O clima na casa da Dra Macrona ficou bem pesado depois da descoberta que os sinais vitais da maior parte dos viajantes havia sumido. Enquanto Ray tentava entrar em contato com os apoios de cada viajante do tempo, Valencina ajudava a Dra Macrona a analisar o que poderia ter acontecido com eles.
- Mais um que a última aparição foi em Novembro de 1889, na estrada que leva para a cidade de Petrópolis. - Comentou Dra. Macrona enquanto observa o histórico temporal de cada um dos membros de sua equipe. Ao lado da cientista, Valencina anotava as datas em um caderno, perto do nome de cada colega viajante.
- Com esse, agora só falta o Gaúcho, Acreano e Paulista, digo Enzo. - Apontou Valencina enquanto ignorava a chamada recebida, em seu celular, de Lully. - Todos os anteriores, parecem ter sido vistos em 1889.
- Então vamos puxar a localização de Gaúcho, agora. - Disse a cientista digitando em seu computador e enquanto esperava uma resposta da máquina, voltou seu rosto para o analista que tentava, seguidamente, ligar para Alicia. - E aí, Ray? Conseguiu falar com algum apoio?
- Sem sucesso. Já liguei para a maioria deles.- Explicou Ray - Alguns estão com o telefone desligado, outros simplesmente não atendem.
- Vai tentando falar com eles. - Disse Dra Macrona antes de perceber que o celular de Valencina tocava mais uma vez. - Desde que começamos, esse Lully está te ligando, talvez seja urgente.
-Isso aqui é mais urgente. - Disse Valencina ao apontar com a caneta para a tela do computador que a cientista usava. Dra Macrona achou melhor não insistir, mas se reconheceu, naquela atitude da analista, ao se lembrar de amigos que se afastou, por se dedicar ao seu trabalho.
Enquanto as duas terminavam a busca pela última localização dos viajantes, Ray estava perto de desistir quando tentava falar com Caio, apoio de Paraense, pela segunda vez. Entretanto, dessa vez, a chamada foi completada:
- Alô?....Alô?... - Disse Ray, desapontado por não ser respondido.
-...Mais uma pulseira...Pra quem você ligou, seu idiota?... - Disse a voz masculina que não era de Caio, nem era reconhecida por Ray. Antes de desligar a chamada, assustado, o analista temporal ouviu o som de uma pessoa agonizando lhe fazendo temer que fosse Carlos.
- O que foi Ray? - Perguntou Dra. Macrona ao perceber que o rapaz havia conseguido contato com algum apoio, mas estava com uma expressão de terror em seu rosto.
- Eu acho que temos um problema muito maior. - Disse Ray quase sem conseguir colocar a voz para fora de seu peito - Acredito que os apoios também estão sendo atacados por alguém que está atrás das pulseiras.
- Valdívio. - Concluiu a Dra. Macrona. - Deve estar trabalhando para sabotar o projeto.
- Não tem como falar com a toda poderosa? - Perguntou Ray - Contar que ele está te prejudicando e talvez...Matando pessoas?
- É delicado. Por algum motivo, ela precisa mantê-lo na empresa. - Explicou a Dra. Macrona. - Vou precisar pensar no que fazer com ele.
- Mas pera aí... Tudo bem, sabemos que Valdívio está atrás das pulseiras, mas como ele chegou até os viajantes do tempo? - Perguntou Valencina - Ele não tem acesso a nenhum óculos que produzimos. A não ser que...
- Um dos viajantes do tempo trabalha para ele. - Concluiu Ray enquanto o telefone de Valencina toca mais uma vez indicando que Lully ainda estava desesperado para falar com ela - Eu aposto em Enzo. Pelo histórico dele, não me surpreenderia que ele se aproximou de você, Valencina, somente com a intenção de roubar o equipamento.
- Mas, se eles estivessem conspirando, eu não penso que ele deixaria Enzo viajar no tempo. Valdívio é ruim, mas não é burro. - Pontuou Valencina se questionando se estava dando uma opinião influenciada pelos seus sentimentos. - E quanto ao Gaúcho? Uma vez eu vi ele almoçando com o tatuado.
- O que roubou o Ray? - Perguntou Dra. Macrona recebendo confirmação de Valencina com a cabeça - Pode ser, Gaúcho foi mesmo uma exigência do próprio Valdivio. Entretanto, os óculos dos viajantes não foram destruídos, apenas desligados. Somente uma pessoa saberia fazer isso: Acreano. Mas é cedo para concluirmos qualquer coisa, vamos focar no que é importante: Valencina faça pesquisas sobre que evento aconteceu na estrada do Rio de Janeiro em 1889, Ray rastreie as pulseiras para tentarmos identificar onde elas estão. Eu vou para a Camparty.
A vibração do celular de Valencina interrompeu a cientista que apenas olhou para a funcionária, indicando que ela deveria atender.
- Alô? Fala Lully, tudo...O que?...Do que você tá falando?...- Valencina se virou para a Dra. Macrona, tirou o telefone da orelha - Ele disse que os jornais estão brigando para dar a exclusiva, mas tudo será publicado na internet a qualquer momento.
- Mande ele vir para cá, agora. - Ordenou Dra. Macrona enquanto ligava para a assessoria de imprensa para verificar o que eles já estavam sabendo disso.
-..Lully, vem para a casa da Dra. Macrona, agora! - Pediu Valencina ao celular - O endereço é...
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Sete Erros
General FictionSete Erros é uma jornada pela história do Brasil que tem como pano de fundo diversos momentos: - Os dias que antecederam a visita do Santo Ofício - A criação da bandeira de Pernambuco no fim do Brasil Colonial - Um romance impossível às vésperas da...