada?
- Claro, querida! Vai lá, qualquer coisa eu explico para a Dra Macrona onde você foi. - Respondeu a mulher com um sorriso simpático.
- Obrigado! - Respondeu Valencina deixando o local e voltando para a área administrativa do laboratório Rupônei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sete Erros
General FictionSete Erros é uma jornada pela história do Brasil que tem como pano de fundo diversos momentos: - Os dias que antecederam a visita do Santo Ofício - A criação da bandeira de Pernambuco no fim do Brasil Colonial - Um romance impossível às vésperas da...