123 - Aqueles que pensam bem

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Depois daquele domingo, o estado de saúde de Lucas piorou e Andrew continuava sem entender. Sua serenidade no trabalho havia se eclipsado, ele fazia diagnósticos que eram pontualmente negados. Ele pediu outra opinião a Arizona, até mesmo a Karev, e nenhum deles acrescentou nada ao que ele já havia considerado.

A essa altura, ele estava passando muitas noites no hospital, no dormitório da dermatologia, pois o colchão era novo e de espuma viscoelástica, muito confortável, e ele precisava de uma boa noite de sono. Meredith verificava diariamente no aplicativo se ele tinha dormido bem e, aparentemente, ele só dormia por causa de comprimidos ou cansaço excessivo. Ela estava preocupada, seu medo era que Lucas não sobrevivesse e que isso desencadeasse um estado depressivo em Andrew, o que poderia levar a uma recaída em sua condição. Essa ideia a deixava muito assustada e, por isso, ela se preocupava com o humor dele o tempo todo, tentando de todas as formas animá-lo.

Certa manhã, ela vestiu uma lingerie recém-comprada e fez sexo com ele no dormitório de dermatologia. Ela estava mais carinhosa com ele e sempre falava sobre qualquer outra coisa para distraí-lo, mesmo ao custo de parecer ridícula.

Em uma tarde, no entanto, Lucas entrou em parada respiratória, como se estivesse sofrendo um choque anafilático, e a situação se precipitou bruscamente. A criança se recuperou, mas foi por pouco.

-Andrew!... Andrew! - disse Lauren.

-Lauren não posso agora.

-Já faz mais de duas semanas que Lucas está aqui e sua condição, em vez de melhorar, piorou.

-Não é o momento, Lauren - disse ele enquanto saía correndo.

Andrew começou a fazer mais exames e achou que se tratava de uma reação causada por uma doença autoimune. Ele fez mais algumas pesquisas e pediu ao seu residente que fizesse outro exame de sangue e, incrivelmente, alguns valores do exame anterior eram diferentes. Isso era um sinal de que a doença estava prestes a se mostrar exatamente o que era?

-Tem de ser algo autoimune.

Ele refletiu sobre isso por mais uma hora e conseguiu descartar várias doenças e chegar a três, mas qual dessas três era a culpada? Ele foi abordado pelo residente na sala e, ao se aproximar, começou a ouvir uma discussão.

-Quero falar com o Dr. DeLuca.

-Senhora, ele está a caminho. Eu lhe enviei uma mensagem.

-Sim, mas é urgente.

-Lá vem ele.

-O que está acontecendo?

-Andrew, preciso falar com você em particular.

-Venha Lauren, vamos para um lugar tranquilo.

Os dois caminharam por um corredor e entraram no escritório de Andrew.

-Sobre o que você quer falar?

-Meu filho, desde que chegou aqui, piorou, pode me dizer o que está acontecendo?

-Essas são as manifestações de sua doença.

-Eu só vejo você tateando no escuro e nada mais.

-Lauren, não é fácil. Ser médico não é como ser advogado.

-Fácil dizer isso.

Lauren começou a andar de um lado para o outro, nervosa, e Andrew, exasperado, a interrompeu.

-Você tem ideia de quantas doenças diferem de um sintoma para outro? Não, porque você não tem um diploma de medicina como eu.

-É que em Anchorage você era um médico brilhante.

Deluca's Anatomy - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora