A verdade tem um gosto amargo, a verdade é como cair da cama enquanto você dorme, é como quando você bate em um vidro que não tinha visto. A verdade é como aquele tapa repentino que o acorda de um estado catatônico, quando o rio transborda, quando a onda do mar o varre sem que você possa reagir.
Aquelas palavras de Arizona tinham sido uma verdade, uma das verdades mais cruas que ele já tinha ouvido sobre si mesmo e sobre sua vida. Ele não sabia o que fazer com essa verdade, porque tudo ao seu redor parecia derreter como neve ao sol. Andrew pensou muito naquelas palavras depois do jantar e tomou algo para dormir, caso contrário não teria dormido nada.
Na manhã seguinte, ele foi para o hospital com um grande peso nos ombros. Ele nem tomou o café porque, no exato momento em que viu o vendedor de café, viu Meredith pedindo o dela e foi direto para ò hospital sem cumprimenta-la. Ele não podia encará-la naquele momento, não quando tudo o que sentia era o equivalente a um prédio prestes a desabar. Quando o prédio desabasse, não sobraria nada sob os escombros.
Meredith o viu pelo canto do olho e achou estranho o fato de ele não ter dito oi ou tentado se aproximar dela.
Ela o encontrou no vestiário do cirurgião, amarrando as calças sem camisa. Quando Meredith entrou, sentiu um leve constrangimento ao vê-lo daquele jeito. O constrangimento era devido aos seus instintos primitivos, não havia como negar, ela o desejava mesmo depois daqueles dias com Nick e esse tormento interno não tinha fim.
- Ei, peguei um café para você.
Disse ela sorrindo, mas ele não retribuiu com a mesma expressão alegre, nem mesmo com um olhar rápido, sentando-se e muito ocupado em amarrar os sapatos novamente.
-Obrigado, mas eu já tomei...
-Não vi você chegar na barraca.
-Tomei no bar aqui do lado.
-Mas você nunca recusaria um café.
-Vou deixar passar dessa vez, estou com pressa para ir trabalhar. Tenha um bom dia.
Disse ele ao sair do quarto, já vestido.
Meredith tentou se lembrar da vez em que ele se comportou da mesma maneira, vários exemplos lhe vieram à mente, mas nenhum deles era uma boa lembrança. A sensação de que ela também se lembraria dessa vez parecia piscar como um sinal de alerta, como placas de informação em rodovias.
Ela não sabia o que era, mas algo estava errado e ela estava muito tentada a descobrir. O pensamento de que tinha algo a ver com a operação fracassada estava presente. No dia anterior, ela não tivera a chance de falar com ele, de esclarecer as circunstâncias que a haviam levado a romper seu compromisso com Andrew. Contar a verdade significaria acrescentar detalhes que a deixariam ainda mais constrangida.
Uma família que havia sofrido um acidente de carro chegou ao pronto-socorro. Um menino de 3 anos foi atendido por Arizona e um menino de 7 anos com um ferimento profundo no abdômen foi atendido por Andrew. Como o destino quis, Bailey ficou com a mãe e Amelia com o pai. Andrew precisava de um par de mãos experientes e pediu uma cirurgia geral, para seu azar, a Dra. Grey entrou.
-Então, o que temos, Dr. DeLuca?
-Uma ferida abdominal profunda, há várias lacerações internas e precisamos fazer isso rapidamente.
-Acho que o baço precisa ser removido. - disse ela, Andrew deu uma olhada e respondeu.
-Não é necessário, é o baço de uma criança, não de um adulto, ele vai se regenerar, alguns pontos e estará como novo.
-Não vale a pena o risco. - disse ela.
-E eu digo que esse é um risco calculado, o baço de uma criança de 7 anos ficará como novo.
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Deluca's Anatomy - Parte 1
FanfictionEssa é mais uma história escrita pela minha amiga italiana. Ela começou a escrever essa fanfic a cerca de um ano, por estar com raiva do que estava acontecendo na série. A fanfic se passa em meados da temporada 18. Acompanhem e divirtam-se com um...