CAPÍTULO 39 - OS HOMENS DO CARRO UTILITÁRIO

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Muito longe daquela cena violentada, protagonizada pelos rebeldes, Valencina e Ray deixaram o bistrô e caminharam em direção aos prédios da Camparty. Mais uma vez, não perceberam o carro utilitário que os seguia enquanto conversavam sobre a profecia.

- ...Será que, pelo princípio da causalidade, podemos nos considerar, igualmente, culpados, se Enzo for o Homem do Amanhã que fala a profecia? - Perguntou Valencina.

- Não acredito nisso. Nós não tínhamos como adivinhar que ele mexeria na caixa sem autorização e muito menos que alguém roubaria a pulseira. - Explicou Ray.

-Era nossa responsabilidade zelar pelos equipamentos. Além do mais, qualquer pessoa que soubesse do que se tratava, não se separaria deles. - Falou Valencina quando chegaram na frente da Camparty. - Fomos descuidados.

- Não é irônico, o fato, que os melhores analistas da equipe foram os únicos que não puderam começar a missão? - Disse Ray, soltando um riso sem graça.

- Para completar, Dra. Macrona está furiosa com nós dois....- Começou a dizer Valencina, mas foi interrompida por dois homens que desceram do utilitário e se aproximaram dela.

- Senhorita Valencina Silva e Silva? - Disse um dos homens, que estava com um óculos escuros.

- Sim, sou eu....- Respondeu Valencina, mas ao olhar para o homem o reconheceu. - Você trabalha para o pai de Enzo.

- Exatamente, meu nome é Tuca, estou aqui em nome do Sr. Werner Ludwig. Ele está extremamente preocupado pois Enzo não apareceu no lançamento de sua candidatura. - Disse o homem pensando que estava implícito o seu questionamento.

- Talvez seja a forma dele dizer que não quer se candidatar. - Explicou Valencina.

- Você parece conhecer Enzo de uma forma que somente uma namorada conheceria. - Disse Tuca antes de dar alguns passos e ficar bem perto de Valencina - Mas vamos focar no que realmente importa: Onde Enzo está escondido?

- Eu...Eu... - Respondeu Valencina, hesitando em revelar saber do paradeiro do rapaz ou fingir que não sabia de nada. - Eu não sei. Nem conheço esse rapaz direito.

- É mesmo? E o que fazia no apartamento dele nessa madrugada? - Questionou Tuca, mas Valencina apenas engoliu em seco - Vamos, menina. Não precisa mentir para protegê-lo, Werner já sabe da relação de vocês há muito tempo.

O outro homem que acompanhava Tuca, se preparou para anotar, no celular, as informações que seriam reveladas. Enquanto isso, Ray observava tudo em silêncio.

- Está bem! Tivemos uma discussão e eu fui embora. - Disse Valencina.

- E qual é a lógica de voltar no apartamento, se estava, imagino, nervosa?

- De madrugada, eu voltei para pegar algumas coisas de trabalho que, devido ao nervosismo, tinha esquecido lá, antes. - Explicou Valencina.

- E da segunda vez que você foi lá, ele não estava? - Questionou Tuca.

- Não, o apartamento estava vazio. - Falou Valencina.

- E qual foi o motivo da briga? - Perguntou Tuca fazendo Valencina olhar para Ray como se pedisse alguma ajuda. Ray se afasta dos três para chamar a segurança da Camparty.

- Vocês trabalham para o Werner ou são policiais? - Perguntou Valencina. O homem que fazia anotações ensaiou ir para cima dela. Mas Tuca estendeu sua mão pedindo que ele ficasse onde estava.

- Não somos a polícia, mas é bom saber que se precisarmos envolvê-la nisso, quem será a principal suspeita. - Falou Tuca ao fazer um carinho na bochecha de Valencina, ao mesmo tempo que a segurança da empresa se aproximava, acompanhados de Ray.

- Isso é propriedade privada, senhores! Por favor, não incomodem os funcionários. - Disse o segurança que era maior que qualquer pessoa que estava por ali.

- Não se preocupem. Já encerramos aqui. - Respondeu Tuca antes de voltar para seu carro utilitário, acompanhado de seu colega.

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