CAPÍTULO 84 - MANCHETE DE JORNAL

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Enquanto Dra. Macrona terminava de falar ao celular, com a assessora de imprensa da Camparty, Ray e Valencina constataram que das vinte oitos pulseiras, duas estavam inativas, portanto não era possível rastreá-las, e o restante, estava na mesma localização.

- O que as pulseiras estão fazendo aí? - Perguntou Ray ao ler o nome que era indicado na tela de seu notebook.

- Ou melhor, quem levou todas as pulseiras até lá? - Complementou Valencina enquanto encarava a tela com uma expressão de dúvida.

-...Certo. Mesmo assim me manda toda e qualquer citação do nome da Camparty...Não, não, pode procurar também e liga para todos os jornais....Se precisar, eu peço para Ela ligar pros donos....Tchau! - Disse a Dra. Macrona antes de desligar o celular e se virar para os analistas - E aí? Onde as pulseiras estão?

- Pomerode, em Santa Catarina. - Respondeu Ray enquanto mostrava a tela do notebook para a chefe - De que forma foram para lá, não sabemos.

- Todas? - Perguntou a cientista, chocada.

- A maioria delas, tem duas inativas - Explicou Ray enquanto abria o perfil de Tobias Altivo - Uma é a minha, que foi destruída, e a outra, a do Tobias, que está aqui em São Paulo.

Antes que a cientista pudesse raciocinar direito sobre a descoberta dos analistas, o interfone toca fazendo com que, Valencina, já sabendo quem seria, corresse para atendê-lo:

- Pronto!...Pode deixar ele entrar...Obrigado!

Depois de alguns minutos, a campainha da casa, que ficava em um condomínio de luxo, tocou, indicando que o visitante havia completado seu percurso entre a portaria e a residência. Mais uma vez, ansiosa, Valencina correu para abrir a porta e receber seu amigo.

- Valen! Você desapareceu, achei que a tal Dra. Macrona tinha trancado você no porão da casa dela. Tipo a Beyoncé com a Sia.... - Disse Lully ao ver Valencina.

-Lully. - Falou Valencina ao fazer sinais indicando que ali perto estava a Dra. Macrona.

- Ah...Oi? - Cumprimento Luly, envergonhado - Desculpa eu quis dizer que...

- Não torne isso mais constrangedor. - Disse Dra. Macrona sem demonstrar se o comentário lhe ofendeu ou não - Mas vamos direto ao assunto, minha equipe garantiu que não há nenhum jornal prestes a publicar nenhuma matéria sobre a Camparty. Então, pode voltar para sua casa.

- Camparty? Do que você tá falando? - Questionou Lully - O que está prestes a sair nos jornais, é o relacionamento amoroso de Enzo Ludwig Ritter.

- O que? - Perguntou Valencina.

- Fotos de vocês, juntos, em diversos momentos, comprovam o relacionamento. Além disso, dizem que estão gastando a maior nota para que pessoas contem detalhes do relacionamento. - Explicou Lully. - Nesse momento deve ter dono de jornal se estapeando para dar uma exclusiva com seu nome na manchete!

- Mas que pessoas? Ninguém sabia que nós estávamos juntos antes dele viajar. - Comentou Valencina sem acreditar que seria exposta não só na internet, mas nos principais veículos da mídia.

- Viajar? - Perguntou Lully, desconfiado.

- Viajar? Eu não falei viajar! - Afirmou Valencina -  Quis dizer, viajar nas idéias. Mas responde minha pergunta. Que pessoas?

- Qualquer pessoa que possa ter visto vocês, nem que seja por alguns segundos. Por exemplo, os porteiros do prédio, garçons, entre outros. - Detalhou Lully.

- Pelo menos, não tem a ver com a Camparty. - Disse Dra. Macrona, aliviada - Mas fique tranquila, Valencina! A assessoria de imprensa vai cuidar de tudo. Dessa vez, você não estará sozinha.

Inesperadamente, para todos presentes, a cientista se aproximou de Valencina e lhe deu um abraço que foi correspondido. Enquanto isso, Ray percebeu que havia alguma coisa no ar que ele não estava entendendo.

- Eu perdi alguma coisa? - Perguntou Ray ao entrar no hall da casa e notar que Lully já estava por ali.

- Ray? Eu não sabia que você... - Disse Lully - Valencina?

- Oi Lully. - Disse Ray - Eu trabalho na Camparty, lembra?

- Lembro, mas não sabia que o escritório tinha mudado de lugar. - Disse Lully ao se referir a residência da Dra. Macrona. - De qualquer forma, já contei o que eu fiquei sabendo por um contatinho que trabalha na redação de um desses jornais, então, agora, eu vou embora.

- Espere! - Ordenou Dra. Macrona. - Com essa situação, Valencina não pode sair de casa e eu não posso sair da cidade sem levantar suspeitas de Valdívio. Então Valencina, termine de descobrir o que pode ter acontecido em 1889 no Rio de Janeiro enquanto eu vou para Camparty providenciar suas férias e as dos outros apoios. Quanto a você, Ray, paga o primeiro avião para Pomerode e leve o bonitinho aí.

- Mas eu não trabalho para... - Tentou dizer Lully mas foi interrompido.

- Agora trabalha, ou se preferir pode ficar trancado no porão, aí eu deixo a Sia sair pra tomar um sorvete. - Disse Dra. Macrona antes de deixar a sala em direção ao seu escritório. Nesse momento, Lully obedeceu, assim como fazia com sua avó, que também tinha esse jeito espirituoso de mandá-lo fazer as coisas. 

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