CAPÍTULO 35 - O PARTO CONTURBADO DA REVOLUÇÃO

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O pátio do quartel, estava repleto de oficiais que hierarquicamente respondiam a diferentes comandantes, Leão Dourado e Castrozza, mas tinham suas próprias convicções. A maioria, insatisfeitos com seus ganhos, apoiavam o comandante Leão Dourado. Enquanto alguns poucos, que tinham certas regalias, eram leais ao comandante Castrozza e, consequentemente, leais ao Governador.

- Leão Dourado, você está preso pelo crime de conspiração contra a Coroa. - Disse Castrozza ao mostrar um ofício com a ordem, assinada pelo Governador. Os outros oficiais logo se silenciaram para ver a reação de Leão Dourado que olhava para seus colegas com certo constrangimento.

- Você, como sempre, fazendo o papel de gado do Governador. - Respondeu Leão Dourado fazendo com que alguns oficiais mencionarem retirar a espada de suas bainhas, mas o Comandante Castrozza fez sinal para que os homens recuassem.

Nesse momento, Elias, que havia chegado ao pátio quando a ordem de prisão foi dada, já havia se aproximado dos dois comandantes. Ele observava, atentamente, cada movimento dos superiores.

- Vamos, Leão. Não me force a usar a minha força contra você. - Ameaçou o comandante Castrozza.

- Você quis dizer, a força de seus homens. - Respondeu Leão Dourado ao soltar uma risada errática e puxar sua espada. - Mas eu sou e sempre fui melhor que você!

Antes que pudesse desembainhar sua espada, o comandante Castrozza sentiu a temperatura fria do metal que atravessou sua barriga até sair pelas suas costas. Seu corpo escorregou e Leão Dourado, em um ato de nobreza, o ajudou. Soltou sua espada ensanguentada e ajudou o corpo do rival a se deitar, no chão do pátio, sem vida.

Ao observar a espada ensanguentada ao chão e todos os oficiais observando confusos com o que estava acontecendo, Elias enxergou uma oportunidade de deflagrar a revolução. Rapidamente se lançou para pegar a espada antes que outro o fizesse e disse:

-Pela liberdade dos brasileiros, tomem o quartel!

Os homens do Comandante Castrozza até tentaram resistir, mas a maioria acabou abatida, ou fugiu pela porta da frente do quartel Elias e seus colegas gargalhavam ao perceberem que não teriam problemas em tomar o quartel. Naquela manhã deram à luz a uma poderosa menina chamada revolução.

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