Deluca's Anatomy - Parte 1

62 - Figura paterna

Meredith ainda estava na Suíça quando Andrew tirou licença para ir a Seattle. Era o aniversário de sua irmã Carina e, naquele ano, como seu irmão estava voltando, ela havia decidido dar uma grande festa. Tendo enttegue a casa que havia alugado, sua irmã se deu ao trabalho de lhe oferecer uma cama em sua casa, mas seu irmão educadamente recusou a oferta. Andrew sabia como seria a noite de sua irmã e cunhada, então aceitou o convite de Jo para ficar na casa de Jackson. Essa solução combinava negócios com prazer, pois Jo também era convidada para a festa, ao contrário de Link, que gentilmente se ofereceu para cuidar do bebê.

Andrew entrou no quarto de hóspedes, aquele onde ele tinha todas aquelas lembranças com Meredith. Ele, que na época ainda não tinha feito sexo com ela porque não havia tido oportunidade, os dois envoltos nas chamas da paixão. A tensão era tanta que ele temia perder o autocontrole. A Dra. Grey tinha dois olhos magnéticos, pele branca cheia de sardas e aquele aroma floral e picante que lhe dava um toque extra. Ele sorriu interiormente por alguns instantes, depois guardou suas roupas no guarda-roupa e saiu novamente.

O plano era almoçar sozinho com sua irmã e, à tarde, ele perguntou a Maggie se poderia passar na casa das irmãs e visitar as crianças. Ele se sentia nostálgico em relação aos pequenos Shepherd de quem havia cuidado com frequência no passado, por isso queria muito vê-los novamente. Uma vez em frente à porta, para abri-la para ele, estava a babá que havia sido avisada da visita que estava por vir. Assim que as crianças o viram, correram alegremente até ele, dando várias demonstrações de afeto ao italiano. Andrew, por sua vez, trouxe pequenos presentes de Nova York para eles: um boné do New York Yankees para Bailey, uma camiseta com uma estátua da liberdade em desenho animado para Ellis e uma bolsa para Zola com uma estátua da liberdade estilizada. Todos gostaram dos presentes e as crianças os experimentaram com entusiasmo. Depois disso, passaram algumas horas juntos fazendo a lição de casa e jogando. A festa só começaria às 21 horas, porque Maya não estaria livre antes disso e com ela seus outros convidados.

Durante uma rodada de Monopoli júnior, o telefone da babá tocou, indicando uma chamada de vídeo de Meredith. Na tela do telefone, a luz artificial acesa da lâmpada extravagante da sala de estar de Cristina apareceu. As crianças, animadas e felizes, cumprimentaram a mãe em coro e, após os primeiros segundos de conversa, foi Zola quem anunciou que havia um convidado os visitando. A imagem de Andrew apareceu na tela do telefone de Meredith e isso foi o suficiente para fazer a Dra. Grey ter taquicardia. Andrew junto com seus filhos era uma combinação quase perfeita, quase, só porque ela não estava lá com eles para brincar e aproveitar as risadas.

Meredith sabia que Andrew estava indo para Seattle por alguns dias, mas não sabia se ele iria visitar os filhos. Ela lhe disse que ele poderia facilmente ligar para Maggie se quisesse, com certeza as crianças ficariam felizes em vê-lo novamente depois de todas aquelas semanas em Nova York. A ligação terminou em meio a sorrisos sibilinos e tímidos dos dois adultos, provocados pelas brincadeiras e histórias das três crianças. A cumplicidade entre os quatro era palpável, como se nao tivesse sido quebrada diariamente ao longo do tempo. Eles não se sentiam nem um pouco afetados pela distância que havia transcorrido naqueles dois anos de exílio forçado no Alasca; tudo era natural, nunca tão complicado quanto o relacionamento entre Andrew e a mãe dos três.

As crianças inocentes e portadoras da verdade com suas perguntas incômodas, os 3 Shepherd disseram a Andrew que no final de 4 meses, quando ele terminasse seus estudos em Nova York, ele voltaria a Seattle para brincar com eles novamente. Ele não teve coragem de dizer a eles que não tinha certeza disso, como explicar todas as dúvidas sobre o relacionamento entre ele e a mãe deles? De alguma forma, ele queria a mesma coisa que eles queriam, queria tanto quanto eles, porque amava muito aquelas crianças, mais do que poderia ter imaginado três anos antes, mais do que poderia quantificar. Era difícil para Andrew entender até onde ele poderia ir por elas, ele já tinha ido para a prisão para evitar que Meredith e as crianças ficassem separadas sabe-se lá por quanto tempo.