68 - Princesa Diana

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-Mais do que o senhor pode imaginar, Dr. Johnston.

-É muito boa essa troca de estima entre um mentor e seu aluno. Ela poderá dizer que o viu primeiro...

-Bem, acho que essa honra pertence a Richard Webber - sorriu ao chefe.

-Vamos ouvir então, que tipo de proposta você tem para DeLuca?

-O que você quer dizer com isso?

-Você veio aqui para a fazer pessoalmente, não foi?

-Mesmo que eu soubesse, eu não contaria a você - disse ela com sua melhor cara séria. 

-Você não vai me dar uma rasteira, vai?

-Não - ela respondeu e depois acrescentou -Você vai contratá-lo? - ela perguntou em um tom sério.

-Bem, minha intenção é manter DeLuca aqui por um bom tempo. Ele precisa passar nos testes, é claro, mas não tenho dúvidas de que ele será bem-sucedido. Nesse momento, irei ao conselho e pedirei sua contratação, pois ele atende a todos os padrões presbiterianos. A única coisa que me preocupa é um detalhe fundamental.

-Que detalhe é esse?- perguntou ela com curiosidade.

-Sei que ele de fato tem uma namorada em Seattle e esse pode ser um entrave. Veja bem, por amor, somos capazes de abrir mão até mesmo das maiores oportunidades que surgem em nosso caminho. Se essa garota misteriosa realmente o ama, ela deveria segui-lo até Nova York, caso contrário, ela deve, deixá-lo ir embora.

O rosto de Meredith ficou muito mais sério.

-A senhora concorda comigo, Dra. Grey?

-Acho que essa decisão não é nossa.

-Esta se referindo ao fato de que ela tem que segui-lo ou que tem que deixá-lo ir.

-Por que sempre tem de ser a mulher a segui-lo? 

-Isso não tem a ver com feminismo, Dra. Grey, vou me expressar melhor. Se uma pessoa do casal tem uma carreira estabelecida que pode ser transferida, enquanto a outra ainda não tem, é justo que a que está mais estabelecida se sacrifique pela que não está. Se a namorada de DeLuca já está estabelecida, é justo que ela o apoie porque ele não está. Essas coisas voltam com o tempo e não são auspiciosas.

-Talvez ela não possa - retrucou ela, um tanto desconfortável.

-Dra. Grey... querer é poder. Caso contrário, é uma paixão comum, não todo esse grande amor que se pode imaginar. É triste, eu sei, mas a vida é assim, os trens passam e, se você não embarcar na primeira estação, talvez na próxima você não embarque, ou talvez o trem não passe mais.

De repente, o celular de Johnston tocou.

-Estão procurando por mim, Dra. Grey, sinto muito, mas preciso me despedir. Foi um prazer tê-la aqui e conhecê-la - disse ele, apertando a mão dela.

Meredith ficou sentada pensando nas palavras que ouvira de Johnston, quando, de repente, uma mensagem de Andrew apareceu em seu telefone, perguntando onde ela estava e que estaria operando com Arizona em 30 minutos e o número da sala de cirurgia.

Uma vez na galeria, ela ficou sentada observando as enfermeiras se prepararem para a cirurgia. Uma médica entrou na galeria e sentou-se a uma cadeira de distância de Meredith. Elas ficaram sentadas em silêncio por 10 minutos, observando o que estava acontecendo durante a cirurgia.

-Você está aqui para observar o Dr. DeLuca?- disse a mulher em direção a Meredith.

-Acho que sim.

Deluca's Anatomy - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora