126 - Chamando todos os anjos

69 7 6
                                    

-Inegável

-Mesmo quando seus problemas de saúde mental vieram à tona, ele conseguiu salvar pessoas, mas não estava em boas condições. Sua irmã e eu não sabíamos como ajudá-lo, porque ele não ouvia ninguém. Ele acabou no programa de testemunhas porque havia denunciado um traficante de pessoas que tinha ido ao hospital com uma vítima. Ele havia percebido que algo estava errado, mas ninguém acreditou nele porque ele não estava bem. Ele estava certo, sempre esteve certo sobre tudo e nós estávamos errados, exceto sobre uma coisa, que ele precisava ser curado.

-Por que está me contando essas coisas?

-Porque ele tem vergonha de sua doença, do que ele é quando não recebe tratamento, é um caminho árduo que ele está trilhando e eu estou ao seu lado. Então, quando alguém lhe diz que parou de sair com ele por causa da doença, ele fica muito magoado. Ele ainda não aceitou o fato de ser assim e nem mesmo tem culpa de ser assim. Portanto, quando alguém o julga mal sem realmente conhecê-lo, ele desconta na pessoa. Se nós, que o conhecíamos aqui no hospital, viramos as costas para ele no início, quanto mais as pessoas que não o conhecem. Cometemos um erro com ele, não o entendemos desde o início, o julgamos louco.

-Eu não fazia ideia - disse Lauren com tristeza.

-Entendo seu instinto protetor em relação ao seu filho, mas Andrew merecia uma chance. Meus filhos o adoram e ele cuida deles. Quando ele estava doente, não vinha à nossa casa, ficou ressentido comigo porque eu o julguei mal, como você fez. Demorou um pouco para recuperarmos o relacionamento em meio a toda essa bagunça, mas ele está bem há três anos. Infelizmente, o que aconteceu entre vocês o condicionou negativamente, quase parece que qualquer esforço que ele faça não é suficiente. Ele só quer ser aceito pela pessoa maravilhosa que é, pelo excelente médico que é, e não por sua doença. Ele é um companheiro muito bom e me dói vê-lo assim.

-É por isso que o tenho visto frio comigo ultimamente.

-Ele está triste até mesmo em casa por isso, com meus filhos ele finge estar bem e é bom nisso.

-Se eu pedisse desculpas a ele, você acha que isso ajudaria?

-Talvez, acho que isso o ajudaria mais do que você pensa, Lauren.

-Eu não fiz isso por maldade, alguém próximo a mim estava em uma situação ruim e minha família foi afetada.

-Eu sei, eu acredito nisso.

-Obrigado por conversar comigo sobre isso.

-De nada, obrigado por me ouvir.

Foi assim que Lauren voltou para a enfermaria pra seu filho e esperou até o final do turno para falar com Andrew.

-Andrew?

Andrew se virou.

- Oi Lauren, você precisa de alguma coisa? - disse ele de forma fria.

-Podemos conversar... em particular?

-Estou indo embora, é urgente?

-É necessário.

-OK, venha ao meu escritório.

Os dois entraram no escritório de Andrew, DeLuca estava na defensiva, sentou-se em sua mesa.

-Venha...

Lauren se sentou.

-Então, me diga.

-Eu queria me desculpar pela forma como me comportei com você em Anchorage.

-Eu não estou entendendo você.

-Eu o julguei mal, não esperei para conhecê-lo e, sem dúvida, o descartei pelos motivos errados. Desaparecer porque você estava tomando pílulas, eu sabia que não era muito maduro da minha parte, mas na época pensei na minha prima e em como ela havia sofrido com essa circunstância.

Deluca's Anatomy - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora